Palmeiras, São Paulo, Fortaleza e CBF se unem. Querem banimento de Textor, que acusa clubes, juízes e jogadores de manipulação
Dono da SAF do Botafogo, John Textor acusa, sem provas, clubes, jogadores e juízes de manipulação de resultados. Não cita nenhum nome específico. Acusados vão processá-lo. E insistem no seu banimento, junto à CBF
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Rafael; Rafinha, Diego Costa, Beraldo e Caio Paulista; Gabriel Neves (Rodrigo Nestor), Alisson (Nathan), Michel Araújo e James Rodríguez (Jhegson Méndez); Lucas (Wellington Rato) e David (Luciano).
Entre esses jogadores do São Paulo, na derrota para o Palmeiras por 5 a 0, no dia 25 de outubro de 2023.
Segundo o bilionário norte-americano, John Textor, dono da SAF, que comprou o controle do futebol do centenário Botafogo de Futebol e Regatas, cinco desses atletas 'ultrapassaram limites que deixam clara e convincente a manipulação' a favor do Palmeiras.
Fernando Miguel; Tinga, Emanuel Brítez, Titi (Benevenuto) e Juninho Capixaba; Lucas Sasha, Caio Alexandre (Zé Welison) e Lucas Crispim (Fabrício); Romarinho (Hércules), Robson e Thiago Galhardo (Silvio Romero).
Entre esses atletas profissionais do Fortaleza, que perderam para o Palmeiras, por 4 a 0, no dia 2 de novembro de 2022, quatro "excederam limites que estabeleceriam evidências claras e convincentes de manipulação de jogos." Também em favor do clube presidido por Leila Pereira.
Textor foi além.
Acusou o Palmeiras de manipulação de resultados nas últimas duas temporadas, em 2022 e 2023.
"Temos provas pesadas, 100% confirmadas, que o Palmeiras vem sendo beneficiado por manipulação de resultados por pelo menos duas temporadas."
A fortuna de Textor é de US$ 1,5 bilhão, de acordo com a revista especializada em finanças, a Forbes. São cerca de R$ 8,1 bilhões.
Ficou rico investindo na Digital Domain, empresa especializada em efeitos especiais em filmes de Hollywood. Ela já havia feito os efeitos de Titanic. Sob o domínio de Textor outras películas famosas viraram sucessos mundiais: O Curioso Caso de Benjamin Button, Piratas do Caribe, X-Men, Homem-Aranha, Homem de Ferro, Thor, Velozes e Furiosos.
Textor entrou em conflito jurídico com o estado da Flórida e teve de vender a empresa. Mas, entre 2006 e 2012, foi tempo suficiente para ficar bilionário.
Ele decidiu então investir em futebol pelo mundo.
Comprou o domínio de Botafogo, Lyon, da França, RWD Molenbeek, da Bélgica, Crystal Palace, da Inglaterra, e o FC Florida, dos Estados Unidos.
Desde março de 2022, ao chegar ao Brasil, Textor tem se mostrado polêmico.
Mas foi depois da perda do Brasileiro de 2023, quando seu clube chegou a ter 13 pontos de vantagem sobre o segundo colocado na 19ª rodada e ainda perdeu o campeonato, para o Palmeiras, foi que o norte-americano começou a disparar acusações.
Após a derrota para o clube paulista, o norte-americano atacou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Primeiro elogiou seus atletas. Depois, o ataque.
"Vocês jogaram bem. Não é culpa de vocês, mas isso é a maldita corrupção. Isso precisa mudar. Ednaldo; você precisa renunciar pelo bem do jogo. Isso precisa acabar agora. Isso é um roubo!"
Ednaldo entrou com uma queixa-crime contra Textor, por calúnia e difamação. O processo corre no 9º Juizado Especial Criminal do Rio de Janeiro.
Ele também acusou árbitros do futebol brasileiro.
Disse que tem áudio sobre manipulação de resultados.
Não citou nomes, outra vez.
"Tem a gravação de um árbitro dizendo que estava triste de ter perdido dinheiro porque o jogo que ele estava tentando manipular não tinha ido do jeito que ele estava tentando influenciar. Ele foi específico: ele deu 1 minuto no relógio e deu um pênalti que não deveria e o atacante bateu o pênalti na trave. Ele reclamou, dizendo que tudo que fez tudo que foi possível. É de um sotaque carioca."
Só que Textor se prepare.
Se a Associação Nacional de Árbitros ficou na ameaça de processo, os clubes que ele atacou vão agir.
Depois desses ataques, sem provas, contra São Paulo, Palmeiras e Fortaleza, não vão se contentar apenas com reclamações pela imprensa.
Os presidentes Julio Casares, Leila Pereira e Alex Santiago já entraram em contato com seus departamentos jurídicos e decidiram processar o norte-americano.
Exigem que ele prove suas acusações na justiça.
Se não, vai enfrentar novos processos de calúnia e difamação.
Os atletas do São Paulo e do Fortaleza que atuaram nas derrotas para o Palmeiras, citado por Textor, também pensam em um processo coletivo contra o norte-americano.
Por difamação.
Na justiça desportiva, o departamento jurídico da CBF estuda denúncia contra o dirigente.
Com possibilidade de banimento.
Ou seja, sem poder administrar o futebol do Botafogo ou de qualquer outro clube do país.
A pena que o John Textor pode receber, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, varia de R$ 100 a R$ 100 mil, além da suspensão de 90 a 360 dias, pelo parágrafo único do artigo 223 do CBJD.
As suas várias reincidências podem levar ao banimento.
A situação é muito mais séria do que parece...
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