São Paulo, Brasil
17h54 deste dia 2 de novembro.
Três horas e 36 minutos antes de o Palmeiras entrar em campo contra o Fortaleza.
Os arredores do Allianz Parque já eram dominados por torcedores ensandecidos.
Parecia Carnaval, e não Dia dos Mortos.
O clube já comemorava o seu 11º título brasileiro.
A campanha do time de Abel Ferreira foi tão vitoriosa que a equipe nem precisou jogar as três últimas partidas.
A festança se deu porque o Internacional, o único time que matematicamente ainda poderia sonhar em ser campeão, perdeu, em Belo Horizonte, para o América Mineiro por 1 a 0, gol de Alê.
Mas a derrota dos jogadores de Mano Menezes teve direito a suspense. Com pênalti cobrado por Alan Patrick, que Cavichioli defendeu. Bola na trave de Alemão. Tudo isso com a partida empatada em 0 a 0.
Até que, em mero escanteio, Alê escapou de De Pena e cabeceou com raiva, para as redes de Keiller.
Gol do Palmeiras, aos 30 minutos do segundo tempo, no estádio Independência. A torcida do América também vibrou porque o resultado colocou novamente o time no G8, voltando o sonho de disputar a Libertadores da América.
A partida seguiu vibrante, com ataques dos dois lados.
Mas, no final, o América, de Mancini, muito mais organizado e sem a pressão do time colorado, conseguiu segurar a vitória.
E garantir, com todo o mérito, o título do Palmeiras.
Campeonato por pontos corridos não é o mais emocionante.
É o mais justo.
Como negar os méritos de um time que, em 34 partidas, venceu 21 jogos, empatou 11 e só perdeu dois confrontos? Nenhuma derrota fora de seus domínios.
Chegou a 74 pontos, com 72% de aproveitamento.
Nenhum outro clube deste país venceu 11 Brasileiros na história.
A Sociedade Esportiva Palmeiras merece festejar.
Ninguém foi tão campeã quanto ela.
O grande personagem desta conquista é Abel Ferreira.
Em dois anos de Brasil, ele acumula seis títulos.
Duas Libertadores, Copa do Brasil, Recopa, Paulista.
E, hoje, o seu sonhado Brasileiro.
Trajetória impressionante.
Alcançou Luiz Felipe Scolari, com seis títulos. Só perde para Oswaldo Brandão, com sete, e Vanderlei Luxemburgo, com oito.
O grande risco é Abel Ferreira ir para a Seleção.
É o melhor treinador que trabalha no país.
De acordo com o frio técnico palmeirense, as três últimas partidas do Brasileiro servirão para fazer experiências, e há muita chance de ele passar a poupar atletas.
Porque o sonhado título, ele já conquistou.
E tudo fica mais importante porque disputou ao mesmo tempo a Libertadores, caindo na semifinal, e a Copa do Brasil, eliminado nas oitavas, depois de muita polêmica, diante do São Paulo.
A campanha de 2022 garantiu mais dois títulos ao Palmeiras.
A Abel Ferreira.
O Paulista e o Brasileiro.
"Parabéns ao Palmeiras", reconhecia Vitão, do Internacional, depois da derrota em Belo Horizonte.
O trabalho no Palestra Itália tem de ser parabenizado.
O clube é o maior vencedor no país.
1960, 1967 (Taça Brasil), 1967 (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), 1969, 1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018 e 2022.
Nada menos do que 11 Brasileiros.
O Santos, segundo colocado, tem oito.
Somando as quatro Copas do Brasil e uma Copa dos Campeões, o Palmeiras chega a 16 títulos nacionais.
O Flamengo tem 14.
A vantagem segue verde.
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