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Palmeiras líder absoluto do Brasileiro. Abel ironiza e ri. ‘O ciclo não estava acabando?’ Time com dez desfalques goleia. E técnico faz as pazes com a organizada. ‘Com a Mancha do nosso lado somos fo..."

Palmeiras, cruel, goleou o Juventude, no Allianz por 4 a 1, se poupando. Time misto, tinha dez desfalques. Diante a euforia pela liderança, Abel avisou. ‘Título só na última rodada’. Faltam 12

Cosme Rímoli|Do R7

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Raphael Veiga comemora mais um gol. Meia tem novo recomeço no Palmeiras. Time misto não deu chance à equipe gaúcha Cesar Greco/Palmeiras

Foi um sábado à noite de desfrute.

E de emoção, com direito a gol de Bruno Rodrigues. Depois de duas gravíssimas lesões, quase dois anos de sofrimento, ele voltou a marcar. E foi reverenciado, aplaudido de pé, no Allianz Parque.

Abel Ferreira, mesmo com dez desfalques, conseguiu montar uma equipe avassaladora, contra o matreiro Juventude, de Thiago Carpini.

O Palmeiras abriu 4 a 0, gols de Raphael Veiga, Bruno Rodrigues, Bruno Fuchs e Felipe Anderson, que vem melhorando muito. Depois diminuiu o ritmo intenso, vibrante.


E permitiu gol do Juventude. Após a péssima saída de Weverton, Rodrigo Sam marcou de cabeça.

Os três preciosos pontos, em plena Data Fifa, um total desrespeito da CBF com o clube paulista, sem seus convocados, fizeram a equipe de Abel chegar a 58 pontos, na primeira colocação do Brasileiro, com impressionantes 74% de aproveitamento de pontos.


“Mas o ciclo não estava acabando? Não posso dizer tanto... (risos) Ah, meu Deus... Eu não vou alterar nada do que temos feito. Jogamos um jogo de cada vez. É descansar agora e preparar os jogadores.

“Daqui a três dias estamos a jogar contra o Bragantino. Dificilmente teremos os jogadores vindo das seleções. Em função da ida ao Mundial, daquilo que é o calendário brasileiro, da valorização dos jogadores que foram convocados...


“Portanto, é continuar com o nosso trabalho. Sim, é verdade (temos mini-metas), mas não posso dizer mais do que isso. Eu dedico muito mais tempo ao Palmeiras do que para a minha família. Agora, não posso dizer tudo o que eu faço.

“Mas é como as receitas dos bolos aqui do Brasil, maravilhosos... Pode me dar a receita? Dizem que tem ovo, farinha, mas nunca a quantidade que leva. Há coisas que são muito nossas e vamos continuar. Mas é verdade, isso (estabelecer mini-metas) cria desafios, cria ambição para a equipe.”

Mini-metas são um conjunto geralmente de quatro partidas seguidas. E o Palmeiras, conseguiu três vitórias e uma derrota. Eliminou o River Plate.

Perdeu para o Bahia, em Salvador. Goleou o Fortaleza e o Juventude.

Saldo excelente.

Semifinal da Libertadores.

E liderança no Brasileiro.

Vale lembrar os dez desfalques palmeirenses.

Lucas Evangelista (lesão na coxa), Paulinho (cirurgia na perna), Khellven (trauma no pé), Sosa (edema muscular), Vitor Roque (suspenso), Gustavo Gómez (suspenso e convocado), Emiliano Martínez (suspenso e convocado), Facundo Torres (convocado), Aníbal Moreno (convocado) e Flaco López (convocado).

689 dias sem a alegria de um gol. Depois de duas cirurgias delicadíssimas e quase dois anos sem marcar. Êxtase justificado contra o Juventude Cesar Greco/Palmeiras

Mesmo com o excelente desempenho do Palmeiras, com o time misto, havia espaço no coração de Abel para uma boa dose amarga de rancor.

“O que eu digo: é atenção aos elogios. São impostores. Agora vão começar a dizer que o Palmeiras... lembra o que disseram a cada um de nós quando perdemos para o Corinthians?

“Vocês (jornalistas) vão fazer tudo o oposto à o que fizeram contra o Corinthians. Se minha presidente e meu diretor dessem ouvidos, o treinador e metade da equipe já tinham ido embora, estava tudo mal.

“Nem éramos tão ruins como diziam, nem somos isso tudo como estão dizendo agora

“O caminho é o mesmo.

“Continuar nosso trabalho, temos uma equipe nossa, jogadores que valorizamos que nunca foram à Seleção.

“E quem foi, ficamos sem eles.”

Abel sem volantes de marcação foi obrigado a improvisar o zagueiro Bruno Fuchs. E ele conseguiu não só dar proteção à defesa, como ainda marcou um gol de cabeça.

O Palmeiras não deu chance ao time de Carpini, que costumava montar equipes e complicar a vida palmeirense, mesmo no Allianz. Mas ontem não teve como. O time dono do gramado sintético pressionou, lutou com muito mais efetividade nas intermediárias.

Time misto do Palmeiras lutou muito mais do que o Juventude. Goleada mais que merecida Cesar Greco/Palmeiras

Nem parecia que o Juventude corre risco muito sério de rebaixamento. Seus jogadores estavam apáticos, perderam a esmagadora maioria das divididas.

A emoção, a dose de humanidade que mexeu com todos que estavam acompanhando a partida foi o gol de Bruno Rodrigues. O segundo do Palmeiras.

Esqueça a falha bizarra de Jandrei, goleiro emprestado pelo São Paulo, que permitiu que a cabeçada fraca passasse da linha do gol.

Pense no autor do toque de cabeça, que colocou 2 a 0 no placar.

Bruno Rodrigues operou os ligamentos cruzados do joelho direito em janeiro de 2024. Cirurgia delicadíssima. Depois, em maio, rompeu o tendão patelar do joelho esquerdo. Nova operação mais que delicada.

Depois de muito sofrimento, ele voltou a jogar.

E marcar.

Além dos torcedores palmeirenses em pé, a comemoração fez os olhos encherem de lágrimas. Pelo menos quem ainda tem o mínimo de empatia, no violento e egoísta mundo atual.

Bruno Rodrigues beijou, em agradecimento, os dois joelhos, que permitem que ainda siga com a profissão que nasceu para exercer.

“Muita resiliência. Foco. Trabalho. Agradeço a todo mundo do clube. Agradecer o grupo, a todos que confiaram em mim. Principalmente a minha esposa, que esteve comigo nos dois anos muito difíceis para mim. Já passou. Agora é focar. Consegui fazer um bom primeiro tempo, tudo que eu queria era fazer gol.”

O último que havia marcado foi em novembro de 2023, ainda com a camisa do Cruzeiro, contra o Vasco. Foram 689 dias de triste jejum, para um definidor.

A seriedade de Abel. O treinador palmeirense sabia o quanto era necessária a vitória ontem. E montou uma equipe competitiva, vibrante, mesmo com dez desfalques Cesar Greco/Palmeiras

Mas além de toda essa dose de felicidade, ainda houve a reaproximação de Abel e da Mancha Verde, a principal torcida organizada do Palmeiras. Ela puxou o coro de todo estádio, vibrando com a goleada do time misto.

“Não é quando as coisas estão bem que preciso da nossa torcida, ou da Mancha Verde. É nos momentos difíceis. Se o Palmeiras, a Mancha Verde e a torcida querem ser diferentes, é nos momentos duros.”, disse o português.

“Quando a Mancha Verde está do nosso lado, nós somos fod...mesmo.

“Eles conseguem puxar todos que estão aqui dentro, como foi hoje. Vimos o Palmeiras, vimos o ‘todos somos um’.”

O clube realmente está muito bem nesta fase decisiva da temporada.

Forte, líder e unido.

Até com Abel e Mancha Verde do mesmo lado.

Quem diria?

Veja também: Abel exalta Bruno Rodrigues e apoio da Mancha Verde contra o Juventude

O técnico do Palmeiras rasgou elogios à história de superação do atacante e à energia da torcida na goleada por 4 a 1 pelo Brasileirão.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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