Palmeiras, impressionante, pode ser decacampeão já no domingo

São Paulo, Brasil

O time mais prejudicado pelos árbitros, segundo levantamento da própria CBF, foi favorecido está noite. 

E se o Internacional e o Flamengo não vencerem amanhã, a equipe de Felipão pode ser decacampeã já no domingo, contra o lanterna, Paraná Clube, em Londrina.

Aos 40 minutos do primeiro tempo, Diogo Barbosa fez ótima jogada pela esquerda, cruzou, Willian estava com o braço esquerdo aberto e a bola foi desviada e sobrou para Borja completar para as redes.

Gol ilegal.

Mas o árbitro Braulio da Silva Machado errou e confirmou.

A vantagem fez com que o Fluminense tivesse de se abrir no segundo tempo. E pressionou o Palmeiras. A partida se tornou difícil, porque Felipão recuou demais seu time.

A ponto de trocar Lucas Lima por Felipe Melo, quando a pressão carioca era forte. 

Só que a estrela do treinador é ainda maior.

Um minuto e 27 segundos depois da entrada do volante, a zaga do Fluminense corta levantamento na área. Mas a bola sobra exatamente no pé direito de Felipe Melo. 

O chute violentíssimo entra no ângulo do ótimo Júlio César.

2 a 0, Palmeiras.

Jogo decidido, aos 37 minutos do segundo tempo.

Só que ainda Gustavo Scarpa fez ótimo cruzamento aos 44 minutos, Luan se arrumou para a cabecada, mas acertou com ombro a bola que foi para o fundo do gol. 3 a 0, Palmeiras.

O time de Felipão é mais líder do que nunca.

E chegando a impressionantes 19 partidas sem derrotas, igualando o recorde do Corinthians, em 2017.

O mais interessante da noite foi o técnico assumir algo que é óbvio há décadas.

Quem o conhece entende o futebol feio na arena palmeirense. Mesmo contra um adversário mais frágil.

"Na minha equipe, posso agradar uns e não agradar outros. Fazer o quê?! Tínhamos um projeto, um ideal, e estamos chegando. Se não jogamos de forma tão brilhante quanto alguns gostariam, jogamos de forma concreta pára buscar objetivo. Sempre fui de treinador de resultado, nunca me escondi atrás de outra carapuça.

"Gosto de resultado e jogamos na característica dos jogadores para conseguir. Feio ou bonito, depende de cada um. Para algumas pessoas, sou bonito. Para outras, não. Fazer o quê?", perguntava, irônico.

Ele sabe que, no futebol, o vencedor tem sempre razão.

Exatamente um turno completo sem saber o que é perder. O último revés havia sido exatamente contra o clube carioca, no primeiro turno, quando o espírito, a postura e a personalidade do time era outro, sob o comando de Roger Machado. 

A vitória faz com que o Palmeiras esteja ainda mais próximos do título brasileiro. Chegou a impressionantes 70 pontos. Abriu oito pontos de vantagem diante do segundo colocado, o Internacional, que hoje enfrenta o América Mineiro.

Faltando quatro rodadas para o campeonato acabar, a conquista da equipe de Felipão está cada vez mais mais real.

Os adversários são fáceis. São Paraná, em Londrina. Sim, o time paranaense vergonhosamente vendeu o mando de jogo. Depois, o Ceará em São Paulo, Vasco, no Rio de Janeiro e Vitória, em São Paulo.

O Palmeiras não jogou bem contra o Fluminense, pelo contrário. Fez um bom primeiro tempo. Mas no segundo, recuou demais. Felipão queria os contragolpes, mas fez sua equipe recuar demais. 

Embora o time carioca comandado por Marcelo Oliveira seja fraco, a bola ficou rondando a área de Weverton à toa. Os palmeirenses recuaram demais suas linhas. 

Luiz Felipe Scolari foi pragmático demais.

Queria os três pontos. 

E conseguiu.

É impossível citar que a construtora WTorre atrapalhou o Palmeiras. O gramado não suportou a sequência de shows. E teve de ser trocado. Colocado às pressas, o time mais técnico sofreu. Com seu elenco caríssimo não havia dúvida que foi terrível aos comandados de Felipão.

A bola quicava demais, era difícil o controle.

Resultado? Bolas longas, esticadas, chutões da defesa para o ataque. Péssimo para quem tem habilidade como Lucas Lima, Dudu, Gustavo Scarpa. Veneno para quem busca os contragolpes, como o Palmeiras.

Mas Felipe Melo e Luan resolveram o problema. 

E poucos se lembrarão do descaso da WTorre.

Só que o goleiro do Fluminense, Júlio César, queria destacar outro aspecto importante do jogo.

"É fato que a equipe do Palmeiras tem uma qualidade enorme, não é por acaso que está na liderança, mas arbitragem assim fica difícil. Me desculpem, faltas que não existem, o segundo e o terceiro gols foram originados de falta que não foram nada. Faltas que não existem. Entrega a taça para o Palmeiras logo", dizia irritado.

"Poucas vezes peguei no futebol um árbitro tão arrogante quanto ele", desabafou, no intervalo, o volante Jadson do Fluminense, em relação ao árbitro Braulio da Silva Machado. O jogador reclamava do primeiro gol, do toque de mão de Willian. No segundo tempo, por coincidência, ou não, Jadson foi expulso.

Não é impossível alguém ter avisado o juiz da ofensa do volante antes da partida recomeçar.

No primeiro tempo, o Palmeiras queria o resultado. E o jogo foi aberto, disputado. Com o líder muito melhor do que o Fluminense. Isso até o gol irregular de Borja. A partir daí, Felipão queria garantir os três pontos e a invencibilidade.

Marcelo Oliveira adiantou seu time, aproveitando o recuo palmeirense. Os cariocas dominaram a segunda etapa e, quando estavam perto do justo empate, sofreram dois gols.

Vitória importantíssima para o Palmeiras.

E que consagra o estilo de Felipão.

O técnico que só visa o resultado.

E ele conseguiu mais um importante.

E caminha invicto e empolgado para o título.

Ninguém tem como questionar sua honestidade....