Palmeiras envergonha não só o Brasil. A América do Sul
Jamais um campeão da Libertadores foi quarto no Mundial. Palmeiras perdeu para o Tigres e hoje caiu diante do egípcio Al-Ahly nos pênaltis. Constrangedor
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Vergonhoso.
Jamais uma equipe sul-americana terminou em quarto lugar no Mundial de Clubes.
A diretoria do Palmeiras sonhava em usar o Mundial do Qatar para propagar o poder do time que montou.
Mas foi um desastre.
Tudo começou errado com a vexatória derrota diante do Tigres, jogo que o clube considerava a vitória mais do que obrigatória, para enfrentar o Bayern, na final.
O fracasso por 1 a 0, escapando de ser goleado graças a Weverton, tirou o Palmeiras da decisão.
E levou para a decisão do terceiro lugar no Mundial.
Contra o egípcio Al Ahly.
Com o detalhe: o time africano perdeu dois jogadores fundamentais, Mahmoud Kahraba e Hussein El-Shahat, banidos do torneio por cumprimentarem torcedores, violando o protocolo para evitar a propagação da covid.
Se contra o Tigres, Abel Ferreira colocou o Palmeiras acovardado, hoje, diante dos egípcios, o time do treinador português foi apático, constrangedor, atuando como se fosse um mero amistoso.
Sem criatividade, vibração, intensidade.
Burocrático.
A fraca equipe do Al Ahly travou o campeão da Libertadores, sem passar por sustos.
Sem talento, os africanos também pouco criaram.
O que o mundo viu foi um constrangedor 0 a 0.
E nos pênaltis, 3 a 2 para o time africano.
Rony, Luiz Adriano e Felipe Melo desperdiçaram.
Constrangedor.
Felipe Melo, capitão do time tentou, sem sucesso, disfarçar o vexame.
"Nada de desestabilização. A gente errou, teve uma margem de melhora do primeiro jogo. Fizemos aquilo que fizemos no treinamento, mas a equipe deles foi mais capacitada. É de ressaltar que fizemos aquilo que treinamos, infelizmente perdemos. Agora é focar na final que temos no Brasil, muita coisa boa esse ano."
"A gente deixa esse Mundial de cabeça erguida por ter feito nosso melhor. Eu acho que nós tivemos uma margem de melhora do primeiro jogo. Jogamos contra duas escolas de futebol diferentes."
"A escola mexicana contra um time que tem um treinador há dez anos. Jogamos contra um time que de certa forma deu trabalho pro Bayern. Voltamos a não tomar gol em decisão de campeonato. Mas falhamos na hora dos pênaltis, isso foi crucial para eles vencerem. Mas saímos de cabeça erguida."
Abel Ferreira tentou também, mas fracassou ao disfarçar o desastre.
"O que eu levo daqui é um orgulho tremendo dessa equipe. Cheguei para substituir um treinador onde muitas duvidas existiam."
"Ganhamos o direito de disputar o Mundial, vamos disputar de novo daqui a dois anos por direito próprio, ganhamos a Libertadores, temos a Copa do Brasil e a Recopa. É o privilégio de estar entre os quatro melhores do mundo, fomos o quarto, temos que aceitar."
Mais do que o resultado, o pífio futebol palmeirense foi uma péssima propaganda para o futebol sul-americano.
Ibrahim marcou, deslocando Weverton.
O goleiro palmeirense defendeu de forma sensacional a cobrança de El Soleya, voando no canto direito.
Mohsen cobrou na trave esquerda.
Hany bateu no meio do gol, mas marcou.
Ajayi conseguiu fazer.
Rony perdeu a penalidade de forma bizarra. Ele correu, deu a paradinha, esperou o goleiro El Shenawy decidir o canto. Mas, o jogador da seleção egípcia ficou parado e defendeu, com toda a tranquilidade.
Luiz Adriano correu e bateu forte. Mas sem direção, à direita de El Shenawy.
Gustavo Scarpa cobrou forte, deslocando o goleiro do Al Ahly.
Gustavo Gómez marcou.
E veio a cobrança de Felipe Melo.
O volante correu, parou e El Shenawy defendeu no canto direito.
Derrota histórica do Palmeiras.
3 a 2 para o Al Ahly nos pênaltis.
Foi a primeira vez que um campeão da Libertadores acabou na quarta colocação do Mundial.
Com duas derrotas.
Vergonhosa a participação do Palmeiras.
Não conseguiu marcar sequer um gol no torneio, com a bola rolando.
Envergonhou não só o Brasil.
Mas a América do Sul.
O título do jornal Olé faz um resumo duro sobre o que aconteceu no Qatar.
"O pobre nível do campeão que tirou o River Plate da Libertadores."
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