São Paulo, Brasil
Causou estranhamento e até mesmo decepção entre conselheiros e alguns dirigentes do Palmeiras.
O valor de 60 milhões de euros, cerca de R$ 316 milhões, pela multa contratual de Endrick.
Principalmente porque o Flamengo, em fevereiro, estipulou a multa do atacante Petterson, de 18 anos, em 100 milhões de euros, cerca de R$ 527 milhões.
O que aconteceu no Palmeiras, em relação a Endrick, foi uma longa negociação.
E, de acordo com um conselheiro muito ligado a Leila e a Anderson Barros, o que foi acordado é "realista". Não utópico.
Nenhum atleta jamais saiu do Brasil por 100 milhões de euros. O atleta mais caro de todos os tempos a deixar o país foi Neymar. O Barcelona gastou 88 milhões de euros.
O segundo mais caro foi Vinicius Júnior. O Real Madrid pagou 45 milhões de euros. A mesma quantia que o mesmo clube espanhol pagou por Rodrygo ao Santos.
Ou seja, no entender de Leila Pereira, há a realidade e a utopia.
Por exemplo, de nada adiantou estipular a multa de Patrick de Paula em 100 milhões de euros, perto de R$ 527 milhões. 50% dos seus direitos foram vendidos ao Botafogo por R$ 33 milhões.
O estafe de Endrick, a começar por seu pai, sabe que poderia levar o garoto, que completa 16 anos no dia 21 de julho, para qualquer gigante europeu. E assinar o primeiro contrato profissional, virando as costas para o Palmeiras.
Mas o pai da grande revelação quis retribuir a aposta que o clube da Água Branca fez no filho.
E o valor de 60 milhões de reais, R$ 316 milhões, por um contrato de três anos, foi a proposta mais insistente e factível para os representantes de Endrick.
Sem fantasia, a direção palmeirense acredita que, se o atacante repetir as façanhas que fez nas categorias de base, não ficará nem três anos no Palmeiras. Será vendido antes.
Ele só pode ir para o exterior com 18 anos.
Como clube formador, o Palmeiras tem um contrato até 2025, no valor de R$ 110 milhões, caso ele não quisesse assinar seu primeiro compromisso profissional com a diretoria de Leila Pereira.
Endrick está se firmando na seleção brasileira sub-17.
Abel Ferreira não pretende contar com ele em 2022, no time principal.
E, sim, prepará-lo para a temporada 2021.
Assediado por empresas esportivas bilionárias, como a Nike, Puma e Adidas, ele está para assinar contrato com uma delas para suas chuteiras.
Já bateu o recorde de Neymar, fechando com 15 anos seu primeiro patrocínio pessoal, com a OdontoCompany, a mesma empresa que trabalha com a skatista Rayssa Real.
Ele já visitou as dependências do Real Madrid e do Barcelona. Teve longas conversas com seu ídolo, Ronaldo Fenômeno, e com Daniel Alves, na Espanha. Foi uma primeira avaliação sobre os clubes em que poderia atuar.
Atualmente, os contatos mais fortes do pai do jogador são com o Real Madrid.
Para não acontecer o mesmo que ocorreu com Marquinhos no São Paulo, que assinou contrato de cinco anos, mas a Fifa só considera três anos o primeiro contrato profissional, e o clube do Morumbi teve de vender o atacante "barato" para o Arsenal, 3,5 milhões de euros, R$ 18,4 milhões. O São Paulo estava a ponto de entrar em grave problema jurídico, correndo o risco de perder o jogador "de graça", já que estava para completar três anos de contrato, mesmo tendo assinado por cinco anos.
Ou seja, na análise do estafe de Endrick e da direção palmeirense, 60 milhões de euros, R$ 316 milhões, é um valor factível, justo com ambas as partes.
Endrick não traiu o Palmeiras.
Mas nada impede que, quando chegar aos 18 anos, o Palmeiras antecipe a renovação de contrato, aí sim, aumentando e, muito, a multa rescisória do jogador.
Tudo dependerá do que acontecerá em campo, nos próximos anos.
Essas são as circunstâncias que explicam a multa "barata" de Endrick.
Os 60 milhões de euros.
E não 100 milhões, como foi cogitado no início de 2022, quando ele foi o principal personagem na sonhada, e inédita, conquista da Copa São Paulo...
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