Palmeiras arrecadou R$ 1,1 bilhão em 2024. Mas foi incapaz de contratar artilheiro. Abel protesta. Coloca zagueiro como centroavante
Querendo vencer o maior rival, técnico palmeirense apelou. Colocou Benedetti, zagueiro. E o mandou jogar como centroavante, para tentar alguma cabeçada. A atitude repercute no clube. Leila não quis investir no artilheiro que Abel precisa
Cosme Rímoli|Do R7
Leila Pereira já confirmou que não entende taticamente de futebol.
Confia em Abel Ferreira.
Mas a atitude do técnico, ontem, contra o Corinthians, chegou até ela.
Conselheiros da situação, que a apoiam até debaixo d’água, alertaram que o português teve de improvisar.
E diante do maior rival.
De maneira nada discreta, ele tirou o lateral Piquerez e colocou Benedetti.
O grandalhão zagueiro, de 1,98 m, foi atuar como centroavante.
Ficou rondando a área de Hugo, esperando que uma bola levantada encontrasse sua cabeça.
Ele é um ótimo defensor canhoto.
Mas sem a movimentação do atacante, do artilheiro que Abel precisa.
Os cruzamentos aconteciam e ele trombou com a zaga corintiana, foi anulado facilmente.
A atitude de Abel Ferreira lembra o desespero de Luiz Felipe Scolari, em 2012.
Torcedores do time, que acabaria rebaixado naquele ano, cansaram de ver a improvisação.
Sem dinheiro para contratar, como destacava Felipão, ele mandava o zagueiro Thiago Heleno terminar as partidas como centroavante.
Situação absurda, mas tolerada pela falta de caixa, de dinheiro.
Só que, em 2024, o Palmeiras teve receitas que passaram de R$ 1,1 bilhão, de acordo com o balanço oficial do próprio clube.
Mesmo precisando desesperadamente de um atleta para essa posição, desde que Leila Pereira assumiu, em janeiro de 2022, a situação se repete.
Ela se nega a investir em atacantes renomados.
O máximo que fez foi tentar Gabigol, quando soube que ele não iria ficar no Flamengo.
Exigiu que assinasse um pré-contrato.
Diante da negativa, desistiu do jogador.
Antes, havia sondado Pedro.
Contratou o uruguaio Merentiel, o argentino Flaco López.
E Navarro, que foi destaque na Segunda Divisão, com a camisa do Botafogo.
Anderson Barros, seu executivo de futebol, sondou André Cury, empresário de Vitor Roque.
Queria saber se havia um caminho para contratar o jogador, que pertence ao Barcelona, mas joga pelo Bétis.
E Barros acenou com a possibilidade de pagar 25 milhões de euros, cerca de R$ 150 milhões.
Só que o clube da Catalunha pagou 74 milhões de euros, R$ 444 milhões.
Não houve acordo.
Nem como tirá-lo do Bétis, que exigiu o término empréstimo.
O Palmeiras tenta a negociação de Vitor Roque por empréstimo, para o Mundial de Clubes.
A direção catalã vai analisar.
E o empresário André Cury busca outras equipes da Europa ao seu jogador.
Não quer que ele volte ao Brasil.
Enquanto isso, Flaco López segue treinando com a falta de empenho que Abel deseja.
O criticado atacante tem mostrado desânimo em relação a seguir no Palmeiras.
Sente a fortíssima rejeição da torcida por seu fraco futebol.
O River Plate não desistiu de sua contratação.
Enquanto isso, Benedetti treina cabeçadas.
Entende como um centroavante tem de se movimentar na área.
Situação bizarra, inaceitável.
Ainda mais porque a previsão de arrecadação do Palmeiras para 2025 é outra vez bilionária.
R$ 1,3 bilhão em receitas.
E Leila Pereira e Anderson Barros seguem sem capacidade de contratar um artilheiro reconhecido, pronto.
Não meras apostas para tentarem ser revertidas.
Como se o time tivesse a função de apenas revender atletas com lucros.
Pobre Benedetti...
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