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Palmeiras, ajudado pela arbitragem no clássico, é líder do Brasileiro. ‘Escandaloso! Nunca vi nada igual na vida!’, desabafa Crespo. São Paulo não aceita mais Ramon Abatti nos seus jogos

São Paulo perdeu para o Palmeiras por 3 a 2, no Morumbi, depois de estar ganhando por 2 a 0. A virada histórica tem origem em um pênalti claro não marcado de Allan em Tapia. E na não expulsão de Andreas Pereira. Para terminar o ‘domingo verde’, o Flamengo perdeu para o Bahia por 1 a 0. Time de Abel vira líder

Cosme Rímoli|Do R7

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Flaco López chuta, para empatar, o jogo. Vitor Roque e Sosa marcaram na virada histórica do Palmeiras, em pleno Morumbi Cesar Greco/Palmeiras

O São Paulo vencia o Palmeiras por 2 a 0.

Fez o melhor primeiro tempo de 2025.

Poderia ter goleado, mas marcou apenas dois.

Com Luciano e Tapia.


A postura vibrante, a coragem do meio-campo e a pressão na saída de bola.

O esquema de Crespo funcionava perfeitamente, anulando o apático time de Abel Ferreira, que não reagia.


O treinador português trocou três jogadores no intervalo.

Tirou Raphael Veiga, outra vez improdutivo, Giay, fraco no apoio e ainda pior na marcação. E Murilo, que fazia uma péssima partida.


Apostou em Maurício, Allan e Bruno Fuchs.

O São Paulo recuou para explorar os contragolpes, ciente que o Palmeiras buscaria atacar.

E, aos seis minutos, um lance claríssimo.

Allan escorrega na área e derruba Tapia, que está de costas.

Pênalti absurdo que Ramon Abatti não marca.

E nem o chefe do VAR, Ilbert Estevam da Silva, não chamar o juiz para corrigir o erro inaceitável.

O São Paulo poderia abrir 3 a 0 contra o rival.

A arbitragem não permitiu.

Tudo ficaria pior.

Três minutos depois, Andreas Pereira dá uma entrada maldosa, violenta, com os cravos da chuteira em Marcos Antônio. E, em vez do cartão vermelho, só o inexplicável amarelo.

O Palmeiras, favorecido pela arbitragem, e pelo recuo excessivo do São Paulo, vira o jogo.

Vitor Roque, Flaco López e Sosa marcaram.

3 a 2, em pleno Morumbi.

Mais tarde, o Flamengo, com dois jogadores expulsos, perdeu para o Bahia, por 1 a 0, em Salvador, gol de Willian José. E o time de Abel Ferreira assume a liderança do Brasileiro. Com um jogo a menos que o rival carioca.

Enquanto a torcida são-paulina ainda vaiava o time, Crespo já começava sua coletiva. E mostrava total indignação.

“Pessoalmente, nunca vivi algo igual de escandaloso como hoje. Tenho 50 anos, 32 anos de futebol, como jogador e treinador. Nunca vi nada igual, nunca vi nada tão evidente.

“Tenho o maior respeito pelo Palmeiras, pelos jogadores, pelo treinador, pela história, o melhor treinador deste ciclo do Palmeiras e talvez da história, nada contra o Palmeiras.

“Me pareceu escandaloso, nunca vi nada igual!”

“O que vivi hoje foi escandaloso, não posso crer. Foi tão evidente, tão grande, que não posso crer o que passou.”

Ao mesmo tempo da coletiva, o presidente do São Paulo, Julio Casares, entrava em contato com a direção da CBF. E deixou claro que não quer mais Ramon Abatti e nem o chefe do VAR, Ibert Estavam da Silva, trabalhando em jogos do clube, nesta reta final do Brasileiro.

São Paulo já pediu o veto de Ramon Abatti. E CBF vai ceder. Ele não apitará mais jogos do São Paulo no Brasileiro Cesar Greco/Palmeiras

O diretor de futebol do São Paulo, Rui Costa, confirmou que Casares conversou com o presidente da CBF, Samir Xaud, logo após a partida. E fez seu protesto. E os seus vetos.

“O São Paulo Futebol Clube exige que a Comissão de Arbitragem da CBF adote medidas imediatas diante de mais uma atuação desastrosa da equipe de arbitragem, que compromete a credibilidade da competição e o trabalho realizado por jogadores, comissão técnica e diretoria.”

Abel Ferreira, com certeza o treinador neste país que mais reclama de árbitros, negou o óbvio.

O clamoroso pênalti, que poderia abrir três gols de desvantagem de seu time, foi negado. De forma constrangedora.

“Se por qualquer motivo no momento que Allan escorrega a bola estivesse a ser disputada pelo jogador do São Paulo eu acharia que era pênalti, mas não tenho as decisões. Se me lembro a bola está longe, não está a ser disputada.

“O Allan não fez um carrinho para acertar no jogador. Se o jogador do São Paulo estivesse disputando a bola, na minha opinião era pênalti.

“Mas, da forma que foi, sem querer e com a bola do outro lado, na minha opinião não é pênalti.”

Abel sabe que sua ‘explicação’ não tem a menor lógica.

A bola estava em jogo e Allan derrubou Tapia dentro da área. No mínimo, entrada temerária, portanto pênalti claríssimo.

O treinador palmeirense não assumiu para não diminuir a importância de sua mudança tática e a aplicação dos jogadores, que renderam realmente muito, na segunda etapa.

Mas negar o pênalti e nem comentar a justa expulsão de Andrea Pereira, que não aconteceu, foi decepcionante.

Principalmente para quem insiste por justiça no futebol brasileiro.

Triste a postura de Abel. Ele teve a coragem de negar o pênalti de Allan em Tapia. Constrangedor para o treinador que clama por justiça na arbitragem brasileira Cesar Greco/Palmeiras

Independentemente dos erros absurdos da arbitragem, os jogadores do Palmeiras comemoraram muito a vitória.

A virada, calando o Morumbi.

“É uma identidade que não só essa equipe já demonstrou, mas como o clube em si já demonstrou muitas vezes, de nunca desistir, sempre acreditar, independente da dificuldade que a gente passou no primeiro tempo, a gente sabia que tinha o segundo tempo inteiro pela frente.

“Fico muito feliz em voltar a jogar, eu não tive uma sequência nos últimos sete, oito jogos ali, mas esperei, trabalhei, sabia que o meu momento ia chegar e que a gente ia conseguir fazer o que a gente queria. Eu acho que eu tinha que estar preparado e hoje fui muito feliz junto com meus companheiros.”

A declaração foi de Maurício, que entrou no segundo tempo, e um dos grandes responsáveis pela virada. Ele está sendo injustiçado por Abel. Merece ser titular do time.

Flaco López igualou os 22 gols de 2024. Mas com 51 partidas, dez a menos do que no ano passado. Vivendo fase tão boa, que merece a convocação para a Seleção Argentina.

“É muito importante vencer o jogo onde a gente começou mal, não estava jogando da maneira que Palmeiras joga.

“Mas o futebol é isso, conseguimos no intervalo ajustar as coisas e, graças a Deus, conseguimos fazer mais um jogo histórico aqui no campo deles e conseguimos a vitória.”

O oportunismo de Sosa decretou a vitória histórica, de virada, do Palmeiras. Calou o Morumbi Cesar Greco/Palmeiras

Enquanto o Palmeiras é líder do Brasileiro, o São Paulo caiu para a oitava colocação. Passará 2025 sem conquistar um título. Mas sonha com uma vaga, pelo menos, para a Libertadores de 2026.

“Estávamos ganhando, estávamos fazendo uma boa partida. Infelizmente a gente toma uma virada, a gente não esperava. Mas é isso, agora a gente tem que levantar a cabeça e seguir”, disse Marcos Antônio, o melhor jogador do time de Crespo.

Ramon Abatti não será mais escalado para as partidas do São Paulo.

Mas ele não é responsável pelo fracasso do clube em 2025.

A pressão sobre a diretoria e, principalmente, sobre Julio Casares só aumenta.

Enquanto isso, o Palmeiras vive momentos de tranquilidade e confiança, com a liderança do Brasileiro.

Restando 13 rodadas para acabar o Campeonato Nacional...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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