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Cosme Rímoli - Blogs

Palmeiras acertou em cheio ao ouvir Abel Ferreira. Vendeu Patrick de Paula e Verón. De estrelas promissoras a tristes decepções

Abel Ferreira foi muito criticado pela direção ao indicar a saída de Patrick de Paula. E confirmar que Verón não faria falta. De jovens promessas, os atletas se perderam. Foram duas desilusões longe do Palestra Itália

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Patrick de Paula e Verón. Dois jogadores que não se adaptaram ao Palmeiras de Abel. Carreiras estagnadas
Patrick de Paula e Verón. Dois jogadores que não se adaptaram ao Palmeiras de Abel. Carreiras estagnadas

São Paulo, Brasil

O Palmeiras conseguiu R$ 88 milhões com dois jogadores que eram vistos, pela diretoria, como duas futuras estrelas. E que teriam muito espaço no clube antes de serem negociadas.

Mas Abel Ferreira foi firme, direto.

As avaliações, inclusive de membros de sua comissão técnica, estavam erradas.


O melhor seria vender os atletas.

Eles não tinham o perfil de jogadores que queria no seu elenco.


O português insiste. Além do lado técnico, pesam, até mais, a postura dos jogadores diante do grupo, a obediência às determinações do técnico, o respeito à hierarquia dos companheiros, a dedicação total aos treinos, mesmo quando badalados pela volúvel imprensa brasileira, carente de ídolos.

E tanto Verón quanto Patrick de Paula decepcionaram Abel.


Acabaram ganhando o aval para a saída, que muitos jornalistas e dirigentes do clube consideraram precoce.

Mas o tempo acabou provando que não.

Ambos saíram no ano passado.

Verón havia sido o melhor jogador da Copa do Mundo de 2019, sub-17, que a seleção conquistou. Como a competição foi disputada no Brasil, o atacante do Rio Grande do Norte teve ainda mais holofotes.

Abel reconhecia o arranque, os dribles, a velocidade do garoto.

Só que faltavam visão tática e um pouco de companheirismo. 

O fato de ter sido escolhido como o melhor do mundo pesou no lado psicológico.

O treinador português teve a chance de acompanhar os seus treinos e colocá-lo em campo. O rendimento entre os profissionais estava longe daquilo que fazia nos times de base.

Até que chegou a oferta do Porto.

O clube português é conhecido no mercado internacional como "trampolim" de jovens atletas para gigantes europeus.

A proposta de 10,5 milhões de euros, R$ 56 milhões, foi aceita. Com o Palmeiras ficando com 10% dos direitos, em futuras transações. 

Abel deu seu aval. Só questinou a quantia. Considerou muito baixa. Exagerado, dizia que Verón deveria ser vendido pelo valor de Neymar.

Mas não foi contrário à negociação.

Pelo contrário.

E a transação foi concluída.

Verón ter sido o melhor do mundo não impressionou Abel. Saiu. E mostra fraco futebol no Porto
Verón ter sido o melhor do mundo não impressionou Abel. Saiu. E mostra fraco futebol no Porto

No Porto, Verón seguiu com os erros apontados por Abel. Não conseguiu se firmar como titular. Acumulou jogos decepcionantes. Mostrava falta absoluta de competitividade. Queria apenas atacar.

Com a bola, pecou por falta de confiança.

De acordo com a imprensa portuguesa, acabou se isolando no elenco.

A ponto de a decepcionada direção do Porto não conseguir repassá-lo a clubes europeus. E o estar oferecendo a equipes brasileiras. 

O Grêmio foi o primeiro a saber da disponibilidade, e o tenta por empréstimo. O Internacional entrou na disputa. E acena a possibilidade de compra.

Mas a decisão do Porto é negociar o brasileiro, que não confirmou seu grande futebol mostrado no Mundial Sub-17. Como Abel Ferreira havia antecipado.

O mesmo se deu com Patrick de Paula.

O garoto que surgiu em um torneio de favelas, no Rio de Janeiro, acabou se deslumbrando com a noite de São Paulo.

O treinador português estava absolutamente tenso com a pandemia. Havia determinado que os jogadores que não respeitassem o isolamento não seriam perdoados. Porque estariam expondo não só suas vidas, como as dos companheiros.

Patrick de Paula já não estava se dedicando aos treinamentos como Abel exigia. Pelo exames modernos é possível detectar se um atleta teve, ou não, uma boa noite de sono. Não era o caso do meio-campista em várias oportunidades.

Tudo culminou quando foi flagrado em uma balada pelas torcidas organizadas do Palmeiras.

Seu rendimento já estava caindo.

E Abel recomendou a saída do atleta, na primeira oportunidade.

Por isso, chocando principalmente a imprensa paulista, ele foi vendido ao Botafogo, no início do ano passado.

O jogador não queria sair, mas foi convencido de que, com o treinador português, não teria mais espaço.

Foi para o Rio de Janeiro.

Jogar no Botafogo, por R$ 33 milhões, por 50% dos seus direitos.

E voltou a fazer péssimas partidas na capital carioca.

Faltavam foco, vibração, força física.

Já era uma decepção.

Não se firmando como titular.

Tudo ficou pior quando, em um clássico contra o Flamengo, no dia 25 de fevereiro, rompeu os ligamentos do joelho esquerdo. A lesão foi enorme e muito "complicada", de acordo com o próprio clube carioca.

Ele não voltou a jogar em 2023.

A previsão é que volte a atuar em fevereiro ou março de 2024.

Completando mais de um ano de recuperação.

Ou seja, Abel Ferreira esteve certo ao liberar a dupla.

Patrick de Paula tomou um susto quando o Palmeiras decidiu vendê-lo. Por ordem de Abel Ferreira
Patrick de Paula tomou um susto quando o Palmeiras decidiu vendê-lo. Por ordem de Abel Ferreira

De grandes promessas, tornaram-se desilusões.

Na direção do Palmeiras hoje há um grande alívio pela saída de Verón e Patrick de Paula.

Por um triz, Gabriel Menino não seguiu o mesmo caminho.

Mas conseguiu convencer Abel Ferreira.

Parou de frequentar baladas, de verdade.

E conseguiu se firmar no elenco.

Esteve muito perto de ser vendido em 2022.

A postura do treinador em relação a Verón e Patrick de Paula serve como referência a qualquer novo contratado ou jogador que suba da base.

"Aqui todos se respeitam.

"Mais importante é o grupo, sempre.

"Quem não se adapta não fica."

Repete o técnico.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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