Palmeiras aceita vender qualquer jogador. Mas não consegue
Galiotte insiste. Busca compensar, pelo menos R$ 150 milhões, que o clube deixou de ganhar, por conta da pandemia. Ninguém é inegociável. Mas há excesso de oferta e poucos compradores
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O Palmeiras fez seis partidas como mandante, e com público pagante, em 2020. Elas aconteceram entre 29 de janeiro e dez de março.
Contra Oeste, São Paulo, Guarani, Mirassol, Ferroviária e Guaraní do Paraguai.
Arrecadou R$ 7,7 milhões.
O Allianz Parque é o estádio melhor localizado da capital mais rica do país.
O preço médio dos ingressos da partida pela primeira fase, a de grupos da Libertadores, foi de R$ 67,00.
No início do Paulista, R$ 56,00.
O clube fez 72 partidas em 2020.
Pela projeção dos dirigentes, deixou de arrecadar pelo menos mais, pelo menos, R$ 90 milhões.
Na temporada 2021 não teve nenhuma partida com público pagante.
No balanço de 2020, sua dívida passava dos R$ 600 milhões.
Mesmo com os badalados patrocínios da Crefisa e da Puma.
O presidente Mauricio Galiotte quer acabar o seu segundo mandato com as finanças equilibradas.
E já avisou aos seus companheiros de diretoria e membros do Conselho de Orientação Fiscal do clube. Será preciso 'cortar na própria carne'.
Ou seja, vender jogadores.
A pandemia acabou com o perfil de Palmeiras comprador.
Abel Ferreira sabe.
Não gostaria, mas compreende.
E sabe que dificilmente este sexteto permanecerá intacto, após a janela do meio do ano.
Gustavo Goméz, Viña, Rony, Patrick de Paula, Gabriel Menino, Verón e Dudu. Sim, Dudu...
São os atletas que o Palmeiras pode fazer mais dinheiro.
E que têm mais mercado no Exterior, principalmente na Europa.
Galiotte já não escondia que, desde a saída de Alexandre Mattos como executivo, no final de 2019, a filosofia no clube mudou.
Acabou a prioridade na compra de atletas formados, consagrados, para buscar títulos.
A direção é investir em atletas com possibilidade de conquistas, mas revenda com lucro.
Os seis já tiveram sondagens do Exterior. O Al Duhail não exerceu o direito de compra de Dudu e ele deverá voltar ao clube em julho.
A dificuldade está no fato de a pandemia ter afetado o poder de compra dos clubes europeus.
As sondagens têm sido muito abaixo que a direção palmeirense esperava.
Por enquanto, muito especulação, ansiedade dos agentes que costumam negociar atletas brasileiros com o Exterior.
Como Giulano Bertolucci, que representa Patrick de Paula.
Galiotte acredita que há muita oferta para poucos compradores na elite do mercado.
Mas conselheiros que dão sustentação à atual diretoria sabem.
O Palmeiras não irá desistir de negociar pelo menos dois dos seus principais jogadores.
A projeção de vendas de atletas, feita em dezembro de 2020, era de R$ 80 milhões, no mínimo, para a estabilidade financeira do clube.
Mas conseguir, pelo menos, R$ 160 milhões, seria ideal para compensar toda a perda com a pandemia.
Porque além de falta de dinheiro com ingressos, houve 'fuga' dos sócios-torcedores. Tão grande que o clube se recusa a fornecer números concretos. Temendo estimular a saída de mais.
E o dinheiro das vendas não está amarrado a este sexteto.
Mas demais atletas como Lucas Lima, Gustavo Scarpa, Luan, Raphael Veiga, Danilo também estão à disposição para negociações. Não há ninguém inegociável no elenco. Nem Weverton.
A eleição para novo presidente será em dezembro.
Galiotte sente a responsabilidade de melhorar as finanças palmeirenses.
E o caminho passa, necessariamente, por vendas de atletas.
A única proposta concreta é por Rony.
Feita pelo Atlanta United, de 15 milhões de euros, cerca de R$ 80 milhões. A proposta é considerada baixa porque o Palmeiras tem 'apenas' 50% dos direitos do atacante. Ou seja, receberia R$ 40 milhões.
Os demais estão sendo especulados.
Como Patrick de Paula, como plano B, para o Olympique de Marseille, caso Gerson resolva ficar no Flamengo.
A diretoria do Palmeiras quer negociar jogadores.
Mas ofertas não chegam...
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