Oscar repete, no São Paulo, o ‘drama Neymar’. Contusões se repetem, estrela não joga. Aos 34 anos, ele custa R$ 2,3 milhões por mês. Conselheiros pressionam Casares. Até por rescisão

Guardadas as proporções, a volta de Oscar, para o São Paulo, é muito semelhante ao retorno de Neymar no Santos.

Se Marcelo Teixeira insistiu com o jogador, no Morumbi, o culpado pelo retorno é Julio Casares.

Depois do fracasso com James Rodríguez, ele acreditou que com Oscar seria tudo diferente.

E como Teixeira, reserva o maior salário do São Paulo, para o jogador que sonhava trazer de volta.

Neymar recebe, entre contratos, salários e luvas, R$ 9,1 milhões ao Santos.

Oscar, R$ 2,3 milhões.

Tudo que é pago aos jogadores sai do clube e não dos bolsos dos dirigentes, não custa lembrar.

Santos e São Paulo devem cerca de R$ 1 bilhão.

Os juros são cruéis e aumentam as dívidas a cada mês.

Oscar e Neymar eram parceiros de Seleção.

Em 2013, o santista pediu a Felipão e ‘tomou’ a camisa 10 de Oscar, que passou a atuar com a 11.

Eles atuaram nas seleções de base juntos.

Oscar tem 34 anos e Neymar 33 anos e meio.

A coincidência se encontra na decepção das lesões.

Ambos só conseguiram entrar em campo 21 vezes em 2025.

O São Paulo atuou por 46 vezes no ano.

O Santos, 44.

A performance é igualmente frustrante.

Neymar marcou só três gols.

Oscar, nem isso.

Apenas dois.

A grande diferença é a duração dos contratos.

O de Neymar acaba no dia 31 de dezembro, daqui menos de dois meses.

O de Oscar também acaba no dia 31 de dezembro.

Mas de 2027.

Ou seja, faltam dois anos e 47 dias.

A direção santista está dividida.

Não há unanimidade pela renovação de Neymar.

Só, para variar, Marcelo Teixeira que insiste.

No São Paulo, o movimento é diferente, em relação a Oscar.

Os principais membros da direção do clube souberam, ainda no sábado, que o jogador teve uma distensão na panturilha esquerda.

E no final de semana, a troca de mensagens entre conselheiros que sustentam Casares, e apoiaram a sua luta para mudar o estatuto do clube, e ficar mais um mandato, foi pesada.

Vários deles foram pelo mesmo caminho.

Entendem que Oscar não está conseguindo ser útil ao São Paulo.

Quando não esteve contundido, nas partidas que atuou não rendeu o que se esperava.

Os 34 anos ficam nítidos na falta de intensidade, velocidade, o desaparecimento das arrancadas, dribles.

Os questionamentos chegam ao ponto de indagar a Casares se uma rescisão amigável não seria o melhor caminho.

Principalmente para o clube, que vive graves dificuldades financeiras.

E que acumula desilusões este ano.

Eliminado que está do Paulista, Copa do Brasil e Libertadores.

Além da certeza de não vencer o Brasileiro, com o clube na frustrante oitava colocação. A dez pontos do líder Palmeiras.

Oscar tem se dedicado aos treinamentos.

Feito todo esforço.

Mas tanto com Zubeldía quanto com Crespo, seu rendimento sempre foi fraco.

Se tornou um jogador burocrático.

Dependendo do empresário do meia, o contrato continua.

Não há rescisão.

Oscar não receberia R$ 2,3 milhões em clube algum, pelo atual momento de sua carreira.

Casares se sente preso a Oscar.

Foi ele quem se empenhou pessoalmente no seu retorno.

E ofereceu os três anos de contrato.

O retorno ao São Paulo é decepcionante.

Nada de empresas buscando patrocinar o jogador.

Nada de sucesso na mídia.

Nem mesmo conseguiu ser ídolo da torcida.

Por não ter sequência em campo.

A grande diferença entre o que ele e Neymar vivem é que o São Paulo já conseguiu fugir do rebaixamento.

O Santos, não.

Mas no Morumbi há uma certeza.

Depois de James Rodríguez e Oscar, Casares não buscará mais veteranos midiáticos para 2026.

A dúvida é se Oscar vai querer seguir no clube, sem jogar.

Ou como mero reserva, como merece seu atual futebol...