Os motivos que fizeram o Palmeiras não inscrever Borja na Libertadores
Futebol fraco, revolta com a reserva, falta de espírito de grupo. Jogador mais caro da história é grande decepção. Não atuará mais no clube
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Foi o pior e o mais caro negócio do Palmeiras.
Em 2017, pagou US$ 10,5 milhões, cerca de R$ 53,7 milhões, por 70% do colombiano Borja, revelação da Libertadores, vencida pelo Atlético Nacional, com direito à eliminação sem sustos do São Paulo, na semifinal.
O sonho do executivo Alexandre Mattos, que comandava o futebol, era usa a Copa do Mundo da Rússia como vitrine.
E vendê-lo, com enorme lucro. O sonho era conseguir pelo menos o dobro.
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Só que Borja fracassou no Palmeiras. Na Seleção Colombiana. O clube não só não o vendeu, como teve de comprar os outros 30% restantes, pagando mais 3 milhões de dólares, cerca R$ 15,3 milhões, depois de o Atlético Nacional procurar a Fifa.
Ou seja, ele custou R$ 69 milhões.
Um absurdo.
Porque bastasse a direção do Palmeiras fazer uma pesquisa a fundo na carreira do jogador e chegaria à conclusão que ele só tinha conseguido meses de alto rendimento na carreira, justamente na Libertadores de 2017.
O fracasso de Borja serviu como um dos motivos para o presidente Mauricio Galiotte decidir não seguir mais com Alexandre Mattos.
Só que o colombiano seguia com contrato com o clube.
Foi emprestado ao Junior Barranquilla este ano. A equipe do 'seu coração' avisou ao Palmeiras, não exerceria o direito de compra.
Ele voltou ao clube. E poderia ser inscrito para os jogos finais da Libertadores, bastaria o Palmeiras pedir a liberação na Fifa.
Só que a direção decidiu que ele não jogaria mais pelo clube.
Borja ficou sem entender, porque ele havia conversado com o treinador Abel Ferreira, que sabia dessa possibilidade.
"Não entendo o motivo de não me quererem. Sou jogador do Palmeiras, era só chegar, vestir a camisa e jogar. Não entendo essa situação", disse o jogador ao repórter André Hernan.
O Palmeiras não se manifestou.
Exatamente como fez com Deyverson, que queria seguir no clube. E se mostrou outra contratação fracassada de Alexandre Mattos.
O que acontece em relação a Borja é ainda pior.
Além do fraco futebol, a postura do colombiano no clube pesou contra ele, para que a direção palmeirense resolvesse não inscrevê-lo nesta reta final de Libertadores.
Borja se mostrou um jogador de personalidade extremamente difícil. Ao perceber que perdia prestígio por não conseguir se firmar como titular, não personificando o artilheiro que se esperava, ele foi se fechando.
Isolando do grupo, com o meia-atacante Guerra, que também veio do Atlético Nacional, e que também fracassou no Palmeiras.
Os dois se apoiavam e, ressentidos, começaram a se afastar dos companheiros. Passaram a cumprir suas obrigações profissionais, até pelos ótimos contratos que assinaram.
Os treinadores que passaram pelo Palmeiras foram se desiludindo com Borja.
Bastaram dois meses de clube e, contra a Ponte Preta, ele jogava mal. A torcida o vaiava no Allianz Parque. Ao ser substituído por Eduardo Batista, no jogo que custou a eliminação do Palmeiras no Paulista, o colombiano chutou um copo de água, em frente ao banco de reservas. Para deixar evidente sua insatisfação.
Foi assim o tempo todo.
Virou reserva. Muitas vezes, reserva do reserva.
Até que foi para o Júnior Barranquilla, acreditando que o clube o contrataria, e não voltaria mais ao Palmeiras.
Na semana passada, ele teve a notícia que o clube não o compraria.
E fez mais uma declaração de amor à equipe colombiana.
"Há algumas horas meu representante me comunicou que o Junior não está em condições de comprar meus direitos como jogador, então quero expressar meu agradecimento a toda a torcida, aos meus companheiros, aos jornalistas e a todas as pessoas que me deram apoio e demonstraram amor durante esta linda passagem pela equipe que sou torcedor de coração.
"Ficaria encantando em continuar representando as cores da minha amada equipe, mas infelizmente não será assim. Espero que não seja um adeus e sim um até logo."
Deixou claro à direção palmeirense que voltava por obrigação.
Daí a certeza de que o melhor seria não inscrevê-lo na Libertadores.
E buscar uma nova equipe para o jogador em 2021, seu último ano de contrato.
A decisão não partiu de Abel Ferreira.
Mas do presidente Galiotte.
Como aconteceu com Deyverson.
O dirigente não perdoa como Borja se comportou como jogador do Palmeiras.
A tensão que criou.
Guerra, que apenas treinou o ano todo no Palmeiras, seperado dos companheiros, terminará seu contrato no dia 31 de dezembro.
Para evitar a mesma situação, em 2021, a direção procura um clube para colocar Borja. Pode ser por empréstimo. Desde que pague seu salário.
Não há mais espaço para o jogador no Palestra Itália.
Simples assim...
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