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Os chocantes áudios dos erros do juiz e do VAR no clássico São Paulo e Palmeiras são expostos. Abatti e Ilbert podem ficar quatro meses suspensos. E servir de exemplos aos árbitros do Brasil

A procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva considerou os erros de Ramon Abatti e de Ilbert Estevam graves demais. O São Paulo conseguiu que a CBF liberasse os áudios. Eles são constrangedores. A dupla errou demais

Cosme Rímoli|Do R7

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Ramon Abatti corre o risco de servir de exemplo aos outros árbitros. STJD julgará se o pune ou não pelos erros graves no clássico Cesar Greco/Palmeiras

Ramon Abatti corre o sério risco de servir de exemplo.

A cúpula da CBF não suporta mais a pressão dos grandes clubes brasileiros.

Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Grêmio, Santos...

Virou um triste rodízio de reclamações e pedidos de vetos contra árbitros e chefes do VAR, a cada semana, na sede da entidade, em 2025.


Houve uma importante conversa entre o chefe da Comissão de Arbitragem, Rodrigo Cintra, e o presidente da CBF, Samir Xaud, na segunda-feira.

Xaud exige que Cintra descubra uma maneira para que os graves erros no Brasileiro terminem. Reciclagem, afastamento, punição, renovação do quadro. Seja o que for. O comando da CBF não quer mais ter de suportar reclamações veementes a cada rodada do campeonato.


Abatti e Ilbert Estevam já deverão sentir na pele as consequências dos erros inacreditáveis no clássico entre São Paulo e Palmeiras. A não marcação de um pênalti de Allan em Tapia. E não expulsão de Andreas Pereira, que deixou a sola da chuteira, em cima da canela de Marcos Antônio.

Lances claríssimos e que tiveram influência direta no resultado do jogo, vencido pelo Palmeiras por 3 a 2, no Morumbi.


O árbitro e o chefe do VAR foram denunciados oficialmente pela procuradoria do STJD.

A acusação é que deixaram de ‘observar as regras da modalidade’, como está previsto no artigo 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Ou seja, não aplicaram a lei.

O que pode complicar para Abatti é que ele já foi acusado uma vez este ano pela procuradoria do STJD.

Por não observar a lei de oito segundos, quando a bola está sob o domínio do goleiro. Se passar esse tempo, para evitar cera, a Fifa determina que seja marcado escanteio contra o time do arqueiro.

Na partida entre Palmeiras e Botafogo, 0 a 0 no Allianz, John abusou da cera. Em determinado lance, ele ficou 20 segundos com a bola nas mãos. E Abatti nada fez.

Foi denunciado pela procuradoria do STJD e foi apenas advertido.

Mas serviu o julgamento serviu de exemplo para os outros árbitros brasileiros, que passaram a ser mais rígidos com os goleiros.

O presidente da CBF, Samir Xaud, se cansou de ser pressionado pelos clubes, por erros de arbitragem. Quer afastamento dos juízes que errarem Rafael Ribeiro/CBF

Desta vez, a situação de Abatti e de Ilbert está muito mais complicada.

Há uma pressão generalizada da opinião pública pela punição.

Eles podem ficar até quatro meses afastados, sem trabalhar.

A defesa da dupla vai alegar que os erros foram técnicos.

E os dois não deixaram de ‘observar as regras do jogo’.

Tudo ficou pior com a divulgação dos áudios do VAR, exigida pelo São Paulo.

Ela foi feita nesta manhã de quinta-feira.

Sobre o pênalti claro, a interpretação errônea de Ilbert.

Sua fala é equivocada de forma assustadora.

“Ramon, é justamente isso que você narra, tá? Tem o jogador do Palmeiras que escorrega, e esse contato com o atleta é acidental. É uma bola saindo da área, tá? E o jogador do Palmeiras claramente tem um escorregão, tá?.”

Esta é a sequência completa.

  • ÁRBITRO: Escorregou, escorregou! Jogador escorrega fora do lance da bola, escorregou!
  • VAR: Vou checar agora, Ramon. É uma bola saindo da área, qual é essa câmera?
  • AVAR: É a câmera 1.
  • VAR: Pela câmera 1, nós temos uma bola que está saindo da área, tem um jogador do Palmeiras que escorrega e ele tem um contato com seu adversário, tá? Eu estou focado justamente nesse escorregão.
  • AVAR: A (câmera) diagonal mostrou agora também esse lance, tá?
  • VAR: Agora deixa eu ver se está dentro do contexto, tá? Põe a (câmera) 16x50.
  • ÁRBITRO: Para mim foi um choque, o jogador do Palmeiras escorrega, a bola está passando, há o choque, mas jogador escorregou.
  • VAR: Olha só: a gente tem essa condição aqui, a bola está saindo da área, totalmente acidental... Ramon, é justamente isso que você narra, tá? Tem o jogador do Palmeiras que escorrega, e esse contato com o atleta é acidental. É uma bola saindo da área, tá? E o jogador do Palmeiras claramente tem um escorregão, tá?
  • AVAR: E a bola já tinha passado, né?
  • ÁRBITRO: [Falando aos jogadores] Já foi checado, tá?
  • VAR: Copiou, Ramon?
  • ÁRBITRO: [Falando aos jogadores] Olha o que eu vou falar para vocês. Vocês precisam me escutar, tá? O jogador escorregou e não é uma entrada, tá?
  • VAR: Ramon, ainda confirmo para você que a bola não está para nenhum dos dois atletas, tá?
  • ÁRBITRO: [Falando aos jogadores] Abaixe o braço e respeite minha decisão. Não é falta nem fora e nem dentro, não é. Pode ir.

E há também os detalhes da entrada de Andreas Pereira em Tapia.

Inacreditável os dois, vendo pela tela da tevê, não recomendarem a óbvia expulsão.

  • ÁRBITRO: Bola...
  • VAR: Quero ver esse contato.
  • ÁRBITRO: Ele [Andreas Pereira] pisa na bola...
  • VAR: Jogador toca na bola...
  • AVAR: Ele até toca na canela...
  • AVAR: Tem um contato que não é pleno na canela e posteriormente um contato embaixo junto com o pé.
  • ÁRBITRO: Para mim, o André [Andreas Pereira] coloca o pé na bola...
  • VAR: Quero ver se ele despreza a disputa da bola e vai por cima...
  • VAR: Tudo checado, identidade identificada, cartão amarelo para o camisa número 8.

A divulgação dos áudios expôs de vez os erros absurdos. Veja aqui a conversa na íntegra.

Abatti e Ilbert já foram afastados pela Comissão de Arbitragem.

Agora, o STJD deverá suspender a dupla.

Para servir de exemplo para os já pressionados árbitros do Brasil...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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