O terrível erro de Mattos. Preferir Carlos Eduardo a Bruno Henrique
Palmeiras gastou mais com o jogador que veio do Pyramids. Só conseguiu marcar um gol. Fla apostou em Bruno Henrique, que virou o melhor do Brasil
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Muito além de Borja, a pior contratação em termos financeiro da história do Palmeiras, envolvendo 13,5 milhões de dólares, cerca de R$ 54,7 milhões, Alexandre Mattos cometeu outros erros pesados para o clube.
Como Lucas Lima, Guerra, Ricardo Goulart, Eric.
Mas três deles afetaram diretamente Luiz Felipe Scolari.
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O treinador chegou em julho de 2018. E internamente lamentou muito a venda de Keno, poucos dias antes de assumir. Como muitos conselheiros, a considerou inexplicável, pela eficiência do jogador e, pela situação privilegiada financeiramente do clube, àquela altura.
Era o atacante mais eficiente palmeirense.
Mas ele se foi para o Pyramds por 10 milhões de dólares, cerca de R$ 40 milhões.
Nos meses seguintes, Scolari seguiu pedindo um outro atacante de velocidade, artilheiro.
Havia no mercado Bruno Henrique, do Santos.
Seu preço: R$ 23 milhões.
Seria uma negociação difícil já que o clube do litoral não o queria vender.
Mas não era segredo no mercado que o atleta estava disposto a sair.
Só que a opção foi não 'comprar briga' com o Santos.
Foi quando Mattos surgiu com dois jogadores velozes, no final de 2018.
E que Felipão efetivamente não pediu.
Mal conhecia.
O primeiro, caríssimo, Carlos Eduardo.
Ele estava no mesmo Pyramids que levou Keno.
O Palmeiras devolveu US$ 6,5 milhões, R$ 26,3 milhões, ao clube.
Na prática, houve uma troca: o Palmeiras cedeu seu atacante mais eficiente em 2018 e ficou com um atleta que estava mal, na reserva.
E também trouxe, por empréstimo, Felipe Pires, do Hoffenheim, outro reserva.
Felipão não havia pedido os dois.
Apenas os aceitou.
Defendeu hierarquicamente Mattos.
E ainda viu o Flamengo levar Bruno Henrique, muito mais barato.
Um mês depois!
Conselheiros, companheiros de diretoria de Mauricio Galiotte pressionaram o dirigente com o decorrer de 2019.
Como o Palmeiras contratou atletas com potencial tão fraco?
E principalmente teve a coragam de pagar mais por Carlos Eduardo do que bancaria por Bruno Henrique?
Em seis meses, o clube repassou Felipe Pires ao Fortaleza.
No Palmeiras, entrou em campo 16 vezes e marcou um único gol.
Com Carlos Eduardo a situação era muito pior.
Ele assinou contrato de cinco anos.
Até dezembro de 2023.
Com salários de R$ 500 mil.
Acabou reserva do reserva.
Seus treinos e poucos jogos eram cada vez piores.
Só mostrou correria, faltava habilidade, objetividade, talento nas tabelas, nas infiltrações, precisão nos arremates.
Atleta facilmente marcável.
E inseguro.
Sem espaço, sem confiança de Felipão, depois de Mano Menezes.
Enquanto isso, Bruno Henrique se firmou como o grande jogador do Flamengo. Tanto na conquista da Libertadores quanto na do Brasileiro.
Dorival Júnior assumiu o Athletico Paranaense.
E lá um jogador com características parecidas de Carlos Eduardo foi muito bem.
Marcelo Cirino.
Dorival jogou, treinou o Palmeiras, é sobrinho de Dudu, histórico volante do clube. Tem relação com o Palestra Itália. Sabe que seria fácil levar Carlos Eduardo por empréstimo.
E a diretoria dos dois clubes estão fechando o empréstimo por um ano.
O clube de Mauro Celso Petraglia deverá pagar R$ 2,5 milhões, já ficando com 20% dos direitos do jogador. Tamanha é a vontade de o clube paulista negociá-lo.
Alexandre Mattos gastou mais de R$ 200 milhões na contratações de jogadores, na sua passagem pelo Palmeiras.
O objetivo era a Libertadores.
Nunca chegou sequer à uma final.
E cometeu vários erros de avaliações.
Foi demitido.
Mas o Palmeiras ainda se ressente.
E tenta corrigir equívocos importantes.
Carlos Eduardo foi um dos grandes.
Assim como perder Keno.
Ou não enfrentar o Santos por Bruno Henrique...
(E o Atletico levou Carlos Eduardo. Por um empréstimo de longa duração, três anos. E ainda adquiriu 20% dos direitos do atacante.
A direção do Palmeiras se livrou de um, dos vários erros, de Mattos...)
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