‘O sonho acabou. Temos de aceitar. O Chelsea foi melhor.’ Conformado, Abel perde o seu terceiro Mundial com o Palmeiras. Os primeiros foram em 2020 e 2022. Este pode ter sido o último
Português se mostrou resignado, cansado, depois de mais uma vez fracassar em ganhar o Mundial com o Palmeiras. A derrota por 2 a 1 para o Chelsea foi aceita de forma diferente. Ele segue sem querer renovar seu contrato, que termina em dezembro

Foi a terceira tentativa de Abel Ferreira.
Na primeira chance de ser campeão mundial com o Palmeiras em 2020, terminou na quarta colocação.
Perdeu para o Tigres, do México, e do Al Ahly, do Egito, nos pênaltis.
Em 2022, caiu diante do Chelsea.
E ontem, mais um plano fracassado.
Perdeu para o mesmo clube inglês, pelo mesmo placar de três anos atrás. E foi eliminado do Mundial de 2025.
O treinador português se mostrava desiludido.
Estranhamente conformado com a queda ainda nas quartas-de-final, com o Palmeiras muito instável e sendo o único clube brasileiro a não vencer um europeu neste Mundial.
“ O sonho acabou. É difícil, mas temos que aceitar. Nosso adversário foi melhor do que nós. Acho que depois da primeira parte, fizemos alguns ajustes no nosso time, mas infelizmente no segundo tempo não conseguimos fazer o segundo gol. Tentamos até o final. O jogo foi decidido em detalhes.”
O treinador fez o máximo para não citar o óbvio.
Não teve substitutos à altura para Murilo, contundido.
Gustavo Gómez e Piquerez, suspensos.
O italiano Enzo Maresca se aproveitou.
E fez o Chelsea forçar pelo lado esquerdo da defesa brasileira.
Bruno Fuchs, Micael e Vanderlan se esforçavam, mas eram jogadores bem abaixo dos titulares.
Para piorar, Abel errou feio na montagem do sistema defensivo do Palmeiras, caótico no primeiro tempo.
Ele acreditou que o Chelsea teria uma saída de bola com três zagueiros e dois meio-campistas. Maresca decidiu que seu time, quando estivesse com a bola na zaga, teria três defensores e apenas um meio-campista.
Fez toda a diferença, porque havia espaço para jogadores talentosos como Palmer, Enzo Fernández, Pedro Neto.
Em 18 minutos de partida, o Chelsea chegou a dar sete arremates ao gol palmeirense, que tinha dado um.
“Uma primeira parte em que nós não conseguimos encaixar, sobretudo no nosso lado esquerdo. Acho que o nosso adversário na primeira vez que encontrou o Palmer sozinho, a qualidade dele faz toda a diferença. Acho que na primeira parte, nosso adversário foi melhor.
“Na segunda parte, fizemos os ajustes que tínhamos que fazer, não tínhamos que estar preocupados com o lateral deles e sim com o camisa 10 (Palmer) e acho que fizemos isso muito bem. Voltamos a lutar pelo jogo, empatamos, o jogo estava dividido, quando chegamos lá não conseguimos finalizar as nossas jogadas.
“É duro porque o adversário é bom o suficiente para ganhar de outra maneira, mas a sorte também faz parte do jogo.”

Nada no futebol é por acaso.
O Chelsea deu 17 arremates ao gol.
O Palmeiras, dez a menos, só sete.
O primeiro gol do Chelsea nasceu de uma falta de entrosamento na marcação. Chalobah desceu livre, diante de indecisos palmeirenses. A bola chegou em Cole Palmer. Ele mostrou todo seu talento passando pelo meio da zaga brasileira e bater colocado, longe de Weverton. 1 a 0, aos 15 minutos.
A única decisão constrangedora de Maresca foi orientar seu jogadores a intimidarem Estêvão, 18 anos, e Allan, 21 anos.
Cucurella foi muito maldoso.
Contou com a cumplicidade do péssimo e acovardado árbitro Alireza Fanghani. Ele nasceu no Irã e se naturalizou australiano.
A partida merecia um juiz com muito mais coragem. Houve muitas entradas desleais por parte do time inglês. Constrangido, ele fazia de conta que não via a violência das faltas.
O Chelsea criou e desperdiçou várias chances de ampliar o placar no primeiro tempo.
Abel quis mostrar coragem, escalando quatro jogadores com característica abertamente ofensiva. Allan, Estêvão, Vitor Roque e Facundo Torres.
Deixou no banco seu jogador mais produtivo ofensivamente no Mundial, Maurício. E o mais fatal, Paulinho, por conta de sua contusão.
No intervalo, Abel corrigiu a postura do seu time, que passou a marcar individualmente o time inglês.
E conseguiu o empate, graças a uma jogada individual de Estêvão. Ele encarou a marcação de Colwill, e quase sem ângulo, surpreendeu o goleiro espanhol Robert Sánchez. 1 a 1, aos sete minutos.
O Palmeiras ganhou confiança depois do gol, partiu tentando a virada.
Só que os jogadores do Chelsea colocaram ‘os nervos no lugar’ e depois do empate, voltaram a retomar o controle do jogo.
As entradas de João Pedro e Madueke foram fundamentais. O desleal Delap e o omisso Nkunku tinham de sair.
Abel colocou Maurício e Paulinho.
Mas foi o Chelsea que marcou.
Aos 37 minutos, Gusto cruzou, Giay raspou na bola, que traiu Weverton.
A Fifa optou por gol contra do goleiro.
O segundo gol inglês implodiu os nervos do palmeirenses, que correram sem rumo, sem o mínimo de organização.
No final, derrota.
Eliminação dolorida, mas justa, o Chelsea foi melhor.
O Palmeiras foi o único clube brasileiro a não derrotar um europeu neste Mundial.
Empatou com o Porto e com o Inter Miami. Venceu apenas o Al Ahly, na fase de grupos. Ganhou do Botafogo. E perdeu ontem.
Campanha instável.
Despedida de Estêvão, que vai jogar justo no Chelsea.

Richard Ríos têm propostas e quer ir embora.
Raphael Veiga também deseja sair.
Assim como Mayke e Felipe Anderson.
Paulinho vai operar e só deve voltar a jogar em 2026.
Abel Ferreira conversou muito com Leila Pereira no Mundial.
E ele segue a mesma opinião, a de não antecipar a renovação, como quer a presidente palmeirense.
Seu compromisso vai até dezembro.
A possibilidade de não renovar é grande.
Leila tenta convencê-lo oferecendo muito dinheiro para ficar até 2027.
Os mesmos R$ 5 milhões que Carlo Ancelotti ganha na Seleção.
Perder pela terceira vez o Mundial tem um peso enorme para o português.
Não há surpresa, a não ser mais do mesmo o aguardando.
Brasileiro e Copa do Brasil, com muitos jogos acumulados.
A resignação do treinador na coletiva de imprensa, após a derrota de ontem, chamou a atenção de conselheiros ligados à Leila.
E, além da decepção da eliminação do Mundial, há muito medo que Abel comunique formalmente que não renovará até 2027, como sonha a bilionária presidente.
É o peso da derrota, da queda no campeonato que era prioridade em 2025...