O Santos está fazendo tudo certo. Para ser rebaixado
Dívida de R$ 420 milhões. Presidente na Europa. Organizadas ameaçando bater nos jogadores. Jair Ventura à beira de demissão. Um caos
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

"Um pedido ao Presidente Peres.
"Por gentileza, retorne ao Brasil assim que desembarcar em Londres.
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A Seleção Brasileira já está muito bem comandada pelo seu treinador (Tite).
O Santos Futebol Clube sim precisa de um comandante e como o senhor foi eleito democraticamente , favor exercer seu posto.
"Aí na seleção 90% dos atletas não sabem quem o senhor é e o que foi fazer. #vamostrabalhar.
"Sem mais."
A mensagem do ex-lateral Léo, publicada às 15h31 do dia 27 de maio, há seis dias, expôs José Carlos Peres. O dirigente que aceitou o cargo simbólico de 'chefe' da delegação brasileira nos amistosos contra a Croácia e Áustria. Cargo que o presidente do Fluminense, Pedro Abad, recusou, por estar preocupado com seu clube.
Sem ingenuidade, Léo é visceralmente ligado ao ex-presidente Modesto Roma, que perdeu a eleição para Peres. Mas não há cabimento, desculpa alguma que justifique o presidente estar em Londres, enquanto o clube que lançou Pelé, Robinho e Neymar, bicampeão mundial, estar mergulhado na mais profunda crise.
E que pode levá-lo, pela primeira vez na história, à Segunda Divisão.
O Santos tem uma dívida de R$ 420 milhões. É o clube grande paulista de menor torcida. Está estagnado em um estádio que merece toda a reverência pelo passado, mas que é absolutamente ultrapassado. Encalacrado, cercado por construções que o impedem de ser modernizado. A maquiagem é inócua. Não disfarça a falta de conforto, de modernidade. A capacidade de apenas 16 mil torcerdores.
É o único em toda a Série A que não teve a decência de comprar um atleta. Apenas conseguiu jogador por empréstimo e troca. Gabriel e Dodô vieram emprestados pela Inter de Milão e Sampdoria. Sasha foi trocado por Zeca.
Mesmo assim, Peres tem a coragem de gastar R$ 800 mil mensais com Gabigol.
A equipe competitiva que foi prometida para Jair Ventura, que o fez abandonar o Botafogo, clube onde tinha total controle, nunca se materializou. Pelo contrário, o Santos de 2018 é muito mais fraco do que o de 2017. Sem Lucas Lima, Ricardo Oliveira, Thiago Maia, Zeca.
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Por falta de dinheiro, o clube resolveu abrir mão da concentração em jogos em casa. Para não ter de hospedar e alimentar o elenco.
Em 31 partidas no ano, o Santos já perdeu 13.
Empatou seis.
Venceu apenas 12.
A presença de torcedores caiu drasticamente. Membros das organizadas passaram a ficar mais violentos. Houve tentativa de invasão no hotel em Curitiba, na quinta-feira, onde o time perdeu para o Atlético Paranaense, atuando muito mal.
Um dia antes, Alison, David Braz, Renato, Vanderlei, Victor Ferraz e Vladimir foram obrigados a se reunir com membros das organizadas. E se explicarem, jurando a reação imediata, já no Paraná. A mudança de atitude não veio. Pelo contrário, o time jogou até pior.
Foi o vice-presidente Orlando Rollo, ex-comandante da Torcida Jovem, quem fez com que os atletas dessem satisfações aos torcedores. Jair Ventura não quis participar desse encontro.
Com a derrota para o Atlético Paranaense, o clube chegou à antepenúltima colocação no Brasileiro, cravado na zona do rebaixamento. De 21 pontos disputados, só conseguiu seis. Está há cinco partidas sem vencer.
Torcedores invadiram o hotel em Curitiba. Xingaram e ameaçaram os atletas.
A Polícia Militar evitou o pior.
Mas a pressão continuará.
Não bastassem os muros da Vila Belmiro pichados com ameaças a Jair, à diretoria e aos jogadores, está marcada para hoje, às 15 horas, um grande protesto da maior organizada santista, em frente ao Centro de Treinamento. Será o mesmo horário que o time treinará para o confronto contra o Vitória, marcado para a Vila Belmiro.
José Carlos Peres teve de rever seus planos de passar 14 dias na Europa, passeando entre a Inglaterra e Áustria. Membros de sua diretoria estavam revoltados com a displicência do dirigente. A falta de comprometimento com o Santos. Diante da pressão, ele decidiu encurtar sua viagem. Ficará até a partida de amanhã, em Liverpool, contra a Croácia.
Ele tinha a esperança de tentar uma reaproximação de Neymar com o Santos.
Fracassou.
Depois de dar uma passada pela terra dos Beatles, Peres retornará.
Conselheiros juram que voltará pronto para demitir Jair Ventura.
Não haveria cabimento a dispensa do técnico com o presidente na Europa.
Mas não há como cobrar coerência de Peres.
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Ele demitiu o executivo Gustavo Vieira depois de 45 dias de trabalho. Gustavo saiu acusando de haver interferência no seu trabalho de pessoas de outras áreas e não do futebol. O principal, o advogado Daniel Bykoff. Ele era o responsável por formatar os contratos dos jogadores e da Comissão Técnica. Só que não se limitava a isso, dava palpites que iam contra o combinado. Sua intervenção causou enorme desconforto.
Vieira foi acusado de morosidade na contratação do meia argentino Lucas Zelarayán, do Tigres, do México, que era uma obsessão de Peres. E também por titubear diante da possibilidade de fechar com Nenê, que estava no Vasco e foi para o São Paulo.
Depois da demissão de Gustavo, o Santos não contratou mais executivo algum.
Peres, Rollo e o Comitê Gestor do clube são quem tomam a decisão em relação ao futebol. É uma verdadeira Torre de Babel, com palpites desencontrados de todos os lados, deixando o ambiente na Vila Belmiro completamente inseguro.
O comando está diluído, pulverizado.
A falta de rumo é evidente.
O sonho escancarado de José Carlos Peres, de transformar o Pacaembu, como a casa do Santos, está sepultado. O clube já avisou à prefeitura de São Paulo que não tem a menor condição de administrar o estádio. Até mesmo o planejamento de fazer metade dos jogos no Litoral e metade na capital paulista já não se sustenta.
A oposição santista nunca esteve tão unida.
E disposta a fazer de tudo para tirar Peres do poder.
Em abril já houve uma tentativa frustrada de um pedido de impeachment por parte de 22 conselheiros. Ele teria ferido o item B do artigo 68 do estatuto social, que fala em "prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Santos", ao aceitar contrato com redução de 20% do que o clube recebia pela transmissão de seus jogos pela Globo. O desconto de 20% foi um castigo pela equipe ter assinado com o Esporte Interativo, nos Brasileiros de 2019 a 2024 pela tevê a cabo.
O impeachment não foi à frente.
Mas a pressão nunca esteve tão forte.
Até Odir Cunha, jornalista e historiador, maior defensor de Peres junto à imprensa, teve de tirar do ar seu blog. Tantas eram as acusações ao presidente que ajudou a eleger. Além de ameaças de torcedores.
Ele que se dizia 'ombusman do Santos', ficou sem palavras.
O presidente está cercado politicamente.
Seu grupo travado pela oposição.
Jair Ventura sabe que não terá reforços importantes.
A possibilidade de demissão é cada vez mais real.
Os jogadores seguem ameaçados pelas organizadas.
O ferrenha imprensa santista está em guerra com o clube.
Os R$ 420 milhões em dívidas sufocam.

O fantasma do rebaixamento é cada vez mais real.
E o presidente tem a coragem de viajar a passeio pela Europa.
Como se nada estivesse acontecendo.
Neste domingo à noite, depois da partida contra o Vitória, se reunirá com Jair Ventura. A demissão poderá se concretizar. A notícia da reunião foi espalhada pelo próprio clube. Inacreditável.
O Santos está fazendo de tudo para visitar a Segunda Divisão...
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