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O míssil da Academia. ‘No Palmeiras, a gente já sabia. Íamos ganhar tudo. Até os outros clubes sabiam. Nosso time era forte demais.’ Exclusiva com Edu Bala

Ele corria 100 metros em dez segundos. Era a explosão, a velocidade, o chute violento, a surpresa do time de toque de bola envolvente do Palmeiras, na década de 70, comandado por Ademir da Guia.

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O melhor time brasileiro da década de 70. O Palmeiras, com a velocidade de Edu, na ponta direita Reprodução/Palmeiras

‘O Palmeiras está interessado em Edu, da Portuguesa.“

Esta era a manchete do extinto jornal A Gazeta Esportiva, em 1969.

“Eu não tive dúvidas. Peguei o jornal e, em vez de ir treinar na Portuguesa, fui direto no Palmeiras.

“Todos estranharam quando me viram.


“O Dudu perguntou: ‘o que você está fazendo aqui?’ Respondi: já que o Palmeiras me quer, eu quero o Palmeiras. Vamos assinar. Eu sabia que era o jogador que faltava para a academia.”

Carlos Eduardo Da Silva sempre foi assim. Corria, literalmente, atrás do que queria. Era uma necessidade.


“Éramos em 11 irmãos. Eu precisava ajudar em casa, de qualquer maneira. Ele não desejava que eu fosse jogador. Fiz um pacto. Se não der certo, logo eu desisto.”

Ele já era um mito nos bairros da Zona Norte. No Bairro do Limão, na Cachoeirinha, no Bairro do Limão. Até que passou em um teste na Portuguesa. Era meia, inteligente.


“Mas vi que tinha muito jogador talentoso, como o Lorico. E outros. Todos queriam o meio-campo. Fui para a ponta. Sabia que era o meu lugar.”

Edu não tem o apelido de Bala, por acaso.

Aliás, foi dado por Osmar Santos.

Sua velocidade era incrível.

‘Chegava a fazer 100 metros em 10 segundos."

Poderia competir no atletismo. Tinha também o chute violentíssimo.

“Cansei de chutar a bola no Tietê, já que o Canindé não tinha proteção.’O argentino Filpo Nunes que o treinou na Portuguesa, o queria no Palmeiras. E ele foi para o clube, da maneira mais simples. Com o jornal debaixo do braço. A direção palmeirense aproveitou a oportunidade.

“A chegada do Edu foi um grande bem para o nosso time, que já era muito bom. Mas tinha atletas de toque de bola. Precisávamos de alguém que saísse do nosso perfil para surpreender os adversários. E o Edu ‘voava’ pela ponta. Se encaixou como uma luva”, elogia Ademir da Guia.

E foi assim que Edu Bala foi tricampeão brasileiro, tricampeão paulista, ganhou duas vezes o troféu Ramón de Carranza. Só não foi vendido pelo Español porque o Palmeiras o segurou.

Pouca gente lembra. Edu teve uma passagem pelo time de 'seu coração'. O São Paulo Divulgação/São Paulo

Leivinha e Luís Pereira foram, juntos, para o Atlético de Madrid.

“Foi maravilhosa a minha passagem pelo Palmeiras. O time era fantástico. Ganhamos tudo. Só não a Libertadores porque não dávamos a mínima atenção.”

Edu tem uma história engraçada, folclórica. ‘O Hector Silva me lançou. E eu corri tanto para a bola que acabei caindo no vestiário. Tanta era minha velocidade. Não consegui parar’, relembra, com o sorriso largo, aos 76 anos.

“Dirigentes palmeirenses precisavam de dinheiro e desmancharam a academia”, revela.

E foi jogar no seu time do coração.

Poucos sabem mas ele sempre foi são paulino.

Também foi campeão paulista. Ganhou títulos no Sport e na Desportiva, do Espírito Santos. Jogou até os 39 anos.

Mas marcou para sempre o futebol brasileiro.

Deixou de ser uma pessoa.

Para ser como um pedaço de uma poesia, que palmeirenses apaixonados, e até rivais, declamam, de cor...

Leão, Eurico, Luiz Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir, Edu, Leivinha, Cesar e Nei.

Edu deu a entrevista exclusiva ao Canal Cosme Rímoli, uma parceria com o R7, no youtube.

São mais de 130 personagens marcantes do esporte.

Mais de 12,5 milhões de acessos.

Toda terça-feira há uma entrevista exclusiva...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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