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Cosme Rímoli - Blogs

O mais importante da convocação. Neymar nunca esteve tão bem acompanhado em uma Copa do Mundo

Aos 30 anos e meio, Neymar já insinuou que pode ser a última Copa. Na convocação de hoje, a certeza: nunca esteve tão bem acompanhado para um Mundial. A dependência é a menor de todas

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Neymar vai disputar a sua terceira, e, talvez, sua última Copa do Mundo
Neymar vai disputar a sua terceira, e, talvez, sua última Copa do Mundo

São Paulo, Brasil

Neymar se salvou em 2014.

De uma maneira péssima, ele virou até mais ídolo com o fracasso da seleção.

A entrada desleal de Zuñiga, lateral violento que estava provocando, fissurou uma de suas vértebras na partida contra a Colômbia.


O Brasil de Felipão já era presa tática fácil, previsível para os adversários.

Se Neymar estivesse em campo, mais do que provavelmente o time seria derrotado pela Alemanha. Também por goleada, por conta da absurda formação aberta que o treinador brasileiro montou. Mas, como não estava no Mineirão, se salvou.


No imaginário popular, se ele estivesse no jogo, o Brasil venceria aquela semifinal dos 7 a 1.

Mas na próxima Copa...


E ela veio.

A da Rússia.

Neymar havia se recuperado da segunda fratura no quinto metatarso do pé direito, osso que dá sustentação ao "dedinho".

E o time de Tite fracassou também taticamente.

Ele se mostrou pouco criativo, travado diante dos intensos sistemas de marcação adversários.

Sem alternativa, Neymar tentou decidir sozinho os jogos. Privilegiado no esquema de Tite, sem a menor responsabilidade de marcação, o que é algo insano nos tempos atuais, ele ficava esperando a bola, e, de forma egoísta, partia para dribles; entrou no Mundial querendo provar que era o"melhor jogador do mundo".

Neymar odeia assistir a futebol, se aprofundar em tática, estratégia, entender o jogo.

Se tivesse o mínimo de noção, perceberia que se comportava como uma mosca se enroscando em teia de aranha. Arrastava a bola para os marcadores, que o encaixotavam na intermediária.

Daí, o absurdo das simulações.

Neymar passou a se jogar quando perdia a bola em divididas. Virou meme no mundo todo. Piada de mau gosto.

Para não entrar em choque com o jogador de quem dependia, Tite fingia que não via.

E o Brasil deu mais um vexame, caiu pela quarta vez seguida diante de uma seleção europeia. A Bélgica entendeu muito bem a falta de opções táticas e técnicas do time de Tite. A dependência de um jogador atormentado, alucinado em mostrar seu talento, sem perceber a importância da movimentação, da dinâmica do jogo.

O pior é que, egocêntrico, Neymar se impunha diante dos companheiros. Exigia que todo ataque passasse por seus pés. Gabriel Jesus praticamente jogou a Copa para servir ao camisa 10 de Tite.

O resultado foi novo fracasso do Brasil.

E descrédito para Neymar.

Ficou marcado pelo Mundial.

Neymar tem o talento de Vinicius Júnior para repartir o peso dos contragolpes brasileiros
Neymar tem o talento de Vinicius Júnior para repartir o peso dos contragolpes brasileiros

A Copa fez muito mal ao jogador, que tentou de todas as maneiras voltar para onde se sentia melhor: ao Barcelona. Mas o clube catalão decidiu não investir o que poderia para contratá-lo de volta.

No PSG, Neymar seguiu sua sina de não conseguir fazer o clube francês vencer a Champions. E, nesses quatro anos seguintes, jamais chegou perto de ser escolhido como o "melhor jogador do mundo", que tanto sonhou.

O brasileiro chega a esta Copa do Mundo insinuando que será a sua última na carreira.

O menino Ney, como gostam tanto de pontuar seus admiradores, já tem 30 anos e meio. Bilionário, é impossível apostar de verdade como ele estará com 34 anos, no Mundial dos Estados Unidos.

Para esta Copa, ele terá outra função tática.

Não ficará apenas do meio para a ponta esquerda, como foi na Rússia. Agora, com Raphinha pela direita e Richarlison ou Vinicius Júnior pela esquerda, ele terá toda a liberdade para atuar como o articulador, pela intermediária ofensiva. 

O time de time de 2022 é mais "europeu". Compacto, veloz, mais intenso. Sem força ofensiva nas laterais, para dar liberdade a Raphinha e a Richarlison ou Vinicius Júnior, a dúvida da Copa.

Para Neymar, o cenário é bem melhor do que em 2018.

Ele não terá de abaixar a cabeça nem tentar driblar seis jogadores e ficar se jogando no gramado ao perder a bola. Dando chiliques com os árbitros.

Neymar estará muito mais bem acompanhado.

A dependência dele só é psicológica. E de Tite.

Porque ele segue sendo o grande talento brasileiro, só que surgiram jogadores ofensivos, dribladores, com vivência europeia e, o mais importante, personalidade para se impor durante as partidas e não se esconderem atrás do preferido do treinador brasileiro.

Raphinha tem habilidade, dribles e personalidade. Não ficará dependente de Neymar, como Gabriel Jesus
Raphinha tem habilidade, dribles e personalidade. Não ficará dependente de Neymar, como Gabriel Jesus

Mas não há dúvida que, para o mundo, ele será o mais cobrado. Por conta de ser o atleta mais caro da história. E ser a maior aposta da seleção pentacampeã.

Embora siga vivendo em um mundo paralelo, cercado de "parças", amigos e privilégios, Neymar sabe da responsabilidade que terá de assumir, querendo ou não.

E também tem plena noção da força dos adversários europeus. 

Assim como também da Argentina, do seu melhor amigo, Messi, que disputará o derradeiro Mundial.

A carga maior desta Copa será Neymar.

Mas menor, por conta da modernidade tática do time.

E também do potencial e da personalidade dos companheiros.

Independente dos convocados de hoje, cujo interesse maior sempre esteve nos reservas.

Ele será a estrela da equipe que já está decorada.

Alisson, Danilo, Thiago Silva, Marquinhos e Alex Sandro; 

Casemiro, Fred e Paquetá;

Neymar;

Raphinha e Richarlison ou Vinicius Júnior.

Um grande time.

Que precisa que Neymar seja um grande líder.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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