O ‘jogo da vida’ para Estêvão. Contra o Chelsea, que pagou R$ 395 milhões ao Palmeiras por ele. Abel o quer blindado
Treinador português já ficou revoltado quando Estêvão confessou que estava difícil ‘tirar o foco do Chelsea’, novo clube, onde jogará a partir do próximo mês. Com o gigante inglês definido nas quartas, o garoto será o centro absoluto das atenções

Estêvão já se mostrava irritadiço no Mundial.
Não escondeu seu descontentamento ao ser substituído contra o Inter Miami. E, ontem, ficou revoltado, ao sair aos 20 minutos do segundo tempo, contra o Botafogo.
Ele não conseguiu marcar nenhum gol na última competição que disputará pelo Palmeiras e o está apresentando para o futebol europeu, à torcida inglesa.
Nem sequer uma assistência no Mundial de Clubes.
Justo quando está a menos de um mês de sua apresentação marcada como principal aposta do Chelsea, clube que pertence a um consórcio de sócios norte-americanos e suíços, BlueCo, que pagou, em 2022, 34 bilhões de reais ao bilionário russo Roman Abramovich.
O clube é um dos mais ricos do mundo.
E fez de Estêvão sua maior aposta para a temporada 2025/2026. Pagou R$ 395 milhões ao Palmeiras, vencendo a concorrência do PSG e do Manchester City.
“Fechamos com o Chelsea porque ele nos ofereceu a chance de escalar o Estêvão como meia. E não na ponta”, revelou o empresário André Cury, que intermediou a negociação.
No dia 22 de junho de 2024, quando a negociação foi fechada, ninguém imaginaria que Palmeiras e Chelsea disputariam no dia 4 de julho de 2025, uma vaga na semifinal do Mundial de Clubes da Fifa. Com Estêvão vestindo ainda a camisa verde. O jogador será apresentado no clube inglês no final do próximo mês.
O destino foi irônico.
Quem viveu uma situação parecida foi Neymar. Já negociado pelo Santos, enfrentou o seu futuro clube, o Barcelona, na final do Mundial de 2011. O desempenho foi fraco, na goleada do time catalão por 4 a 0.
A situação já estava complicada, por si só. Mas está ainda muito mais tensa por uma declaração sincera e ingênua de Estêvão.
Ele foi perguntado há cinco dias se estava difícil manter o foco no Mundial, já que no próximo mês estará no Chelsea.
“Muito difícil, é um sonho que vou realizar, sabendo que tenho que focar aqui e trabalhar. Não é fácil, tem que manter a cabeça aqui.
“Quanto mais perto, a ansiedade vai batendo, o friozinho na barriga. Estou tentando focar o máximo aqui para sair bem, com a cabeça erguida e pela porta da frente e sabendo que dei meu máximo.”
Foi o que bastou.
Abel Ferreira ficou histérico.
Ele sabe que Estêvão é sua maior referência técnica.
E o treinador culpou a imprensa por estar tirando a concentração do seu principal jogador.
“Sabe qual é a diferença entre um ser humano e um animal? São os sentimentos e as emoções que nos distinguem. É normal. É normal estarmos nervosos, ansiosos.
“É normal que um moleque que tinha um sonho e está vendo a realizar-se.
“Mas às vezes a verdade a gente não pode dizer. É verdade. Ele é tão puro e moleque, porque tem 18 anos, e ingênuo, que falou aquilo que sentia e magoou parte de vocês e dos torcedores. Isso é o que vocês fazem com os jogadores.”
Ser chamado de ‘moleque’ e ‘ingênuo’ não foi agradável a Estêvão. Muito pelo contrário.
Ele, que não está conseguindo mostrar todo seu talento no Mundial, ficou ainda mais irritadiço, tenso.
Para piorar, contra o Botafogo, ontem, jogou pelo lado esquerdo, onde menos rende. O resultado foi que acabou substituído aos 20 minutos do segundo tempo.
Saiu do jogo irritado.
O treinador do Botafogo, Renato Paiva, tentou cumprimentá-lo, o jogador mal tocou na mão do português.
Abel Ferreira, que geralmente o abraça ou, ao menos, aperta sua mão, nem olhou para Estêvão. O treinador o tirou por improdutividade. Por prender demais a bola.
Com o massacre de ontem do Chelsea, por 4 a 1, diante do Benfica, o Palmeiras terá pela frente o clube inglês que tem o foco de Estêvão.
Abel Ferreira decidiu que o atacante de 18 anos ficará longe dos jornalistas, até a partida de sexta-feira.
O quer 100% focado no Palmeiras, equipe que o revelou para o mundo. O levou para a Seleção Brasileiro. E o fez milionário, aos 18 anos.
E pretende fazê-lo entender que fazer uma grande partida pelo clube que o comprou será o melhor cartão de apresentação para os ingleses.
Será, antes de mais nada o ‘jogo da vida’ de Estêvão.
Uma prova de fogo, para mostrar se está preparado para ser o jogador que todos esperam.
Com desempenho melhor do que Endrick, que saiu como estrela do Palmeiras e, é hoje, reserva do reserva no Real Madrid. Sem a proteção de Carlo Ancelotti, está disponível para ser emprestado.
Estêvão sabe de todas essas situações.
E vai jogar pressionado.
Precisa dar a resposta para o Palmeiras.
E mostrar ao Chelsea quem é.
Peso gigantesco para um garoto de 18 anos.
Cujo talento valeu R$ 395 milhões.
Chegou a hora de mostrar se vale a aposta tão alta...
Essa é para quem sabe o que merece.
Você merece uma Eisen.
Aprecie com moderação.