O 'fico' mais forçado do futebol mundial. PSG enfrentou Neymar
O brasileiro não impôs sua vontade. O PSG desprezou pedido para retornar ao Barcelona. Mimos e privilégios, só na Seleção Brasileira
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Falar que a partida que mais teve prazer de estar em campo, foi a que goleou a equipe que o transformou no jogador mais caro de todos os tempos. A que paga seus indecentes salários. A mesma que parou Paris para sua apresentação.
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Estratégia ofensiva, baixa, infantil.
Chegar ao cúmulo de oferecer 20 milhões de euros, cerca de R$ 91 milhões, do próprio bolso, para tentar completar o pagamento do Barcelona para levá-lo de volta à Espanha.
Desespero.
Dizer à cúpula do clube francês que não estava feliz na França e queria retornar para a Catalunha.
Verdade, mas erro de avaliação que mobilizou todo o clube.
Neymar fez de tudo.
Mas descobriu que o PSG não é a CBF.
Os qatarianos não são Tite.
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E ouviu um doloroso não aos seus caprichos.
Descobriu a rigidez de um compromisso para a família real do Qatar, dona da equipe de Paris.
Nasser Al-Khelaïfi, presidente do clube, não sorriu e deixou claro que, se não chegasse uma proposta que ele considerasse justa pelo que investiu, Neymar não sairia. Ele tem contrato até 2022. E no acordo que assinou, ele sabe que não há sequer multa rescisória. Os franceses cobram quanto quiser pelo jogador.
O brasileiro sabe muito bem o que aconteceu com o francês Rabiot. Ele avisou os dirigentes que não renovaria seu contrato, em janeiro deste ano. Negociava com o Barcelona e com a Juventus.
Diante de sua intransigência em renovar, Nasser mandou que ele treinasse à parte. Ficou seis meses longe dos gramados de castigo, até ir para a Itália. O qatariano não se importou em não colocar para jogar um atleta da Seleção Francesa. Essa postura o atrapalhou a ponto de não disputar a Copa da Rússia.
Neymar acordou para a vida.
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Percebeu que não estava negociando com dirigentes do Santos que sempre cederam diante dos seus desejos.
E muito menos poderia menosprezar a cúpula do clube francês, como fez com o Barcelona, quando queria ser o melhor do mundo e virou as costas para a Catalunha, incentivando o PSG a pagar sua multa rescisória de 222 milhões de euros, R$ 1 bilhão atual.
Leonardo, novo executivo do clube, descobriu que a caminho dos 28 anos, com um filho de sete anos, com dez anos de carreira, duas Copas do Mundo, ninguém pode ser tratado como um 'menino mimado'.
E o fez entender que não é o umbigo do mundo.
O executivo quis o melhor para o PSG.
Negociou com o Real Madrid e com o Barcelona. Mas foi fiel às exigências da família real qatariana. Ou recebia uma proposta irrecusável ou nada feito.
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A melhor, que mais interessou, veio da Catalunha. 130 milhões de euros, R$ 591 milhões, o zagueiro francês Todibo, que sairia por empréstimo, o meia croata Rakitic, vice na Copa da Rússia, e o atacante francês Dembélé, ambos em definitivo.
Leonardo parecia que iria aceitar, mas em seguida avisou que queria mais 50 milhões de euros, R$ 227 milhões. E a transação foi desfeita. Com a cúpula do Barcelona entendendo que o PSG nunca quis vender Neymar.
Assim, de maneira patética, o brasileiro anunciou o óbvio.
Que ficaria no PSG.
Desde maio, o jogador foi capa de portais, jornais, revistas de todo o planeta. Não só pela acusação de estupro de Najila Trindade. Mas pela possibilidade de voltar ao Barcelona, depois de duas temporadas fracassadas na França. Conquistar títulos nacionais, diante de tanto investimento, não chega a ser uma compensação.
Neymar envolveu jogadores, clubes, Seleção Brasileira, justiça nestes últimos quatro meses.
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E tudo o que conseguiu foi se desvalorizar.
A torcida do PSG, principalmente as organizadas, o odeiam. A ponto de a diretiva do clube chamar os chefes das principais para uma conversa. E nela pediu que respeitassem, apoiassem Neymar. Não o xingasse nos jogos porque ele é patrimônio do clube.
E que se esquecessem que ele quis voltar ao Barcelona.
O técnico alemão Thomas Tuchel conversou com seus jogadores e, mesmo com muitosd irritados com o brasileiro, pelas acusações que fez de que os mais jovens não obedecem o treinador.
E avisou que ele seguirá dono dos pênaltis, faltas e jogará como quiser, como combinou com os qatarianos, seus patrões.
Neymar não passará pelo constrangimento de voltar a treinar hoje, dia 2 de setembro, o último dia da janela de verão na Europa.
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Não no PSG, estará onde é acolhido, tratado com todos os privilégios. Na Seleção Brasileira. A equipe está nos Estados Unidos para dois inúteis amistosos contra Peru e Colômbia.
Tite outra vez quebra sua palavra por conta da Neymardependência.
O treinador que jurou convocar atletas pelo 'momento atual', chamou o jogador que não entra em campo desde 5 de maio. Ou seja há quatro meses. Triste postura do técnico, que incomoda todo o grupo de atletas que ganhou a Copa América sem Neymar.
Mas a carreira de Neymas está assim.
Estagnada.
Sua postura irresponsável fora do gramado, suas festas sem horas para acabar, a maneira absurda com que tratou das duas fraturas no quinto metatarso, com farras no Brasil, soco no rosto de torcedor francês, simulações na Copa da Rússia, os fracassos na Champions.
Para quem queria ser o melhor do mundo, hoje não está nem entre os dez melhores da Europa.
E que precisa encarar o pior castigo.
Jogar no clube que desprezou.
No PSG.
Que hoje comemora.
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Não a permanência de Neymar.
Mas as chegadas de Navas e Icardi.
O goleiro e o atacante são motivos de festa.
Não o forçado 'fico' do brasileiro.
Neymar descobriu do jeito mais amargo.
O mundo não está a seus pés.
Principalmente a família real qatariana.
Chamegos e privilégios só na Seleção Brasileira.
Na França foi tratado como homem.
E não como um menino mimado...
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