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O fenômeno se confirma. Endrick calou Itaquera. Com 16 anos, decidiu o Brasileiro sub-20 para o Palmeiras. Contra o rival Corinthians

O talentoso atacante de 16 anos não se intimidou com pontapés, provocações. E decidiu o Brasileiro sub-20, em plena Itaquera. Está se confirmando o nascimento de uma grande estrela no futebol deste país

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Endrick mostrou todo o seu talento precoce. E estrela. Nasce uma estrela no futebol brasileiro
Endrick mostrou todo o seu talento precoce. E estrela. Nasce uma estrela no futebol brasileiro

São Paulo, Brasil

"Quero ganhar o coração dos brasileiros.

"Peço desculpas para a torcida do Corinthians, porque não tinha outro lugar para comemorar. Fiz o gol e peço desculpas porque quero a torcida de todos para mim.

"Não quero desrespeitar ninguém. E só agradecer a Deus por mais um título. Foi o meu quarto título nesse ano."

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As frases são da maior esperança do futebol brasileiro, logo após acumular outra conquista. Desta vez, hoje, na Neo Química Arena, casa corintiana.

Talento, ousadia, estrela.

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Movimentação absurda, coragem.

Aos 16 anos, Endrick é um fenômeno.

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Empresários do Brasil e da Europa sabem muito bem isso, daí o assédio constante. A ele e à direção do Palmeiras.

Abel Ferreira o colocou já no banco de reservas, na semana passada, pela primeira vez, e contra o que pensa de jogadores 16 anos, não por acaso.

Maior estrela da lista de ontem, dos convocados da Seleção Brasileira sub-17.

Os feitos são muitos. Acumula seis títulos na base do clube paulista. Um na Seleção Brasileira.

Foi o grande responsável pelo fim do tabu, com o Palmeiras vencendo, pela primeira vez, depois de 41 anos, a Copa São Paulo.

E, hoje, entrou na história de vez.

Calou a arena do Corinthians, em Itaquera. Mais de 18 mil de torcedores do grande rival tiveram de engolir em seco, ficaram frustrados neste primeiro domingo de primavera de 2022.

Até mesmo Vítor Pereira, técnico do time principal corintiano, teve de admirar o jovem talento rival, in loco. Ele foi para observar jogadores para a próxima temporada no Parque São Jorge. E acabou se dobrando a Endrick.

Endrick abriu os braços. Fechou os olhos, depois do gol que decidiu a final, em plena Itaquera
Endrick abriu os braços. Fechou os olhos, depois do gol que decidiu a final, em plena Itaquera

Decidiu o Campeonato Brasileiro sub-20, categoria para jogadores quatro anos mais velhos.

Aos 18 minutos do segundo tempo, ele dominou a bola na intermediária corintiana, pela meia esquerda. Gingou o corpo, ameaçou ir para a direita, ganhou espaço precioso com a ameaça de arrancada. Enxergando o gol e, principalmente, a colocação do Kauê.

A fenomenal revelação do Palmeiras acertou um chute cruzado, indefensável, no canto esquerdo.

Fez o gol do título.

Comemorou, como sempre, sem medo.

Abriu os braços, ouviu todos os palavrões possíveis e impossíveis dos torcedores corintianos.

O que fez?

Sambou, sorridente, como se fosse um veterano.

Depois, continuou a lutar, dar carrinho, encarar os defensores corintianos. Muito mais fortes e mais velhos do que ele. E que durante toda a partida tentaram, em vão, intimidá-lo. 

Até que o Palmeiras confirmasse o bicampeonato brasileiro.

Ao fim da partida, ele correu para o vestiário. 

Sentia que o clima estava pesado na arena corintiana. Torcedores estavam revoltados com a derrota para o grande rival. E vários jogadores que perderam a decisão também não conseguiam segurar a frustração, queriam descontar brigando.

Houve até invasão de torcedores.

A Polícia Militar entrou em confronto com membros das organizadas corintianas, que também queriam invadir o campo para agredir os jogadores do Palmeiras.

Um absurdo. 

O grande responsável pela conquista do Brasileiro sub-20, em Itaquera, tem nome. Endrick
O grande responsável pela conquista do Brasileiro sub-20, em Itaquera, tem nome. Endrick

Mas o atacante do Palmeiras está tendo uma temporada sensacional.

Foi campeão da Copa São Paulo, venceu a Copa do Brasil sub-17, o torneio de Mofntaigu, com a Seleção Brasileira. E hoje, conquistou o Brasileiro sub-20. 

Marcou gol em todas essas finais!

O que chama a atenção de empresários, técnicos e até companheiros de time e de Seleção é que Endrick faz questão de ser protagonista. Não se esconde, tenta dribles, jogadas difíceis, tabelas inesperadas, arrancadas e chutes letais. Tem fome de gol, de vitórias. 

E sua estrela brilha ainda mais neste domingo, data-Fifa.

Com apenas uma partida do Brasileiro, da Série A, São Paulo e Avaí, às 20 horas.

A final do Brasileiro entre Corinthians e Palmeiras ganhou muito mais holofotes.

Ele, também.

Embora seja muito discreto em relação a este assunto, Endrick sabe que poderia estar brilhando no Corinthians. Só não ficou no clube porque a diretoria decidiu, ao contrário do Palmeiras, não bancá-lo e sua família, que é de Brasília, em São Paulo. 

Erro histórico de avaliação do jovem talento. 

Ele assinou com o Palmeiras, em julho, seu primeiro contrato profissional. Com duração de três anos. Tem seus direitos avaliados em 60 milhões de euros, cerca de R$ 305 milhões. 

Real Madrid, Barcelona, Manchester City, PSG e Liverpool têm observado o atacante há anos. E mostram interesse no jogador. 

Pela legislação, Endrick só poderá jogar em um clube do exterior ao completar 18 anos.

Mas nada impede que ele possa ser vendido e ficar no Brasil até poder viajar.

Como aconteceu com Vinícius Júnior, por exemplo.

A multa para tanto talento se mostra até baixa, em relação a transações dos gigantes europeus. Foi fixada depois de muita conversa firme entre os representantes do jogador e do Palmeiras. Os empresários do atacante a queriam mais baixa, e a direção do clube, mais alta. 

A tendência é que o título brasileiro conquistado hoje seja o início da despedida do jogador da base palmeirense. E seja fixado no profissional.

Atuar na base só nas Seleções Brasileiras.

Abel Ferreira ainda se assusta com Endrick ter apenas 16 anos. O treinador já assumiu que o talento do jogador é que está "queimando etapas".

Mas o português não tem outra saída.

A não ser como quem acompanha futebol.

Se render ao excepcional jogador.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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