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Cosme Rímoli - Blogs

‘O coronelismo atrasa o futebol do Brasil. Desabei de chorar sem meu pai, com o Palmeiras campeão da Libertadores.’ Piperno, da Jovem Pan

O crítico comentarista da Jovem Pan, que discute, com profundidade, política e futebol, dá uma entrevista exclusiva. E denuncia os abusos da elite, que travam o crescimento do esporte e o desenvolvimento do Brasil. Aula cruel. Com direito a expor o amor ao Palmeiras

Cosme Rímoli|Do R7

"O que sobrou da Copa do Mundo e da Olimpíada no Brasil? Só obras superfaturadas.' Fábio Piperno Reprodução/Instagram

Fábio Piperno conseguiu unir dois extremos.

Participa com inteligência, cultura e muita coragem de acirrados debates de política. E com a mesma veemência defende seus pontos de vista no esporte, no futebol. Tem a tradicional Jovem Pan como púlpito para defender suas ideias. Partiu da direção da rádio oferecer seu microfone a Piperno expor o que pensa. Nas duas direções, que só parecem tão distintas.

“Esporte e política estão mais ligados do que as pessoas possam perceber. A elite domina tanto um como o outro. E essa gente que domina o Brasil faz com que o país seja atrasado nas duas áreas. “Como o Brasil promove uma Copa do Mundo em 2014 e uma Olimpíada em 2016 e regride tanto no futebol como nos outros esportes? Se pensou no dinheiro que renderiam os estádios, os ginásios e não em rumos sérios esportivos. Como eu profissionalmente sou obrigado a me aprofundar nestes dois temas, fico revoltado com o que acontece no nosso país.

“Lucros absurdos para empreiteiras, Fifa, Comitê Olímpico Internacional. Estádios onde não precisava, ginásios sem uso. O intuito foi ganhar dinheiro, não desenvolver, de verdade, o esporte.


“As medalhas na Olimpíada de Paris foram pouquíssimas, em relação ao que o Brasil poderia conquistar. Foram 20. Mas não se esqueça que o número de esportes aumentou muito. Elas foram conquistadas graças a esforços individuais dos atletas ou das poucas confederações estruturadas como as de judô, ginástica olímpica, vôlei... Veja alguns países que ficaram na frente do Brasil”, provoca.

A pedido de Piperno, alguns exemplos, Uzbequistão, Quênia, Noruega, Irlanda...


O Brasil ficou em 20º na classificação geral.

O país tem mais de 215 milhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.


“Estados Unidos, China e Japão, na frente. Eles sabem da importância que o esporte tem para demonstrar a força, a organização, a seriedade de um país. Não é por acaso. A Olimpíada serve como propaganda. Uma pena que os políticos brasileiros nem isso percebam.”

O comentarista sabe o que fala. Já escreveu até um livro fundamental, Jogada Política no Esporte. Nele estão descritos, com detalhes, episódios do uso do esporte como propaganda de um país. Ou na luta pela desigualdade. Escreveu também ‘Vai Valer a Pena’, expondo a luta de um advogado para se livrar do alcoolismo.

Especificamente sobre futebol, Piperno também fala com autoridade. Usa o conhecimento como base de suas críticas também profundas sobre o esporte que mais ama. Assume, sem medo, sua paixão pelo Palmeiras. Que herdou do pai, que o levava aos jogos do clube do coração. A conquista da Libertadores no dia 27 de novembro de 2021 o fez chorar de maneira descontrolada.

“Imaginei a alegria que seria para o meu pai, que estaria em Montevidéu, com certeza, se estivesse vivo. Chorei mesmo ao sentir a sua ausência. A situação me emociona até hoje. Sei que preciso manter sempre o racional. Mas não perdi a paixão pelo futebol. E muito menos a saudade pelo meu pai.”

A entrevista, na íntegra, está no canal do Cosme Rímoli, no YouTube.

A cada semana, revelações de personagens ligados ao esporte.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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