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Cosme Rímoli - Blogs

‘O Corinthians é o maior clube da América. Mas ainda não o melhor. Temos de ser humildes. Onde estávamos há seis meses?’, desabafa Depay

O holandês ficou revoltado com a torcida, que se recusou a comemorar com o time a vitória, no sufoco, contra a equipe venezuelana, ‘semiprofissional’, Universidad Central, por 3 a 2. A vitória classificou a equipe para seguir na Libertadores, mas houve protestos

Cosme Rímoli|Do R7

Memphis confrontou a torcida do Corinthians. "Onde estávamos há seis meses?" Rodrigo Coca/Corinthians

“Temos que ter humildade, não podemos esquecer onde estávamos há seis meses.

“Onde estávamos?

“Não podemos agir como se fôssemos a melhor equipe da América do Sul.

“O Corinthians definitivamente é o maior clube da América do Sul, mas ainda não o melhor.


“Não podemos atacar o tempo todo, temos que controlar o jogo.

“Temos que jogar o jogo, ser mais espertos.”


O desabafo foi de Memphis, irritado, pela torcida não querer comemorar a vitória com o time.

Ele se referia ao Corinthians lutando para não ser rebaixado no Brasileiro, em 2024.


Nada de os corintianos pularem abraçados, imitando os atletas no campo.

Sem o tradicional ‘poropopó’, mantra que os torcedores entoam, alegres, junto com o elenco.

Mas desta vez, não.

Pelo contrário, as organizadas cobraram forte o elenco, depois do triunfo, no sufoco, por 3 a 2, contra o Universidade Central, da Venezuela.

Com direito a gol de Yuri Alberto aos 44 minutos do segundo tempo.

E com o Corinthians apelando para a cera, para garantir a classificação.

Irá enfrentar o Barcelona de Guayaquil, do Equador, lutando para chegar à fase de grupos da Libertadores.

A torcida se mostrou decepcionada, ontem, com o inesperado fraco futebol do time.

Principalmente de Memphis e Garro, que atuaram muito mal, dispersos, sem vibração.

Eles são responsáveis pelas construções das jogadas ofensivas, pelo ritmo da time do técnico Ramón Díaz.

O Universidad Central criou várias chances de gol contra o Corinthians. Até Yuri Alberto teve de ajudar na marcação Conmebol

O problema era que o cenário estava pronto.

A Neo Química lotada, com 44.964 torcedores.

Jogadores do Corinthians haviam pedido desculpas pelo jogo de ida, na Venezuela.

Pelo empate diante do Universidad Central, equipe semiprofissional, que fazia sua estreia na Libertadores.

O filho e auxiliar de Ramón Díaz, Emiliano, confessou ter sentido vergonha do fraco futebol corintiano, no 1 a 1.

Havia até um convidado de honra em Itaquera.

O treinador da Holanda, Ronald Koeman, que veio observar, de perto Memphis Depay para seguir, ou não, o convocando, mesmo atuando no Brasil.

A mídia paulista cansou de repetir que a goleada ontem era ‘obrigação’.

Não apenas a classificação para a seguinte fase da ‘Pré-Libertadores’.

Pelo empate na Venezuela e, principalmente, pela disparidade técnica entre as duas equipes.

Mas não foi o que se viu em campo.

Apesar de ter aberto o placar aos dois minutos, com Yuri Alberto, em fase iluminada, o time mostrou inesperada fragilidade defensiva.

E logo aos quatro minutos, em falha de posicionamento de Matheus Bidu, veio o empate, gol de Cuesta, depois de ótimo passe de Zapata.

A partir deste lance ficou claro o desacerto tático do Corinthians.

Qualquer ataque dos venezuelanos provocava arrepios na torcida.

A equipe confundia velocidade com afobação e o time deixava espaços imensos na sua defesa.

Aos 22 minutos, Bidu foi até a linha de fundo e tocou para Memphis, livre na pequena área.

O holandês deu uma furada histórica, a bola passou por debaixo do seu pé, que chutou o ar.

Mas aos 39 minutos, Memphis fez sua única jogada decisiva.

Deu excelente assistência a Matheus Bidu bater forte, cruzado, marcando 2 a 1.

O alívio em Itaquera durou cinco minutos.

Solé cobrou escanteio e justo Hugo, que fazia partida excelente, com ótimas defesas, falhou infantilmente.

Ele errou o tempo da bola e foi encoberto, Adrían Martínez cabeceou para as redes.

2 a 2.

Memphis teve atuação decepcionante. E diante do técnico da Holanda, Koeman, que veio ao Brasil só para vê-lo jogar Conmebol

A torcida não perdoou e o coro dominou a arena de Itaquera, quando a equipe voltou para a segunda etapa.

E vieram os coros.

“Ei, presta atenção...

“Tem de ser homem para jogar no Coringão...”

“Ou joga por amor...

“Ou joga por terror...”

Os jogadores sentiram a cobrança.

A falta de apoio.

E voltaram a mostrar a mesma afobação, a falta de estrutura tática, facilitando o jogo aos venezuelanos.

A partida ficou equilibrada, como se fosse um clássico.

Com o Corinthians querendo vencer de qualquer maneira, se abrindo para contragolpes primários do rival.

Quando a tensão dominava Itaquera, com a quase certeza absoluta que viria a decisão por pênaltis, e chance real do enorme vexame, que seria a eliminação da Libertadores, em casa, para o Universidad Central, veio o gol salvador.

E injusto.

Talles Magno descobriu Garro livre.

Do argentino o cruzamento na esquerda encontrou Yuri Alberto.

O chute foi fortíssimo, sem chances para Miguel Silva.

Eram 44 minutos do segundo tempo.

3 a 2, Corinthians.

Yuri Alberto marcou o gol da vitória. Evitou o risco dos pênaltis. Mas a torcida não comemorou. Cobrou o time pelo fraco futebol Rodrigo Coca/Corinthians

O elenco milionário de Ramón Díaz voltou para a defesa, para segurar a vitória.

E fazer cera, para o tempo passar.

Os torcedores não perdoaram e não quiseram celebrar o triunfo com o time.

Ramón Díaz foi muito pressionado na sua entrevista coletiva.

Nem parecia que o Corinthians havia vencido.

E se classificado.

Foi cobrado pela falta de estrutura tática, da fragilidade defensiva, que quase custou a eliminação.

“Se a torcida quer e a imprensa quer, eu soluciono em 20 segundos defensivamente. Eu me defendo, mas estou em um clube em que da metade do campo para frente temos que arriscar, temos que jogar, temos que atacar, temos características de jogadores como Carrillo. O único jogador mais defensivo é o volante central. Breno é de ataque, Yuri é de ataque, Memphis, Garro... seria fácil para mim sacá-los, mas não é o que sinto, não é o que precisa o Corinthians para crescer.”

Os titulares se desgastaram muito com a partida de ontem.

E terão pela frente nova decisão no domingo, pelas quartas do Paulista.

Diante do perigoso, e físico, Mirassol.

Vale uma vaga para a semifinal.

O goleiro, e capitão, Hugo assumiu a falha e alertou do perigo de o time mostrar o mesmo fraco futebol, no domingo.

“Dificultamos um pouco a nossa vida, muito por culpa nossa. Assumo a minha culpa, temos que minimizar o ímpeto. Temos que saber equilibrar as ações e as vontades. Não conseguimos controlar o jogo, precisávamos ter mais a posse da bola. Pecamos nisso, saímos classificados. Uma vitória com a cara do Corinthians, gol no final, vamos ter que lutar muito para não sermos os nossos próprios vilões. Temos que trabalhar isso, é dar parabéns a equipe pela classificação. Temos a fase decisiva do Paulista pela frente e não podemos mais errar.”

E logo na próxima quarta-feira, começa, em Guayaquil, a luta com o Barcelona, pela Libertadores.

A situação corintiana está complicada.

O clima se mostra pesado, depois das fracas partidas contra o Universidad Central da Venezuela.

Algo que parecia impossível...

Veja também: Ramón Díaz sobre fragilidade defensiva: 'Fiquem tranquilos, vamos corrigir'

Ramón Díaz, técnico do Corinthians, comentou os gols tomados na Neo Química Arena após a vitória contra a Universidad Central na Libertadores.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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