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Cosme Rímoli - Blogs

O Brasil poderia golear a Alemanha. Passou sufoco no fim: 4 a 2

A estreia da Seleção na Olimpíada foi bipolar. Poderia ter feito cinco, seis gols, diante da jovem e assustada Alemanha. Desperdiçou. E depois sofreu no final do jogo. Paulinho trouxe alívio. 4 a 2

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Richarlison com a 10 e querendo ir para o Real Madrid. Desequilibrou. Marcou três gols.
Richarlison com a 10 e querendo ir para o Real Madrid. Desequilibrou. Marcou três gols.

São Paulo, Brasil

Richarlison encarnou Neymar.

E desequilibrou a estreia do Brasil na Olimpíada do Japão. Muito mais forte, a Seleção de André Jardine não teve dificuldade diante da jovem e nervosa Alemanha. Com a camisa 10 e muito empolgado, Richarlison marcou três gols.

"É uma sensação que não tem como explicar, é o meu primeiro hat-trick, ainda mais com essa camisa. Estou muito feliz, um sonho realizado. Quando pedi a liberação no Everton foi para isso, honrar a camisa. Espero continuar assim, hoje vai ser uma noite inesquecível, jamais vou esquecer. Agora é comemorar bastante, uma noite importante para nós", disse, empolgado, Richarlison


Na vitória que poderia ter sido uma sonora vingança dos 7 a 1, mas se complicou no final, 4 a 2, com direito a gol de Paulinho, aos 48 minutos, que trouxe alívio. E contra dez germânicos.

Foram 23 arremates ao gol.


Mas o time mostrou cansaço e falhas imperdoáveis no sistema defensivo.

Foi um complicado cartão de visita do time que não abre mão da medalha de ouro.


Outra vez o Brasil é o país que mais leva a sério a disputa da medalha de ouro na Olimpíada. Como foi em 2014, quando finalmente ganhou 'o único título que faltava'.

A Olimpíada é vista na CBF como uma compensação pelos fracassos nas Copas do Mundo de 2006, 2010, 2014 e 2018. 

É que levou atletas mais consagrados na disputa no Japão. Daniel Alves e Richarlison, dois titulares de Tite. Mais outros jogadores importantes como Antony, Douglas Luiz, Bruno Guimarães, Claudinho, Matheus Cunha, Santos.

Paulinho acabou marcando o gol que trouxe alívio. De jogo fácil a sufoco em Yokohama
Paulinho acabou marcando o gol que trouxe alívio. De jogo fácil a sufoco em Yokohama

E, hoje, na estreia, em Yokohama, o time de André Jardine tinha pela frente a simbólica seleção da Alemanha. Como todos fizeram questão de esquecer em 2014, o país tetracampeão mundial encara a Olimpíada como uma disputa para amadurecer suas jovens promessas. Não leva jogadores consagrados. 

O jogador de melhor currículo na Alemanha é Max Kruse, de 33 anos, do Union Berlin. Ele marcou quatro gols pela seleção principal, em 14 partidas. O último deles, em outubro de 2015.

O técnico Stefan Kuntz é um mero formador de atletas. O time vem de duas finais de Eurocopa Sub-21. Foi vice em 2019. E campeão em 2021. Foi para o Japão para ganhar experiência.

O Brasil, não. Para ganhar.

Com mais tarimba, talento, compactação, melhor estratégia. 

O duelo foi desigual.

A bola encobriu Diego Carlos. Lance infantil. Ache cabeceou como quis. Segundo gol alemão
A bola encobriu Diego Carlos. Lance infantil. Ache cabeceou como quis. Segundo gol alemão

Principalmente pela força ofensiva contra o lento e tenso sistema defensivo do jovem time alemão.

Richarlison exigiu não só a camisa 10 de André Jardine. Mas jogar como gosta. Nada de ficar encostado na beirada do campo, como faz com Tite.

Com um tremendo incentivo. A chegada de Carlo Ancelotti ao Real Madrid. Os dois se deram bem demais no Everton. E o treinador italiano quer a contratação do brasileiro.

Richarlison se condicionou a fazer da Olimpíada a sua vitrine para tentar jogar com clube espanhol. E o jogo de hoje começou da melhor maneira possível.

Jardine montou sua seleção superior marcando sob pressão a saída de bola alemã. Para facilitar sua missão, o treinador Kuntz colocou seus zagueiros em linha. Um absurdo, diante dos velocistas Matheus Cunha e Richarlison.

O titular de Tite não deixou por menos. Logo aos seis minutos, Matheus Cunha disputou a bola e tocou para Antony. Aproveitando a zaga em linha, Richarlison recebeu, bateu forte, o goleiro Muller rebateu e o atacante do Everton marcou 1 a 0.

O Brasil ganhou mais confiança e o jovem time alemão ficou mais nervoso. O Brasil seguiu na blitz, seguiu criando e desperdiçando chances. Até que, aos 21 minutos, Bruno Guimarães descobriu Guilherme Arana livre na esquerda. O cruzamento foi perfeito para Richarlison cabecear forte e estufar as redes. 2 a 0.

O massacre continuava. Richarlison seguia se aproveitando da lentidão dos defensores alemães. E se posicionou muito bem para receber ótimo passe de Matheus Cunha. Chutou com consciência, longe do alcance de Muller. 3 a 0, Brasil, aos 29 minutos.

A Alemanha estava entregue. Mas Richarlison passou mesmo a encarnar Neymar. E mostrar egoísimo, passando declaradamente a jogar para ele. Desperdiçou três chances reais ao preferir driblar e chutar ao gol do que passar para os companheiros. Antony, em um dos lances, ficou muito irritado.

Mesmo assim, o Brasil teve uma chance de ampliar. Daniel Alves levantou a bola na área, Matheus Cunha cabeceou e a bola tocou nos braços abertos de Henrichs, que estava de costas, mas ampliava sua área corporal. Pênalti.

Richarlison deixou a cobrança para Matheus Cunha. O atacante do Hertha Berlim bateu forte no canto direito, mas Muller fez ótima defesa.

No segundo tempo, Kuntz mudou seu sistema defensivo. Em vez de uma linha de quatro, com dois zagueiros, passou a ter três, para acabar com a bobagem de a Alemanha jogar sem sobra, diante dos velocistas brasileiros. Passou a atuar com cinco zagueiro, para evitar um vexame maior.

Jamais um jogador do Brasil havia marcado três vezes em uma estreia de Olimpíada
Jamais um jogador do Brasil havia marcado três vezes em uma estreia de Olimpíada

O time de André Jardine cansou. E deu oportunidade para a Alemanha atacar. O segundo tempo teve um ritmo muito mais lento que o primeiro.

E aos 11 minutos, Ritcher chutou forte de fora da área, a bola estourou em Nino e sobrou para Amiri, que bateu de primeira. A bola quicou e subiu mais do que o goleiro Santos esperava. Gol da Alemanha, 3 a 1.

Mas ao 17 minutos, o truculento volante Arnold fez uma falta feia e desnecessária em Daniel Alves. E recebeu o segundo cartão amarelo, foi expulso. 

Com um a menos, os alemães se fecharam de vez.

Cinco zagueiros, três volantes, um meia e um atacante.

Só que o Brasil perdeu a concentração no final da partida, mesmo com um jogador a mais.

E um cruzamento despretensioso encobriu Diego Carlos, do Sevilha e chegou na cabeça de Ache. 3 a 2, aos 38 minutos. 

A Alemanha, mesmo com dez, renasceu.

E partiu toda para o ataque.

Trouxe tensão ao jogo.

Em um contragolpe primário, Paulinho invadiu a área e bateu forte. 

Sem chance de defesa de Muller.

4 a 2, Brasil.

Alívio.

Jogo facílimo que terminou em sufoco.

Jardine terá muito o que trabalhar para buscar o ouro.

Mesmo tendo a melhor seleção da Olimpíada...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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