Nunes revela: técnicos se oferecem ao Corinthians. Querem seu lugar
Pressionado pelos péssimos resultados, Tiago Nunes quer desviar o foco para a 'política' do clube. E diz que currículos de treinadores chegam ao Corinthians
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Nem a pandemia do coronavírus fez com que diminuísse a pressão sobre Tiago Nunes.
O treinador segue muito cobrado no Parque São Jorge.
Ele foi contratado ainda em novembro de 2019.
Andrés Sanchez o escolheu pessoalmente.
Disse a companheiros de diretoria que estava 'cansado' de ver o Corinthians se defender.
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O estilo 'reativo', fechado, buscando o contragolpe começou com Mano Menezes, passou por Tite, para ter o seu momento mais constrangedor no ano passado, na fraquíssima segunda passagem de Fabio Carille.
Andrés quis Tiago, campeão da Copa do Brasil e Copa Sul-Americana com o Athletico Paranaense.
Ele fez a equipe atuar de forma vibrante, intensa e, principalmente na Baixada da Arena, sufocava os adversários, com o apoio da torcida.
Tiago teve tempo de sobra para compreender que a mudança seria radical no clube paulista. Com um elenco fraco, falta dinheiro ao Corinthians, ainda por conta do Itaquerão.
E logo teria a 'pré-Libertadores'. Antes, a viagem forçada para ganhar alguns dólares e perder tempo na Flórida Cup, nos Estados Unidos.
No retorno, a eliminação mais temida por Andrés. Da pré-Libertadores, para o humilde Guaraní, do Paraguai.
E no Paulista, o cenário estava péssimo. A um passo da eliminação.
Por ironia, a paralisação pelo coronavírus evitou a vergonhosa queda no Estadual, antes mesmo das disputas das quartas-de-final. O clube estava para perder a vaga para Bragantino e Guarani.
Tiago Nunes se controlou diante das críticas.
Até ontem.
E decidiu se proteger de uma maneira que nega a realidade.
Diz que o péssimo ambiente que já começa a viver é fruto de 'política'.
E não do fraco futebol corintiano.
Mesmo com elenco limitado, o time não conseguiu se mostrar competitivo. Busca o ataque. Mas deixa brechas inaceitáveis na defesa.
"Sem dúvida que há um ambiente político. A diretoria tem tentando ao máximo nos blindar e nos deixar à margem disso aí. Mas, por exemplo, quando em tempos normais a torcida do Corinthians bateu em fevereiro no portão do clube? É engraçado isso, né?
"É estranho.
"Ah, por que perdeu a Pré-Libertadores para o Guarani.
"Pode ser.
"É um catalisador isso aí.
"Mas a gente sabe também que tem muito interesse político", disse.
Tiago tenta negar o óbvio. Sim, parte das organizadas pode ter interesse político, há eleição em novembro. Mas o Corinthians ser eliminado da pré-Libertadores, para o Guaraní, do Paraguai, em pleno Itaquerão é algo pesado demais.
O treinador foi além.
Garantiu que há técnicos 'mandando currículo' para o Corinthians.
Linguagem figurada.
O método é outro.
Agentes procuram pessoas ligadas a Andrés e dizem que o treinador que representa está 'livre'. E gostaria de trabalhar no Corinthians.
"A politicagem que a gente vive no Brasil é a seguinte. Eu tento destruir o que está dentro para valorizar o que está fora. Todo mundo que está fora tem a solução para o que está acontecendo dentro, em qualquer instituição funciona dessa maneira.
"Os treinadores são assim, principalmente alguns que estão mandando currículo, inclusive agora aí, forçando nesse momento, treinadores importantes.
"Sempre têm a solução para o que está acontecendo no Corinthians", disse à Bandsports.
Tiago tem o apoio de Andrés.
O presidente se orgulha de ter mantido Tite, quando o time foi eliminado da pré-Libertadores de 2011 pelo Tolima. E com o mesmo técnico, no ano seguinte, o clube venceu a Libertadores e o Mundial de Clubes.
Por mais que tente desviar o foco para a política, Tiago sabe que o problema é fraco futebol do time. E aproveita a parada por conta da pandemia do coronavírus para estudar o que fazer.
Andrés garantiu que não se importará, caso o Corinthians seja mesmo eliminado precocemente do Paulista.
Mas a cobrança virá forte no Brasileiro.
E na Copa do Brasil.
Até porque se Tiago seguir com a fraquíssima campanha, o candidato de Andrés para sucedê-lo, Duilio Monteiro Alves, corre risco de não se eleger.
Desde que o novo treinador assumiu, são 12 jogos oficiais. Três vitórias, cinco empates e quatro derrotas, aproveitamento de apenas 38% dos pontos.
Não é por acaso que 'currículos chegam'.
E cresce os defensores de Mano Menezes...
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