'Nunca senti apoio da diretoria do Flamengo', diz Domènec
Treinador espanhol, demitido em novembro, revela como seu trabalho foi sabotado no Flamengo. Péssima relação com dirigentes
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
As acusações de Domenèc Torrent são graves.
Mostram os bastidores da Gávea.
Consumidos por disputas internas.
Políticas.
Com o desejo até pelo fracasso do time.
O que é inadmissível.
Fora o fato de o treinador admitir que não conheciam a maneira com que gostava de ver seu time atuando.
Está claro que ele foi atrapalhado pela 'sombra' de Jorge Jesus.
"Muitas vezes eu sentia que, quando perdíamos, alguém lá de dentro ficava feliz, era o que eu sentia. Minha equipe e eu tínhamos essa sensação."
"Em três meses, eu falei uns cinco minutos com o presidente. Eu só conversava rapidamente com Marcos Braz, da diretoria, e com Spindel, que estava praticamente no dia a dia lá, não todos os dias, mas ia com mais frequência à sede. Nunca me perguntaram como jogava ou como queria jogar. Não sei se sabiam como eu jogava ou como joguei nas outras equipes."
"Eu não confio nas pessoas que sempre repetem esta frase: 'Nada do Flamengo, tudo pelo Flamengo.' Normalmente, é o contrário."
"Nunca me perguntaram como jogava ou como queria jogar. Não sei se sabiam como eu jogava ou como joguei nas outras equipes."
O ex-treinador do Flamengo, o espanhol Domenèc Torrent, segue com muita mágoa com sua demissão sumária na Gávea.
Mesmo com 63% de aproveitamento.
Foram 26 jogos, com 15 vitórias, cinco empates e seis derrotas.
Ele não conseguiu superar a sombra de Jorge Jesus.
Para piorar, passou os três meses no Rio sem que sua personalidade fosse exposta.
"Não me deixavam falar... Tem uma pessoa que me assessora em tudo relacionado à imprensa. Eu tinha feito contato com jornalistas argentinos, nem sequer europeus, e, quando falava com a Comunicação do Flamengo, diziam que não era o momento."
"Tenho certeza de que, se pudesse explicar à imprensa, principalmente a brasileira, poderiam entender que esse jogo posicional, tão famoso e que preocupava a tantos jornalistas, não sei por que, já que Sampaoli joga assim há três anos, e muito bem por sinal, que era o que queríamos fazer, porque queríamos jogar com os jovens, eu queria me abrir com as pessoas para verem que sou uma pessoa muito normal."
"Com certeza, no dia a dia, teriam me conhecido melhor. E todo mundo teria me entendido, teríamos nos entendido muito melhor."
"Nunca senti apoio de verdade."
O treinador espanhol deu a entrevista ao site esportivo da Globo.
Domenèc também ficou magoado com a demora do pagamento de sua rescisão.
Ele foi demitido dia 9 de novembro.
E só acertou sua rescisão no valor de R$ 11,8 milhões no final de dezembro.
Ele se recusava a ir embora do Brasil sem receber...
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