Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

No sonho do tetra da Libertadores, o Palmeiras terá um inimigo íntimo: Felipão, na sua última batalha. Com o surpreendente Athletico

A três meses de completar 74 anos, Felipão conseguiu montar um vibrante e corajoso Athletico, que venceu o Estudiantes, na Argentina. Disputará com o 'seu' Palmeiras, o direito de chegar à final da Libertadores

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Felipão. Com '95%' de chance de encerrar a carreira ao final de 2022. Está a três meses de 74 anos
Felipão. Com '95%' de chance de encerrar a carreira ao final de 2022. Está a três meses de 74 anos Felipão. Com '95%' de chance de encerrar a carreira ao final de 2022. Está a três meses de 74 anos

São Paulo, Brasil

"Para mim, que já tenho a minha ida terminada no fim do ano praticamente, digo que foi uma das vitórias mais emblemáticas de toda a minha carreira."

"Estou muito contente, muito satisfeito em terminar como a gente está terminando (a carreira). É muito bom, só tenho a agradecer esse pessoal."

"O que vou dizer (sobre o futuro)?"

Continua após a publicidade

"Dificilmente vou continuar (como treinador). Se eu conseguir mais algum título com esse grupo, e nós vamos conseguir, está na hora de terminar também."

"A família está pedindo isso. Acho também que, com 73, 74 no fim do ano, não é que pese, mas deixa a gente cansado demais naquele banco, brigando com esse pessoal."

Continua após a publicidade

"Acredito eu que, 95%, termino no fim do ano. A gente coloca alguém da comissão como técnico e vai ficar por fora, se continuar. Não sei se minha família vai ainda deixar."

"Vontade a gente tem..."

Continua após a publicidade

Cansado, esgotado, mas orgulhoso, Luiz Felipe Scolari viveu mais um momento de glória, nesta madrugada na Argentina.

Inesperado, como vários.

E o Palmeiras terá seu inimigo mais íntimo.

Leia também

Felipão conseguiu a façanha de classificar o Athletico Paranaense para a semifinal da Libertadores, com uma vitória épica, diante do Estudiantes, estádio Jorge Luis Hirschi, em La Plata, na Argentina por 1 a 0, gol de Vitor Roque.

Aos 50 minutos do segundo tempo, Vitinho, de 23 anos, cruzou para o garoto de 17 anos se antecipar, sem medo do choque, ao goleiro Andújar, e toca de clavícula para as redes argentinas.

1 a 0, Athletico. 

O Estudiantes, de Ricardo Zielinski, era o grande favorito do confronto das quartas de final, depois do empate em 0 a 0 na Arena da Baixada. O time argentino não havia perdido nenhuma partida no seu estádio, pelo contrário, só havia vencido. Mas perdeu para o time de Felipão.

Vitor Roque, o garoto de 17 anos, que calou a fanática torcida do Estudiantes. Semi da Libertadores
Vitor Roque, o garoto de 17 anos, que calou a fanática torcida do Estudiantes. Semi da Libertadores Vitor Roque, o garoto de 17 anos, que calou a fanática torcida do Estudiantes. Semi da Libertadores

Foi a sexta vez que levou uma equipe à semifinal da Libertadores.

Duas com o Grêmio e três com o Palmeiras.

O treinador está a três meses de completar 74 anos. 

Ele ganhou seis títulos pelo Palmeiras.

Uma Libertadores, um Brasileiro, duas Copas do Brasil, uma Mercosul e um Rio-São Paulo.

Foram três passagens pelo clube paulista.

A última provocou grande mágoa no treinador.

Após conquistar o Brasileiro de 2018, ele estagnou. Ficou preso ao mesmo esquema tático e 2019 foi decepcionante, sendo demitido após constrangedora derrota por 3 a 0 para o Flamengo.

O ex-presidente Mauricio Galiotte mandou o executivo Alexandre Mattos demitir Felipão. Mattos relutou, mas não houve salvação.

A diretoria palmeirense acreditava que o treinador não havia conseguido se atualizar, se renovar. Daí sua dispensa, sem o menor constrangimento.

Felipão teve passagem apagada na segunda divisão com o Cruzeiro, em 2020. Não conseguiu levar o time para a Série A. E na quarta vez que assumiu o Grêmio, encaminhou o rebaixamento do clube, em 2021.

Mas renasceu no Athletico Paranaense, com o respaldo de Mario Celso Petraglia, e de Alexandre Mattos. Embora tenha sido convidado para ser diretor-técnico e treinador temporário, Felipão conseguiu reestruturar o péssimo trabalho de Fabio Carille.

Tratou de seguir a velha forma. Montou uma equipe conservadora, ortodoxa quando joga fora dos seus domínios. Variando do 4-1-4-1 para o 3-6-1. Mas incendeia a Arena da Baixada, organizando o Athletico no 4-3-3, marcando por pressão o time adversário. Com o incentivo alucinado da empolgada torcida rubro-negra.

Argentinos, desolados, diante da vibração de Vitor Roque
Argentinos, desolados, diante da vibração de Vitor Roque Argentinos, desolados, diante da vibração de Vitor Roque

Foi assim que conseguiu esta campanha histórica, levando o clube à semifinal, depois de 17 anos.

Felipão assumiu o time com apenas quatro pontos em quatro partidas na fase de grupo da Libertadores. Carille saiu após o Athletico ser goleado por 5 a 0, na Bolívia, diante do The Strongest.

Felipão tratou de estruturar o elenco, apostar na intensidade, na vibração, na luta por espaço. Com muita marcação e contragolpes velozes, em bloco. Seu time venceu, na Arena da Baixada, o líder do grupo. O Libertad, do Paraguai, por 2 a 0, no jogo que valia a sobrevivência. Depois goleou o Caracas, por 5 a 1.

Depois, teve pela frente o mesmo Libertad, nas oitavas. Ganhou por 2 a 1 na Arena da Baixada. E, em Assunção, conseguiu segurar o heróico empate em 1 a 1. Veio a classificação para as quartas. E os confrontos diante do Estudiantes. O sofrido 0 a 0, depois de os paranaenses massacrarem os argentinos, mas não conseguirem marcar.

E a vitória de ontem, depois de muito sufoco, troca de provocações, ameaças de brigas. Com seus jogadores aplicados, lutando do primeiro ao último minuto, sem medo. E muito organizados. De marcação aguerrida, disposta a travar o voluntarioso Estudiantes.

Com a liderança impressionante de Fernandinho, que impunha respeito ao petulantes argentinos.

Tudo levava a crer que o jogo seria decidido nos pênaltis, após novo 0 a 0.

Felipão não quis começar a partida com Vitor Roque, sensação athleticana. Quis poupar o jogador de 17 anos para o terço final do jogo. Ele entrou aos 14 minutos do segundo tempo, no lugar de Canobbio. O técnico septuagenário colocou Vitinho na vaga do brigador Cuello, aos 36 minutos.

E o Athletico segurava o 0 a 0, com muita luta e vários sustos, inclusive a anulação de um gol legal dos argentinos. Lollo completou para as redes, depois de a bola cabeceada por Rogel beijar a trave. O árbitro Esteban Ostojich anulou de forma equivocada o lance. Alegando que Morel, em impedimento, atrapalhava o goleiro Bento. O que não era verdade. O lance aconteceu aos 17 minutos do segundo tempo.

33 minutos depois, Vitinho conseguiu encontrar espaço pela esquerda e conseguiu ótimo cruzamento para Vitor Roque, que se antecipou ao Andújar. Ele queria cabecear, mas foi sua clavícula esquerda que empurrou a bola para o gol. 

Felipão ficou histérico, parecia ter 22 anos, comemorando a vantagem no placar, aos 50 minutos do segundo tempo. Ele sabia que a vaga para a semifinal estava garantinda.

Abel, 43 anos. Poderia ser filho de Felipão, 73. Duelo de gerações e forma de tratar o futebol
Abel, 43 anos. Poderia ser filho de Felipão, 73. Duelo de gerações e forma de tratar o futebol Abel, 43 anos. Poderia ser filho de Felipão, 73. Duelo de gerações e forma de tratar o futebol

E foi assim que garantiu o confronto com o Palmeiras.

O clube que garantiu a primeira conquista da Libertadores, em 1999. Há 23 anos.

Diante do melhor treinador deste país, Abel Ferreira.

Serão confrontos como Felipão sempre adorou.

Entrar como zebra, com o favoritismo do outro.

Dando o elemento com que incendeia seus jogadores.

A 'sua família'.

A raiva.

A vontade de mostrar que todos que desprezam seu time vão pagar.

Esse erro o Palmeiras de Abel Ferreira promete não cometer.

Porque Felipão tem como vício renascer das cinzas...

Ranking de melhores times do mundo tem 4 brasileiros entre os 10 primeiros

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.