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No adeus, o desgosto de Renato Gaúcho. O Flamengo, de sonho, virou enorme pesadelo

Renato Gaúcho se despede do Flamengo. O treinador disse adeus aos jogadores no Uruguai. Ele apostava que iria para a seleção. Deve voltar para o Grêmio, na Segunda Divisão

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Renato Gaúcho e sua desilusão na Gávea. O treinador pensou que seria um trampolim para a seleção
Renato Gaúcho e sua desilusão na Gávea. O treinador pensou que seria um trampolim para a seleção Renato Gaúcho e sua desilusão na Gávea. O treinador pensou que seria um trampolim para a seleção

São Paulo, Brasil

"Encerro aqui mais um ciclo.

Todos temos sonhos a serem conquistados e treinar o Flamengo era um dos meus.

"Conquistei, não da forma que eu gostaria, porém, não faltaram garra e empenho para tentar sair com as conquistas que esperávamos.

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"Quero agradecer ao Presidente Landim, ao Marcos Braz e ao Bruno Spindel pela oportunidade e por terem confiado em mim.

"Agradecer a todos os departamentos do clube que foram muito importantes nessa jornada. Agradecer aos jogadores e a torcida que, mesmo não sendo da forma que sonhávamos, não deixaram de ter Raça, Amor e Paixão.

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"Isso é Flamengo!

"Sigo com carinho e admiração pelo Clube de Regatas do Flamengo.

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"Sucesso aos próximos!"

Essa foi a despedida oficial de Renato Gaúcho do Flamengo. 

Ele usou o que detesta, as redes oficiais, para deixar claro: seu maior sonho como treinador acabou se tornando o maior pesadelo.

Renato passou por várias fases como técnico, amadureceu. Voltou muito diferente depois dos dois anos que ficou sem trabalhar, entre 2014 e 2016. Embora milionário, vivendo muito bem no Rio de Janeiro, indo à praia várias vezes por semana, ele tratou de estudar futebol. À sua maneira, assistindo aos jogos, trocando ideias, conceitos com Mauricio Souza e com o falecido treinador Valdir Espinosa, campeão mundial pelo Grêmio.

Quando veio o convite para retornar como técnico do clube que é o maior ídolo na história, ele finalmente decidiu pôr em prática o que depurou. E também se assumir com mão mais forte no comando do time. 

Conquistou quatro Campeonatos Gaúchos (2018, 2019, 2020 e 2021), uma Copa do Brasil, em 2016, e a Libertadores da América em 2017.

O desgaste veio, de acordo com a falta de investimentos do clube. E a ascensão no cenário nacional dos bilionários Flamengo e Palmeiras.

Renato Gaúcho passou a vislumbrar quais seriam os desafios que faltavam na sua carreira, na vida.

Renato Gaúcho xingado, humilhado pela própria torcida do Flamengo
Renato Gaúcho xingado, humilhado pela própria torcida do Flamengo Renato Gaúcho xingado, humilhado pela própria torcida do Flamengo

A dispensa do Grêmio, pela eliminação na Pré-Libertadores, foi pesada e injusta. Ele estava com Covid, impossibilitado de estar no banco de reservas. E o time gremista era absolutamente dependente do treinador. E o Independiente del Valle se classificou.

Renato queria muito treinar o Flamengo. Recusou proposta do Corinthians. Sondagem do Santos. E esperou o rubro-negro.

Assim que se tornaram públicos os vários problemas de relacionamento que Rogério Ceni cultivou na Gávea, veio a demissão do treinador. E a chance de Renato Gaúcho.

O grande erro foi não perceber a filosofia extremamente capitalista que impera na Gávea. Em vez de apenas comemorar ter finalmente um elenco de R$ 200 milhões, como desejava, ele deveria ter sido mais direto com a diretoria.

Não vender sonhos.

O elenco é excelente, mas, em posições-chaves, formado por veteranos. Com reserva abaixo dos titulares. Faltou deixar clara essa dificuldade. O time estava desgastado com tantos jogos, e com convocações de atletas fundamentais para as seleções brasileira, uruguaia, chilena.

Renato também não entendeu o quanto o presidente Rodolfo Landim é capitalista. Ele tinha três campeonatos para disputar: a Libertadores, a Copa do Brasil e o Brasileiro. Landim não abria mão de nenhum. Queria o dinheiro das premiações, a valorização dos atletas com a conquista, o patamar mais alto para seguir cobrando cada vez mais dos patrocinadores, das televisões, aumentando o preço dos ingressos.

Se o treinador se defendia por ter tido apenas "oito minutos" com os titulares efetivos do Flamengo, ele não soube usar o elenco. E, principalmente, buscar outras maneiras táticas de o clube atuar. Tanto que foi eliminado sem sofrimento da Copa do Brasil pelo Athletico Paranaense. Perdeu a final da Libertadores para o Palmeiras. E deixou escapar o Brasileiro, pelo velho vício de Gaúcho de poupar atletas na competição nacional, priorizando a Libertadores.

Além disso, enfrentou a ira da torcida acostumada com títulos desde a passagem fulminante de Jorge Jesus. 

Renato nunca havia sido tão xingado quanto foi, por exemplo, contra o Athletico Paranaense, na eliminação da semifinal da Copa do Brasil. Torcedores esqueceram a partida em que o time era humilhado e passaram a ofender o treinador, que fingia não ouvir.

Enfim, a passagem pelo Flamengo foi o fracasso mais dolorido na história do técnico.

Renato Gaúcho sonhava que a Gávea o levaria à seleção brasileira, depois da Copa do Mundo do Qatar, quando Tite, finalmente, deixará o comando do time de Neymar.

Mas foram quatro meses de decepções.

E a demissão sumária após a perda da Libertadores.

Os dirigentes não o quiseram nem nos quatro últimos jogos do Flamengo.

Com os atuais, Renato não passa nem perto da Gávea.

O treinador sabe disso.

E o caminho de 2022 tem tudo para ser o mais previsível.

A volta ao lugar onde é tratado com todo respeito, paciência.

Reverência, até.

O Grêmio.

Ou seja, a Gávea não o levou à seleção.

Mas, muito provavelmente, à Segunda Divisão.

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