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Cosme Rímoli - Blogs

Ninguém pediu Neymar no Maracanã. Ancelotti feliz pelo futebol sério da Seleção. E ‘descobriu’ Luiz Henrique ‘talento extraordinário’. Foi direto sobre Paquetá. “Precisamos dele.”

Despedida da Seleção no Brasil das Eliminatórias, foi um ótimo teste. Goleada sobre o Chile, com dois esquemas táticos funcionando. Com os jogadores atuando pelo time, sem dribles desnecessários, egocêntricos. “O Brasil foi sério”, destacou Ancelotti

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Luiz Henrique deu duas assistências, dribles, tabelou. Desequilibrou jogando para o time CBF

Luiz Henrique tem um talento extraordinário. É muito forte fisicamente, fantástico no jogo de um contra um. Ele mudou o jogo com o seu frescor.

“Um jogador com esse talento, quando está fresco e os outros cansados, muda o jogo. É muito bom para a Seleção ter esse tipo de jogador.”

Carlo Ancelotti estava encantado com Luiz Henrique, após a vitória por 3 a 0 diante do Chile, no Maracanã.

O atacante ‘incendiou’ a partida ofensivamente. O Brasil já dominava o lanterna das Eliminatórias, time que a imprensa chilena classifica como ‘deplorável’. Em 17 partidas das Eliminatórias, foram duas vitórias, quatro empates e 11 derrotas.


Diante do baixo nível técnico do adversário, Ancelotti testou o Brasil com dois esquemas táticos. O primeiro com quatro atacantes, Estêvão, Raphinha, João Pedro e Gabriel Martinelli.

Apenas Casemiro e Bruno Guimarães como jogadores com potencial de marcação. 4-2-4 da década de 70. Raphinha atuou bem como meia, posição que Neymar ocupou nos últimos 15 anos.


A Seleção dominou o acovardado time chileno e terminou o primeiro tempo vencendo por 1 a 0, gol de Estêvão, o seu primeiro da carreira pelo Brasil.

No segundo tempo, quando Ancelotti colocou Lucas Paquetá, alterou o esquema para 4-3-3, deixando a equipe mais equilibrada, melhor distribuída. E ao deixar Luiz Henrique entrar, o Brasil fez a festa.


Com duas assistências do atacante do Zenit, Lucas Paquetá e Bruno Guimarães marcaram. Os dribles de Luiz Henrique eram objetivos, buscavam invadir a área chilena, não serviam de exibição.

E mais, a pedido de Ancelotti, o Brasil estava intenso, com jogadores atacando em bloco e tratando de recompor, sem a bola. Em um ritmo que Neymar não adota há anos.

“Vejo um ambiente muito positivo, perto da gente. É um ambiente motivado. Jogadores que trabalham muito bem. Temos um bom ambiente no nosso vestiário, é muito bom. Agora estou muito confortável. Tenho a confiança que a equipe poderá fazer coisas muito boas”, disse, empolgado, o treinador italiano.

Luiz Henrique confessou que, ao entrar no segundo tempo, se concentrou para ter a mesma confiança quando ainda não era amador.

“Pensei: eu tenho que ser o Luiz Henrique que saiu de Petrópolis, pensei em quando jogava com meus amigos. Jogava leve, jogava solto.

“Quando estava no hotel, ajoelhei e pedi a Deus que eu pudesse ser o Luiz Henrique do Vale do Carangola, que jogasse feliz, que ajudasse meus companheiros e que jogasse para a minha família, que veio ao Maracanã me apoiar.”

Lucas Paquetá entrou e logo marcou. Alívio por voltar a ser importante na Seleção. E estar livre da acusação de envolvimento em apostas Reprodução/Instagram Paquetá

Para deixar ainda tudo mais emocionante, Lucas Paquetá marcou o seu gol. E comemorou agradecendo aos céus, por tudo que sofreu, com a acusação de esquema de apostas. Acabou inocentado.

“É uma sensação única que pude sentir hoje. Acho que estava escrito, voltar aqui no Maracanã, que é minha casa. Poder marcar, voltar a ajudar a Seleção.

“Muito feliz, depois de tudo que passei, que suportei nesses dois últimos anos. Agora, finalmente, posso jogar meu futebol leve. Acho que tive uma obra completa de Deus na minha vida.”

“Paquetá, pela qualidade que tem, tem que estar conosco. Eu disse ontem para ele que pode jogar de diferentes maneiras, pode jogar de diferentes maneiras.

“Hoje jogou como meio-campista, mas não tem problema de jogar como pivô. Sei que pode jogar como pivô, sozinho, porque tem muita qualidade no manejo de bola”, elogiou Ancelotti.

Ninguém sentiu falta de Neymar.

O jogador não foi citado.

A Seleção foi muito bem, o time jogou em conjunto, solidário, intenso, vibrante. Sem chiliques contra o árbitro.

Aliás, Casemiro deu muita sorte.

O volante pisou em um jogador do Chile que estava caído. Recebeu apenas o amarelo. Deveria ter sido expulso.

O Brasil encerrará de vez sua participação, em mais uma interminável Eliminatória, em La Paz, contra a Bolívia, na terça-feira.

O adversário ainda tem chance de ir para a repescagem da Copa do Mundo.

Será mais uma nova experiência para Ancelotti.

Chance de fazer novas experiências na Seleção.

O trabalho do técnico italiano está transmitindo cada vez mais confiança.

O Brasil tem tudo para chegar bem na Copa.

Com ou sem Neymar...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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