Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs
Publicidade

Neymar ultrapassou Pelé. Mas o importante foi o primeiro passo da Seleção com Diniz.Com a volta do improviso, dos dribles.Da alegria

O Brasil goleou a Bolívia, na primeira partida de Fernando Diniz no comando da seleção. Neymar roubou a cena no 5 a 1. Mas o que chamou a atenção foi que a seleção recuperou o direito de improvisar, driblar

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


O soco no ar de Neymar. Homenagem justa, ensaiada e linda para Pelé
O soco no ar de Neymar. Homenagem justa, ensaiada e linda para Pelé

São Paulo, Brasil

Aos 15 minutos do segundo tempo.

Rodrigo divide com a zaga boliviana.

A bola sobra limpa e Neymar não titubeia.

Publicidade

Chute violento, sem chance de defesa para o goleiro Viscarra.

O estádio Mangueirão explode de alegria.

Publicidade

Os torcedores do Pará sabem que assistem a um lance inesquecível.

E o principal jogador da seleção comemora com dois socos no ar.

Publicidade

Homenagem ensaiada, linda, justa.

Neymar acabava de ultrapassar Pelé e se tornava o maior artilheiro da história da seleção brasileira em jogos oficiais.

Mas viria o seu segundo, no fim da partida, aos 47 minutos, escorando cruzamento de Raphinha, contando com a colaboração de Viscarra.

O pênalti que bateu nas mãos do goleiro boliviano nem fez falta.

Mais do que a marca estatística, os gol significaram para o jogador, agora do Al-Hilal, da Arábia Saudita, mais um recomeço com a camisa da seleção em busca de uma Copa do Mundo. A última da sua carreira.

Os gols foram as cerejas do bolo da estreia de Fernando Diniz no comando do Brasil, antes de o italiano Carlo Ancelotti assumir a equipe, em junho de 2024. Isto é, se ele vai mesmo assumir.

O resultado de 5 a 1 foi até pouco, diante de um segundo tempo arrasador, com direito a quatro gols brasileiros.

Foi o passo inicial nas longas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa dos Estados Unidos.

O primeiro jogo oficial depois do fracasso da seleção no Catar.

A imagem mais bonita da comemoração de Neymar. O soco no ar, para relembrar Pelé
A imagem mais bonita da comemoração de Neymar. O soco no ar, para relembrar Pelé

Diniz tratou de colocar em prática o que se esperava dele. Ainda mais contra um adversário muito fraco, longe do seu maior trunfo, a altitude.

Os bolivianos experimentaram um Brasil mais objetivo, vibrante, ousado, criativo do que o time engessado sob o comando de Tite.

Mais do que a partida em si, o que chamou a atenção foi o conceito de jogo. A busca pela criatividade, pelo improviso, no ataque. Sempre descontando a fragilidade boliviana. A ousadia da busca pelo gol de forma veloz, com espaço para dribles capazes de quebrar as linhas defensivas, foi o que chamou a atenção. 

E deu à seleção algo perdido nos seis anos de Tite.

Esperança.

Apesar dos gols de Neymar, Rodrygo foi o melhor jogador da partida, conseguindo encontrar espaço no previsível esquema tático defensivo do argentino Gustavo Costas, que comanda a Bolívia. 

No 5-4-1, montado para travar o Brasil na intermediária, Rodrygo conseguiu se deslocar em velocidade, por trás da linha de meio, enfrentando com velocidade e habilidade os voluntariosos zagueiros bolivianos.

Raphinha aproveitou a inesperada chance, com o corte de Antony. E, pela direita, mostrou a velha habilidade com a perna esquerda, que estava desaparecida na Europa.

A nota destoante do ataque foi, de novo, Richarlison.

Todo seu potencial artilheiro parece ter sido trocado por uma afobação crônica, capaz de desperdiçara as chances mais claras. Segue irreconhecível, em relação ao jogador de dois anos atrás.

Neymar se emocionou. Ele sabe que os gigantes europeus fecharam as portas e ele teve de ir para a Arábia
Neymar se emocionou. Ele sabe que os gigantes europeus fecharam as portas e ele teve de ir para a Arábia

Não foi por acaso que chorou ao ser substituído no segundo tempo por Matheus Cunha. Ele sabe que, por justiça, não está merecendo ser convocado. 

No Brasil de Fernando Diniz, com seu 4-3-3 com movimentação constante, Neymar foi, como o blog havia antecipado, o privilegiado no esquema tático. Ele não foi o jogador que ligava o meio com o ataque, como atuava com Tite. Contra os bolivianos, sem ambição ofensiva, podia atuar como mais um meia-atacante, sem preocupação com a recomposição, pronto para os arremates a gol, postura que exige muito menos movimentação, do atleta de 31 anos e meio, que estava sem ritmo de jogo, por causa da reconstituição do seus ligamentos do tornozelo direito.

O Brasil desde o início da partida teve o domínio do jogo.

Foram 72% de posse de bola para 20 arremates a gol. 

O primeiro tempo foi duro, com a ducha de água fria quando Neymar desperdiçou o pênalti aos 15 minutos. Nervoso, ele caiu na provocação dos bolivianos e até tomou um cartão amarelo infantil, por deixar o braço acertar o peito de Medina.

O segundo gol de Neymar. Já livre do peso de ter ultrapassado Pelé, a comemoração à sua maneira
O segundo gol de Neymar. Já livre do peso de ter ultrapassado Pelé, a comemoração à sua maneira

Mas Rodrygo foi muito ágil e fulminante para pegar o rebote do goleiro Viscarra e marcar 1 a 0 para a seleção, aos 23 minutos.

O gol deu alívio ao estádio.

E mais confiança para a seleção.

No primeiro tempo, mesmo com os bolivianos rígidos atrás, o Brasil conseguiu dez arremates a gol. Contra nenhum do time andino. 

A segunda etapa foi muito facilitada quando Raphinha marcou logo a 1 minuto, batendo rasteiro, de perna esquerda, sem chances para Viscarra. 2 a 0.

Com mais espaço, diante da frustração do rival, os brasileiros passaram a imprensar ainda mais a Bolívia na defesa. E o constante Bruno Guimarães deu ótimo passe para Rodrygo ampliar, aos 7 minutos. 3 a 0.

Só estava faltando o de Neymar, que veio aos 15 minutos, com direito a toda festa das 48 mil pessoas que estavam no Mangueirão. 4 a 0.

Aos 32 minutos, com espaço, Ábrego dominou a bola da entrada da área e acertou um chute indefensável para Ederson. 4 a 1.

Só que, aos 47 minutos, Raphinha descobriu Neymar, livre de novo, na área.

O goleiro Viscarra demorou para saltar.

Neymar foi o grande privilegiado no esquema tático de Fernando Diniz: livre para atacar
Neymar foi o grande privilegiado no esquema tático de Fernando Diniz: livre para atacar

E o 5 a 1 se confirmou, com direito a invasão de torcedores para abraçar Neymar.

Mais do que a goleada, importante foi a maneira que o Brasil venceu.

A proposta de jogo, respeitando a essência do futebol do país.

Foi apenas a primeira partida.

O adversário foi fraquíssimo.

Mas já acabou sendo o suficiente para a volta da esperança...

Histórico! Confira em 7 ângulos o gol que fez de Neymar o maior artilheiro da seleção brasileira

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.