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Cosme Rímoli - Blogs

Neymar teve um peso grande na escolha de Ancelotti. Jorge Jesus o dispensou do Al-Hilal. CBF não queria conflito com o ‘melhor’ jogador

Ednaldo sempre quis Carlo Ancelotti. Mas o treinador italiano desejava seguir no Real Madrid. Só quando teve a certeza que Xabi Alonso assumiria em seu lugar fechou com a CBF. Jorge Jesus era o plano B, que perdeu força por conta de Neymar

Cosme Rímoli|Cosme RímoliOpens in new window

Carlo Ancelotti treinou 43 brasileiros. Ele conhece bem as características, até psicológicas, dos jogadores deste país Instagram/Dunga

O sucesso dos treinadores estrangeiros no Brasil instigou Ednaldo Rodrigues.

O trabalho de Jorge Jesus, no Flamengo, o impressionou.

Assim como também o de Abel Ferreira, no Palmeiras.

Mas havia o nacionalismo.


A pressão silenciosa para manter um técnico brasileiro comandando a Seleção pentacampeã do mundo.

Treinadores que nasceram neste país marcavam presença corporativista.


‘O Brasil para os brasileiros.’

Ednaldo acompanhou o segundo fracasso consecutivo de Tite nas Copas.


Eliminação constrangedora nas quartas, contra a Croácia, no Catar.

Como havia sido na Rússia, em 2018, diante da Bélgica.

Ele decidiu investir no técnico de melhor currículo do planeta.

Carlo Ancelotti.

Os motivos eram vários.

Mestre em montar times competitivos, modernos, que misturam recomposição, domínio do adversário, muita força física, velocidade.

Triangulações, movimentação constante do meio para a frente.

E que também sabem como se defender, travar os rivais, quando é necessário.

Sem vergonha de mandar fazer faltas ‘táticas’.

Ou colocar um atleta para duelo individual, contra o melhor jogador rival.

Seus esquemas ‘serviam de inspiração’ para treinadores brasileiros.

Como Tite, Felipão, Vanderlei Luxemburgo, Dorival.

Foi assim que acumulou 30 títulos internacionais importantes.

Carlo Ancelotti tem 30 conquistas internacionais importantes. É colecionador de títulos Real Madrid

Entre eles, cinco Champions League e quatro Mundiais de Clubes.

Ednaldo entendeu que, melhor que alunos copiando professor, melhor trazer o professor.

Só que a contratação não foi efetivada por dois ‘problemas’.

O primeiro, outra temporada que se mostrava vencedora com o Real Madrid.

E o afastamento de Ednaldo da presidência da CBF.

O italiano desistiu.

Fernando Diniz, que era o técnico interino, até uma possível chegada de Ancelotti, fracassou.

Dorival Júnior foi contratado como treinador ‘de verdade’, seu contrato era até a Copa de 2026.

Mas também acabou dispensado pelos fraquíssimos resultados.

Eliminação na Copa América nas quartas.

E goleada para a Argentina, nas Eliminatórias, por 4 a 1.

Jorge Jesus passou a ganhar espaço nos bastidores da CBF.

Só que perdeu muita força ao dispensar Neymar do Al-Hilal, no final do ano passado.

Ednaldo sonha com o jogador do Santos como capitão do Brasil e conduzindo a Seleção ao hexa, com a camisa 10, nos Estados Unidos.

O presidente da CBF percebeu que teria um problema enorme para administrar com Jesus e Neymar juntos, no selecionado.

Ao mesmo tempo, Ancelotti teve um 2025 péssimo.

O Real Madrid fracassou de forma vexatória, como ‘maior clube do mundo’.

Caiu na Champions, nas quartas de final.

Perdeu duas vezes para o Arsenal.

3 a 0 na Inglaterra e 2 a 1, na Espanha.

O time espanhol acumulava partidas ruins.

O presidente Florentino Perez já queria fazer uma reformulação no elenco.

E trocar Ancelotti pelo ídolo Xabi Alonso, treinador vitorioso no Bayer Leverkusen.

O cenário ficou todo favorável a Ednaldo.

Mesmo sabendo da dispensa de Jorge Jesus por parte do Al-Hilal, sua decisão estava tomada.

Ele incumbiu o empresário Diego Fernandes de insistir com o estafe de Carlo Ancelotti.

E tudo que o treinador pediu foi aceito.

Ao mesmo tempo, o Real Madrid deixava claro que o Espanhol de 2024/2025 é do Barcelona.

Além disso, o rival venceu a Copa do Rei, derrotando o time de Ancelotti, por 4 a 3.

O italiano não tinha como mais se segurar no cargo.

Daí resolver aceitar a ‘aventura brasileira’.

Ele, que já havia recusado comandar a seleção de seu próprio país, topou ser o técnico do Brasil.

Aliás, ele já trabalhou com 43 atletas nascidos aqui.

Ancelotti e Kaká. Treinador consegue 'bem demais' a personalidade do jogador brasileiro. Trabalhou com 43 deles Uefa

Sabe bem demais com lidar com eles.

A relação de Ancelotti com os brasileiros vale a pena ser exposta.

Como o acerto com o treinador era mais do que esperado, as estatísticas não param de surgir.

Esta é importante, com o nome dos jogadores e o número de partidas.

E do mais variado potencial de talento.

Kaká - 270 jogos, Dida - 267 jogos, Rodrygo - 208 jogos, Serginho - 201 jogos, Vinicius Jr. - 197 jogos, Cafu - 166 jogos, Militão - 131 jogos, Marcelo - 110 jogos, Alex - 95 jogos, Allan - 87 jogos, Casemiro - 75 jogos, Maxwell - 63 jogos, Pato - 62 jogos, Richarlison - 59 jogos, Zé Maria - 56 jogos, Ramires - 41 jogos, Emerson - 40 jogos, Rivaldo - 40 jogos,

Ricardo Oliveira - 37 jogos, Rafinha - 36 jogos, Ronaldinho Gaúcho - 36 jogos, Bernard - 35 jogos, Nenê - 35 jogos, Douglas Costa - 34 jogos, Endrick - 34 jogos, Thiago Silva - 34 jogo, Roque Júnior - 31 jogos, Belletti - 22 jogos,

Adailton - 21 jogos, Ronaldo - 20 jogos, Lucas - 15 jogos, David Luiz - 12 jogos, Ceará - 10 jogos, Lucas Silva - 9 jogos, Amaral - 6 jogos, Amoroso - 5 jogos, Athirson - 5 jogos, Leonardo - 5 jogos, Digão - 3 jogos, Claiton - 1 jogo, Felipe Mattioni - 1 jogo, Vinícius Tobias - 1 jogo, Willian José - 1 jogo.

Desta longa lista de 43 atletas falta justo o principal jogador do Brasil nos últimos 14 anos.

Neymar.

A relação superficial entre eles sempre foi boa.

E o jogador de 33 anos terá a chance de ser o líder técnico que a CBF sonha.

Mas com o aviso que, se não render, ficará no banco.

Ancelotti tem personalidade e currículo para enfrentar qualquer jogador, quando necessário.

Motivo a mais que animou Ednaldo e derrubou de vez Jorge Jesus.

O Brasil tem sob contrato um dos três melhores treinadores do mundo, ao lado de Guardiola e Klopp.

Só que Carlo Ancelotti era possível.

Não havia nacionalismo que suportasse tantos fracassos desde 2002...


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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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