Neymar está liberado. Virá para a Seleção de Diniz, contra Bolívia e Peru. Milagre? Não. Clássico contra o time do Benzema na sexta
O um mês que o Al-Hilal garantiu que Neymar levaria para se recuperar se transformou em apenas nove dias. Ele vai jogar pela seleção brasileira. Porque terá de enfrentar a equipe de Benzema, líder do Sauditão
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
"Já que estamos falando do Neymar, não sei por que está na convocação da seleção do Brasil um jogador que está lesionado.
"Se calhar, vão obrigar o Neymar a ir ao Brasil. Não vai jogar, porque não tem condições de jogar. Nem treinar, quanto mais de jogar."
(Jorge Jesus, técnico do Al-Hilal, 19 de agosto de 2023).
Ele se referia a duas contusões musculares que o atacante tinha quando se apresentou ao clube da Arábia Saudita.
O Al-Hilal chegou até a divulgar uma nota oficial.
“O jogador sofre de duas lesões no quadríceps direito, ambas no músculo quadríceps femoral. A primeira é uma lesão com sintomas de grau baixo, que deve ser curada até o fim da semana”, diz o comunicado emitido pelo Al-Hilal.
“A segunda é um edema que rodeia o tendão. A estrutura parece parcialmente afetada. Para esta segunda lesão, o tempo estimado de recuperação é de quatro semanas, desde a data em que o jogador chegou ao nosso clube [19 de agosto]."
Ou seja, só atuaria no dia 19 de setembro.
Nove dias depois, Neymar está confirmado para os primeiros jogos eliminatórios da Copa do Mundo dos Estados Unidos, contra a Bolívia, no dia 8 de setembro, em Belém; e diante do Peru, em Lima, no dia 12 de setembro.
O que aconteceu?
A CBF resolveu comprar a briga com a direção do Al-Hilal?
Neymar decidiu estar no Brasil de qualquer maneira?
A água árabe fez milagres?
Nada disso.
O que aconteceu foi o clássico contra o Al-Ittihad, de Benzema, marcado para a próxima sexta-feira.
Como Neymar já está treinando desde sábado passado, não havia como Jorge Jesus não liberar o jogador para se apresentar à seleção brasileira.

A grande impressão é que as informações que vieram do Al-Hilal foram exageradas em relação à agora sua principal estrela.
A CBF contestava o prazo de um mês para a recuperação do jogador.
Afinal, ele já havia atuado em amistosos do PSG.
Além disso, o contato do médico Rodrigo Lasmar com o atleta é constante.
E havia o mais importante para o clube árabe.
O clássico diante do Al-Ittihad, de Benzema, na sexta-feira.
O rival já está na liderança do Campeonato da Arábia Saudita, com quatro jogos e quatro vitórias. E o Al-Hilal tem "apenas" 10 pontos. Ou seja, venceu três e empatou uma.
A partida é importante para Jorge Jesus, que não quer ver o rival abrir 5 pontos de vantagem.
Daí, Neymar em campo.
Mas como o brasileiro poderia atuar e não ser liberado para a seleção?
Não havia cabimento.
Jorge Jesus queria ter mais treinos, se entrosar com a estrela midiática.
Se ele não viesse ao Brasil, seria o ideal.
Mas a necessidade do Al-Hilal acabou por liberar Neymar para Fernando Diniz.
E o jogador é obrigado a vir, por conta de os amistosos acontecerem em uma data Fifa.
Alívio na CBF, principalmente para Fernando Diniz, que deseja repetir com Neymar o que a Argentina fez com Messi: levá-lo à conquista da Copa do Mundo.
E, para desespero de Jorge Jesus, Neymar levará 21 horas de voo, de Riad até Belém. Mas estará com a seleção brasileira. Sem o treinador reclamar.
Afinal, ele usufruirá o jogador no clássico de sexta-feira.
Sem dizer uma palavra, Neymar disse tudo.
Postou uma foto de seu tornozelo pisando firme no treinamento com o Al-Hilal.
Ou seja, está mais do que pronto para jogar.
O primeiro milagre que envolve Neymar e a Arábia Saudita já aconteceu...
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