Nem ameaça de morte abala Cássio. O melhor goleiro da história do Corinthians. 22º pênalti defendido. Só vai parar aos 40 anos
O goleiro corintiano salvou, de novo, o clube na Libertadores. Seus títulos e atuações deixaram para trás Ronaldo, Dida, Gilmar, Carlos, Tobias, Jairo. Aos 35 anos, 582 jogos, se firma como um 'fenômeno'
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
O Corinthians enfrentou concorrência fortíssima para ter Ivan.
Palmeiras e São Paulo tentaram convencer a endividada Ponte Preta a liberar seu jogador mais promissor. Seu goleiro, titular das seleções brasileiras de base.
O acordo envolveu R$ 11 milhões por 50% dos direitos do atleta. Essa quantia era devida pelo time campineiro ao Corinthians.
Aos 24 anos, Ivan seria o sucessor natural de Cássio, que fará 35 anos em junho.
Só que o goleiro mais vencedor da história do Corinthians reagiu. Passou a treinar ainda com mais empenho do que sempre fez.
Conseguiu superar até mesmo as ameaças de morte que sofreu, diante do fraco desempenho do time no Campeonato Paulista. A polícia rapidamente descobriu os adolescentes que tentaram intimidar o jogador.
O jogador também superou a pressão de sua família, que quis ir embora do país, com medo das ameaças nas redes sociais, com direito a fotografia de revólver e balas.
A diretoria e o técnico português Vítor Pereira não foram apenas solidários. Deram ao goleiro a possibilidade de ficar um tempo afastado, cuidando da família, se desejasse.
Cássio não quis se afastar.
Muito pelo contrário. Fez das ameaças incentivo.
Ele as enfrentou como fez com a chegada de Ivan. Mais treinamentos, desenvolvendo reflexos, condicionamento físico e psicológico. Está focado como nos seus melhores momentos no clube, na Libertadores e Mundial de 2012.
E o rendimento, cada vez melhor.
O que aconteceu ontem contra o Deportivo Cali não foi por acaso. Quando Téo Gutiérrez foi para a cobrança de um pênalti, aos 21 minutos do segundo tempo, o goleiro mostrou toda sua frieza, técnica e explosão muscular. Defendeu a 22ª cobrança desde que chegou ao Corinthians.
Só fica atrás de Ronaldo, com 24 defesas.
O agora comentarista da TV Bandeirantes fez tantas defesas de penalidades, não só por seu talento indiscutível, mas também porque todos os jogos empatados no Brasileiro de 1988 eram decididos em pênaltis. Assim como o Paulista de 1989, que obrigava as partidas terminadas em 0 a 0 a ter o mesmo destino.

Cássio ganhou a Libertadores de 2012, o Mundial de 2012, a Recopa Sul-Americana de 2013, os Brasileiros de 2015 e 2017, o Paulista em 2013, 2017, 2018 e 2019.
Ele tem 584 partidas pelo Corinthians.
É o mais vencedor arqueiro que já pisou no Parque São Jorge.
Completar 35 anos em junho não significa que o caminho para o final da carreira está próximo. Muito pelo contrário.
Com preparo físico excelente, o jogador já se decidiu.
Vai atuar até os 40 anos.
Está na sua 11ª temporada no Corinthians.
E renovou em janeiro seu contrato até dezembro de 2024.
O mesmo tempo que Ivan assinou com o clube.
Não há a menor possibilidade de Vítor Pereira fazer revezamento no gol do Corinthians. Por mais qualidade que Ivan também esteja demonstrando nos treinamentos.
Cássio se tornou próximo de Ivan, assim como era de todos os seus reservas, como Walter, que ficou oito anos no banco.
Mas na hora dos treinos e dos jogos, Cássio se impõe. A escolha é natural. Fica nítida a confiança que os companheiros têm no goleiro. Até no apoio que deram, quando ele sofreu as ameaças de morte.
Ele já se impôs como o melhor goleiro do Corinthians na história.

Ronaldo venceu o Brasileiro de 1990, três Paulistas: 1988, 1995 e 1997 e a Copa do Brasil, em 1995.
Dida conquistou o Mundial de 2000, o Brasileiro de 1999, a Copa do Brasil de 1999 e o Rio-São Paulo de 2002.
Gilmar dos Santos Neves conquistou três Paulistas, 1951,1952 e 1954. Mais o Rio-São Paulo de 1954.
Tobias, só o Paulista de 1977. Jairo, o Paulista de 1979. Carlos, o Paulista de 1988.
Ou seja, não há comparação.
A diretoria corintiana sabe disso.
E Cássio é tratado como um 'fenômeno' do gol corintiano.
Por isso, cada vez fica mais difícil garantir a Ivan que ele jogará.
Sem alarde, sem protesto, apenas com treinamentos e partidas impressionantes, Cássio segue firme no Corinthians.
Se tudo continuar dando certo, sem contusões, ele deverá ser o segundo jogador da história a mais vestir a camisa preta e branca.
Cássio tem 582 jogos. Na frente dele, só Biro Biro, com 590, Zé Maria, com 598, Ronaldo Giovanelli, 602 e Wladimir, 806 partidas.
O presidente Duilio Monteiro Alves já pediu ao departamento de marketing uma grande comemoração, quando Cássio passar Ronaldo, daqui a vinte jogos.
Digna do melhor goleiro da história do Corinthians...
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