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Cosme Rímoli - Blogs

“Não tenho medo de jogador de cara feia. Nem de pressão de torcida. E quero apitar a Copa dos Estados Unidos.” Exclusiva com Edina Alves

A melhor árbitra da história do futebol brasileiro. Primeira mulher a apitar Mundial de Clubes masculino, Libertadores, final do Paulista, semifinal de Copa do Mundo feminina. Ela detalha as dificuldades que enfrentou, do interior do Paraná, até chegar à Fifa

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Edina está pré-selecionada para a Copa dos Estados Unidos Fifa

“Sinto que não estou lutando só por mim.

“Mas pelas mulheres neste mundo do futebol, que ainda é machista.

“Não me intimido, sei da minha capacidade, minha dedicação.

“E tenho objetivos e vou atrás deles. Me dá orgulho o que consegui, mas quero muito mais.”


A vida de Edina Alves Batista é impressionante.

Lutou muito para ser a melhor árbitra de futebol da história da América Latina. Esta entrevista é rara. Sua impressionante história de vida não é repartida com a imprensa.


Sabe o quanto é injustamente julgada, por mais que tenha atingido um patamar inimaginável para uma árbitra brasileira. Só que arrombar portas é com ela.

Primeira mulher brasileira a apitar um jogo no Mundial de Clubes masculino da Fifa.


Primeira brasileira a apitar uma partida da Libertadores da América masculina.

Primeira brasileira a arbitrar um jogo internacional masculino fora do Brasil, Copa Sul-Americana.

Nenhuma mulher chegou perto do número de jogos que comandou no Brasileiro, 41.

Primeira brasileira a apitar uma final de Campeonato Paulista.

Primeira brasileira a apitar Copa do Mundo feminina, fez até semifinal.

Trabalha na federação mais importante do país, a Paulista.

“Eu nasci em uma família pobre, em Goioerê, no Paraná. Cidade muito pequena. Jogava basquete e futebol. Me apaixonei pela arbitragem. Não tinha dinheiro para almoçar enquanto fazia o curso para me tornar juíza. Era itinerante, precisava viajar. E repartia salgadinhos no ônibus.” “Mas vou confessar uma coisa. Sempre tive objetivos na minha vida. E corri atrás.”

“É muito difícil ser árbitra. Mulher apitando é algo ainda muito novo. E a resistência é grande. Tenho muita sorte de ter pessoas como o presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, que sempre acreditou em mim. O diretor de arbitragem, o argentino Patricio Loustau, que me incentiva e me cobra muito. E o privilégio de trabalhar com a Neuza Back, que é a melhor auxiliar do mundo!”

De personalidade fortíssima, com preparo físico impressionante para seus 45 anos, Edina também faz questão de deixar claro a importância do fortalecimento do lado psicológico.

“A pressão é imensa. As pessoas não têm ideia. A força mental é mais que necessária. A competência de quem me cerca é muito grande.”

Sabe que, por ser mulher, seus erros são mais destacados do que os de árbitros. “É injusto, mas compreendo. Não sou infalível, mas aprendo e não repito erros.”

Reconhece que Sandra Regina e Ana Paula Oliveira abriram caminhos para as mulheres na arbitragem masculina. “Elas foram guerreiras, pioneiras. Sofreram muito. Mas graças a elas que novas árbitras estão surgindo neste país.”

Edina que trabalha com o escudo da Fifa tem um grande desejo. E está pré-selecionada para conseguir esse imenso objetivo. Apitar a Copa do Mundo masculina, nos Estados Unidos. “É o meu grande objetivo. Vou lutar, até mais do que fiz. Mas vou conseguir, com a ajuda das pessoas que me cercam.

“Sou mulher. E quem diz o que vou fazer sou eu!”

Que ninguém duvide de Edina Alves Batista...

Ela é mais uma personagem importante entrevistada no Canal do Cosme Rímoli.

É uma parceria com o R7.

A cada semana, nova entrevista exclusiva do esporte deste país...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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