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Cosme Rímoli - Blogs

Modric, orgulho não só da Croácia. Do futebol. Nada de adeus à sua seleção. Foi convocado para a Copa das Nações e à Eurocopa

Aos 37 anos, ele foi o maestro que quebrou o ritmo, o entusiasmo da Seleção Marroquina. Como fez com o Brasil. A Croácia implorou e Modric vai jogar a Copa das Nações. E, talvez, a Eurocopa, em 2024

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Modric mostra a importância que ele dá ao terceiro lugar na Copa. O beijo na medalha de bronze
Modric mostra a importância que ele dá ao terceiro lugar na Copa. O beijo na medalha de bronze

Doha, Catar

Khalifa Stadium

Copa do Mundo nunca mais.

Foi a quarta.


Mas não o adeus da Seleção Croata.

O país europeu ainda precisa dele.


E ele encara jogar como um ato de patriotismo.

Não será sua despedida do futebol.


Errou quem insistiu em 'última dança'.

Uma bobagem, diante da vitalidade de Luka Modric.

A despedida dos Mundiais foi aqui, no Khalifa Stadium, com os três filhos no gramado. 

Sorrindo, feliz, como um garoto.

Orgulhoso, com a medalha de bronze no peito.

'Quero seguir até o fim da Liga das Nações. Depois, vamos ver.

"Queria ganhar a Copa, era meu sonho, não foi possível, mas também estou feliz com minhas medalhas. É algo muito grande e muito importante para a Croácia.

"Já não se pode falar da Croácia como uma seleção que faz algo a cada 20 anos.

"Com a Copa passada e esta, colocamos a Croácia no mapa das grandes."

Modric se referia à façanha da geração de Suker, Boban e Jarni, terceira colocada na Copa da França, em 1998.

Desde então, o povo croata esperava por outro grande resultado mundial. Veio em 2018, com direito a Modric ganhar o troféu de melhor do planeta.

E ele seguiu.

Foi o maestro de nova caminha impressionante em uma Copa do Mundo.

Com a mistura de uma geração envelhecida com jovens promessa, o país chegou à terceira colocação.

Mas ainda a Croacia ainda precisa dos seu talento para ditar o ritmo de um jogo.

Como fez hoje, tornando a partida mais lenta, acabando com a empolgação marroquina. Como havia travado o time de Tite, nas quartas-de-final.

Fez do futebol um alívio para um país ainda marcado pela terrível guerra civil, que acabou com a Iugoslávia.

A medalha de bronze. Celebrada como muita alegria. Modric tem a noção o que representa ao seu país
A medalha de bronze. Celebrada como muita alegria. Modric tem a noção o que representa ao seu país

Criou a Sérvia e Croácia, em 1995.

E matou seu avô, em frente à casa que morava, por soldados sérvios.

Foi com essa resiliência, que cerca de três mil croatas conseguiram superar mais de 40 mil marroquinos que lotaram o Khalifa Stadium.

Os africanos sonhando com um passo a mais na história do futebol.

Era a primeira vez que o continente se classificava entre os quatro do mundo.

Mas não puderam chegar em terceiro lugar.

Os torcedores croatas gritavam, empolgados, após a vitória por 2 a 1, o nome do cruel e talentoso maestro que não permitiu mais essa façanha do surpreendente time do Marrocos.

"Luka, Luka, Luka." 

Finalmente eram ouvidos.

Modric retribuia mostrando com orgulho a medalha de bronze.

A imprensa croata revelou, depois do jogo, que houve uma importante reunião entre ele e o treinador Zlatko Dalic antes do jogo de hoje.

Dalic pediu para Modric seguir na Seleção Croata, pelo menos para os jogos finais da Copa das Nações, em junho de 2023. 

E fizesse o último 'sacrifício'.

Disputar a Eurocopa de 2024, na Alemanha, que a Croácia sonha vencer.

Modric brincando com sua filha Sofia, depois da vitória sobre Marrocos. O valor da família
Modric brincando com sua filha Sofia, depois da vitória sobre Marrocos. O valor da família

A Copa das Nações, com certeza.

Eurocopa, talvez.

Junho de 2023 também marca o fim de seu contrato com o Real Madrid.

O clube espanhol quer analisar se Luka resiste ao ritmo intenso que Ancelotti faz o time espanhol adotar.

Modric tem propostas dos Estados Unidos para seguir jogando.

Ser um garoto-propaganda do futebol masculino no país da próxima Copa.

Muito discreto, ele sai da Copa do Catar satisfeito.

Sabe que consolidou seu nome como o melhor jogador da história da Croácia.

E um dos grandes nos Mundiais.

Levou sua geração além do limite.

Do que a própria Croácia esperava.

Só para lembrar.

Foi sob sua maestria que o Brasil foi eliminado desta Copa...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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