Diniz respeita muito Muricy. O coordenador vai alertá-lo que pode 'perder o vestiário'
Rubens Chiri/DinizSão Paulo, Brasil
Muricy Ramalho nunca foi um gentleman.
Nos treinos, nos jogos, ele cobrava muito forte seus jogadores.
Acabou tetracampeão do Brasil.
Não dirigiu a seleção porque não quis.
Deixou de ser técnico por problemas de saúde, ligados ao stress.
Ele voltou ao futebol por saudade do dia-a-dia, da competitividade.
Mas como coordenador, levado pelo novo presidente do São Paulo, Julio Casares.
Ele deve integrar os jovens valores da Cotia com os profissionais.
E também ajudar, aconselhar o treinador do time principal.
Muricy Ramalho já ganhou sua primeira missão.
Terá uma conversa mais séria com Fernando Diniz, de quem é grande defensor.
Ele e Julio Casares querem que o treinador evite xingar os jogadores durante as partidas.
Como fez com Luciano e ontem, de maneira estúpida, com Tchê Tchê, que, abalado, acabou expulso.
Muricy já foi jogador e treinador.
E sabe.
Ofender atletas diante do grupo é um caminho perigoso.
E pode ter como consequência a 'perda do vestiário'.
Psicólogo e incoerente. Dizia que jogador era tratado como objeto. Agora, técnico, os desrespeita
Rubens Chiri/São PauloOu seja, os atletas ficarem revoltados, contra o treinador.
Uma pergunta clara e difundida na imprensa, por exemplo, é sobre o motivo que faz com que Diniz não xingue Daniel Alves, que ontem também foi muito mal na goleada que o time sofreu para o Red Bull Bragantino por 4 a 2.
Fernando Diniz se formou em Psicologia na Universidade São Marcos.
Vale a pena relembrar suas próprias palavras, em 2012, em uma entrevista para o UOL.
"Eu sofria muito quando era jogador. Não fui um cara que teve felicidade de ser jogador. Era uma coisa que era pra eu adorar, mas esse ambiente profissional de alto nível me trazia muita angústia e sofrimento."
"Geralmente o jogador, quando é criança, vem de uma família desestruturada. Muitos jogadores saem com 12, 13, 14 anos de condições adversas. Tudo isso faz com que ele não tenha poder de se articular, por exemplo. E o futebol e os clubes não levam isso em consideração. O jogador é tratado como objeto."
Ele parece ter se esquecido suas próprias convicções.
Ou não trataria Tchê Tchê, como ontem.
"Seu ingrato do c..., seu perninha do c..., seu mascaradinho do c....
"Vai se fod..."
Diante do mesmo Bragantino, Luciano foi também humilhado, depois de cometer pênalti.
"Parabéns, Luciano. Vai tomar no c*."
E ainda foi mais ameaçador, ao perceber que o jogador o encarava.
"Tá olhando o quê?"
Diego Lugano, que foi líder, capitão do São Paulo, não gostava da maneira que Diniz ofende os jogadores.
O executivo Raí já conversou, aconselhou. Mas foi incompetente para fazer o treinador respeitar os atletas.
Diniz também não ouve seu auxiliar, o veterano Márcio Araújo.
Com o São Paulo na reta final, com sete pontos de vantagem, para vencer o Brasileiro, Casares quer acabar com essa situação.
Daí a intervenção de Muricy.
Tchê Tchê. Xingado por Diniz de 'mascaradinho'. Raiva descontada em Cuello. Expulso
Reprodução/SportvSem público, os palavrões, a maneira agressiva de agir de Diniz chega pela televisão a todos os torcedores.
Os jogadores ficam humilhados.
Não tem cabimento a situação continuar.
O psicólogo Diniz terá de respeitar o time que comanda....
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