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Cosme Rímoli - Blogs

Milito trouxe aos jogadores o prazer de atuar no Atlético, depois do problemático Felipão. Finalista da Libertadores e da Copa do Brasil

O treinador assumiu em março um elenco milionário, mas que se mostrava decadente com Luiz Felipe Scolari. O argentino chegou a Belo Horizonte e avisou a direção. Focaria nas Copas. E deixaria o Brasileiro em segundo plano. Provou estar mais do que certo

Cosme Rímoli|Do R7

Milito e Hulk comemoram. O Atlético mereceu ser finalista da Libertadfores Pedro Souza/Atlético

A troca foi radical.

Apesar do elenco caríssimo, o time não rendia nas mãos de Felipão.

Havia perdido a confiança já no Campeonato Brasileiro de 2023.

Depois de uma reação empolgante, fracassou no jogo mais importante.


Quando havia ainda chance até de ser campeão.

Foi goleado impiedosamente pelo Bahia, por 4 a 1.


Na pré-temporada, Luiz Felipe Scolari, aos 75 anos, já não conseguia mostrar energia.

E se irritava com jogadores importantes do elenco.


Não mostrava o mesmo entrosamento com os bilionários que mantêm o futebol do clube.

Muito pelo contrário, não aceitava questionamentos.

O ambiente foi ficando insuportável.

A ponto da demissão, às vésperas da final do Campeonato Mineiro, só surpreender quem não acompanhava o Atlético de perto.

Para a decisão dos jogos que são importantíssimos para o restante da temporada dos dois rivais de Belo Horizonte, chegou Gabriel Milito.

Ex-zagueiro importante do futebol, com passagem de quatro anos no Barcelona.

Vencedor da Champions League e do Mundial de Clubes.

Foi peça marcante na Seleção Argentina por 11 anos.

Nos oito anos de trabalho como treinador, não havia conquistado sequer um título. Mas empresários insistiam na sua personalidade forte, mas agregadora, e pela maneira moderna, ambiciosa com que montava seus times.

Com energia de sobra, aos 44 anos.

Ao analisar o fortíssimo elenco do Atlético Mineiro e conseguir acertar o salário de 250 mil dólares mensais, R$ 1,4 milhão, aceitou trabalhar no Brasil.

Milito conseguiu unir o time, ouvindo o grande líder da equipe, Hulk.

Hulk e Deiverson mostram o clima leve e confiante que Milito conseguiu impor no Atlético Pedro Souza/Atlético

Como é típico dos jogadores de futebol atuais, destacou a importância de saber cobrar os atletas.

O argentino entendeu e os gritos e caretas de Felipão foram trocados por cobranças firmes, mas respeitosas, e por conversas individuais.

E os resultados vieram imediatamente.

Nas finais do Mineiro, empate em 2 a 2 e título, na vitória por 3 a 1, no Mineirão, na casa do rival Cruzeiro.

“É um cara que trabalha bastante e cobra muito. É bom quando a gente tem um líder assim, que não está satisfeito. No nosso dia a dia, às vezes ele fica muito chateado porque não sai a jogada, mas isso é bacana. A gente começa a entender que é um cara que cobra bastante e, quando tem um cara que cobra, você vai estar sempre preocupado em dar o seu melhor.

“Eu tenho certeza que ele tem tudo para ganhar muitas coisas aqui e virar ídolo como treinador. Tenho certeza que tem grandes chances de isso acontecer.”

A previsão de Hulk, em maio, se concretizou.

Milito foi claro com a direção atleticana.

Vindo de fora, chegou à conclusão óbvia.

Seria ‘impossível’ ganhar o Brasileiro, a Libertadores e a Copa do Brasil.

E ele iria investir nas Copas, e no torneio nacional, o ímpeto e o risco seriam menores.

O argumento final foi a perda de atletas nas datas Fifa, com a sequência de partidas em seguidas, inviabilizando o uso dos melhores jogadores.

Foi tão veemente que conseguiu convencer os mecenas bilionários que investem no futebol do clube.

Implantar a estrutura tática foi difícil.

Voltando da aposentadoria, Felipão não deixou legado.

E o argentino trabalhou muito.

O foco nas Copas travou a caminhada no Brasileiro, como era previsível.

Milito teve de enfrentar vaias, duras cobranças da imprensa mineira.

Mas os jogadores e os dirigentes sabiam muito bem o que ele queria para 2024.

A chegada de Deyverson foi também fundamental para ter um atacante que serviu como vértice, como pivô, abrindo espaço para Hulk e Paulinho se movimentarem, abrirem espaço nas zagas adversárias.

E o sistema defensivo cresceu na hora certa.

As eliminações, na Copa do Brasil, de São Paulo e Vasco, garantindo a chegada à final.

E derrubar San Lorenzo, Fluminense, River Plate para chegar à decisão da Libertadores.

Os resultados provam o acerto do planejamento.

As duas finais já valeram R$ 146 milhões aos cofres atleticanos.

O artífice desse lucro foi Milito.

“Estamos com a emoção à flor da pele por ter conseguido, mas jogar todos os jogos da temporada não é fácil. A gente se propôs a jogar como grupo jogar todos os jogos do Brasileirão, todos da Copa do Brasil e todos da Copa Libertadores.

“Sabíamos que o caminho ia ser duro, mas tínhamos que tentar. Temos jogadores e equipe para poder conquistar, por isso estamos trabalhando, e hoje conseguimos nosso sonho. Agora isso segue para nós e queremos a Glória Eterna de verdade”, disse ontem, após o 0 a 0, no Monumental lotado, que valeu a vaga na final, depois do massacrante 3 a 0, diante do River Plate, de Marcelo Gallardo, em Belo Horizonte.

Milito é um argentino que está dando muito orgulho ao Atlético.

Ao futebol brasileiro...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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