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Cosme Rímoli - Blogs

Mesmo sufocado em casa,  Corinthians reaprende a vencer. Róger Guedes marcou dois gols. Fim do vergonhoso jejum

O Fluminense de Fernando Diniz teve o domínio da partida, mas o defensivo Corinthians de Luxa, acertou dois contragolpes. E venceu a partida. Pressão diminuiu para o técnico.E renasceu esperança até para a Copa do Brasil

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Depois de oito partidas, o Corinthians reaprendeu a vencer. Róger Guedes marcou os dois gols
Depois de oito partidas, o Corinthians reaprendeu a vencer. Róger Guedes marcou os dois gols

São Paulo, Brasil

Jogadores ajoelhados, agradecendo aos céus.

Outros se abraçando, emocionados.

Assim como Vanderlei Luxemburgo, 71 anos, cerrando os punhos, vibrando como um garoto.


Não era para menos, o Corinthians reverteu a lógica.

E acabou com o vergonhoso jejum de oito jogos semk vencer.


Posse de bola: 70% contra 30%.

Finalizações ao gol: 22 contra 14.


Passes certos: 670 contra 240.

O time de Luxemburgo desprezou todas as estatísticas a favor do Fluminense e conseguiu recuperar o sabor de uma vitória, hoje, em Itaquera.

E conseguiu sair da enlameada zona do rebaixamento, ganhando grande incentivo para a 'missão impossível' que é sobreviver nas oitavas da Copa do Brasil, precisando vencer o Atlético Mineiro por três gols de diferença, na quarta-feira.

Depois de oito partidas sem ganhar um jogo sequer, a equipe paulista não alterou sua maneira humilde, quase submissa de jogar.

Mesmo jogando em casa, recuada, oferecendo ao adversário a iniciativa para apostar nos contragolpes.

A estratégia consagrada por equipes pequenas finalmente deu certo para o gigante Corinthians.

Graças ao oportunismo e sorte de Róger Guedes, que vive a melhor fase de sua carreira. O atacante marcou os dois gols que deram a desejada conquista, por 2 a 0.

Cássio fez ótimas defesas, trouxe segurança ao time.

E para completar a tarde reanimadora, Renato Augusto voltou a jogar, depois do início de abril, quando teve séria contusão no joelho direito.

"Chegou a vitória, que era muito importante.

"Brinquei com o Renato (Augusto) que a gente venceria com a volta dele. Ainda pintei o cabelo, brinquei com meu filho.

"É só agradecer a Deus pelo momento, agora vamos tentar engatar a vitória. Sobre o cabelo, sempre uso, sempre pintei, estou calvo por isso, temos uma decisão forte e será um jogo muito difícil.

"Confio na minha equipe, confio no torcedor, é arena lotada para a gente conseguir os dois gols e tentar a classificação.

"Estávamos sendo cobrados, o Fluminense joga um futebol bonito, agora acho que vai dar uma moral para a equipe", comemorava Róger Guedes.

Yuri Alberto e Róger Guedes comemoram a importantíssima vitória. Foram fundamentais
Yuri Alberto e Róger Guedes comemoram a importantíssima vitória. Foram fundamentais

"A gente teve controle do jogo, chance para fazer os gols, mas não fizemos, e o Corinthians teve qualidade para ir lá e fazer", a definição de Ganso foi a melhor possível.

A partida foi muito difícil para esse 'novo Corinthians', que Luxemburgo está impondo. Com elenco sem grandes opções, principalmente no meio-campo, o veteraníssimo técnico tratou de virar as costas à pressão para montar uma equipe ofensiva. E tem tratado de apostar ao máximo no poder de marcação. 

O 'moderno' Luxa tem consultado, com frequência, a maneira que os times de José Mourinho se consagraram. E seguido, à risca, os ensinamentos. Travando duas linhas na intermediária. Ainda mais contra uma equipe tão técnica e ofensiva como a do Fluminense, de Fernando Diniz.

Teve a sorte de o adversário estar desfalcado de Marcelo, Keno, Marrony e Alexsander, contundidos. E Diniz, suspenso. 

O que fez de Paulo Henrique Ganso, o único protagonista.

Mesmo encalacrado no esquema corintiano, 4-5-1, o meia conseguiu com toques sutis, inteligentes, abrir espaço na defesa paulista. O Fluminense forçava muito pelo lado esquerdo, defendido por Matheus Bidu.

André, Martinelli e Lima surgiam com o apoio oportuno de Samuel Xavier.

Quem esteve sem inspiração foi o argentino Cano, desligado do jogo.

Mas as chances para o time carioca surgiram e foram sendo desperdiçadas.

A felicidade de Renato Augusto, que voltou a jogar futebol. Estará em campo contra o Atlético Mineiro
A felicidade de Renato Augusto, que voltou a jogar futebol. Estará em campo contra o Atlético Mineiro

O Corinthians foi imprensado. O Fluminense teve 63% de posse de bola, chutou nove bolas a gol. E só não saiu vencendo por falta de precisão nas finalizações, Cássio e erro no 'último' passe.

No segundo tempo, o time carioca voltou muito adiantado. Ofereceu espaço para os contragolpes. E eles vieram, com o crescimento da intensidade do meio-campo corintiano. E transição para o ataque.

Aos 13 minutos, Roni descobriu Bidu livre. O cruzamento chegou para Yuri Alberto, que ajeitou para o iluminado Róger Guedes, ganhar no corpo de Nino, e completar de cabeça para as redes de Fábio.

O Fluminense se abriu de vez, voltou a ter mais domínio ainda da partida. Mas faltou objetividade, competência para concluir. Até que o castigo final veio aos 46 minutos, quando Fagner cruzou com perfeição.

E a sorte interferiu.

Róger Guedes iria ajeitar para Yuri Alberto. Mas errou a cabeçada e a bola foi cruzada, indefensável para Fábio.

Corinthians 2 a 0.

Festa, quase como se fosse de título, em Itaquera.

Vitória após o jejum vergonhoso.

Esperança renovada para a Copa do Brasil.

E um pouco de paz para o atormentado Luxemburgo...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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