Memphis, substituído no intervalo, por Gui Negão. Corinthians piora. Perde o clássico para o São Paulo. 2 a 0. Torcida marca protesto. ‘Inaceitável’, reclama do time, Dorival. Holandês não esperou o elenco
O domínio do São Paulo foi completo, no Morumbi. Dorival monta uma equipe sem perfil marcador. Sofre dois gols em dois minutos, no primeiro tempo. E ele decidiu tirar Memphis no intervalo. Holandês foi embora antes do time. Clima tenso no Parque São Jorge

Havia a certeza que Dorival Júnior faria trocas no intervalo, ontem à noite.
O Corinthians jogara mal demais o primeiro tempo no clássico contra o São Paulo.
Perdia a partida por 2 a 0, com seu time dando espaço precioso para o rival, principalmente na intermediária.
A escalação escolhida por Dorival Júnior deixou o Corinthians escancarado.
Ele colocou Carillo, Bidón, Garro, Memphis e Romero, atletas sem características de marcação. Contra seis atletas do São Paulo entre as intermediárias.
O domínio do São Paulo se traduziu em dois gols de Luciano, ainda no primeiro tempo.
Aos 31 e aos 34 minutos, em falhas infantis corintianos, que propiciaram os gols. Felix Torres teve atuação pavorosa. Transpirava insegurança.
O time retornou do vestiário com três trocas.
Dorival trocou Félix Torres por Léo Maná, Martínez por Raniele.
E... Memphis por Gui Negão, garoto que não rendeu.
As trocas não adiantaram nada.
O São Paulo seguiu jogando melhor e teve chances para ampliar.
No final da partida, o time, Dorival estava desconfortável, pressionado.
Perguntado sobre a razão de ter tirado o holandês, o treinador corintiano, ficou tenso.
“É técnica, exclusivamente técnica, apenas isso, foi necessário e tivemos que alterar, qualquer um pode sair.
“independentemente de nome, preciso que todos cumpram funções. Se não tivermos energia para cumprimos, tenho que alterar.”
Memphis Depay, que no primeiro tempo havia deixado Romero cara a cara com Raphael e o paraguaio chutou teve a coragem de chutar em cima de Raphael, não gostou de ser substituído.
E foi embora do estádio enquanto seus companheiros tomavam banho.
“Eu não vi isso aí, estou com atenção no jogo, vou tentar me informar a respeito dessa decisão. Os jogadores tomam cada um as suas decisões, é uma decisão individual de cada um.
“Não vou falar individualmente de jogadores, eu falo internamente com atleta, se tiver que fazer correção ou dar incentivo, parabenizar por alguma atitude, faço internamente, não vou expor o atleta em qualquer condição que for.”

Memphis é o grande líder do elenco corintiano. E ele goza de todo prestígio com a direção.
Dorival sabe disso.
E completou sua desculpa para as trocas no Corinthians.
“Eu tinha que fazer algo dentro do que estava observando, tirei três, poderia ser cinco ou seis. Não foi um primeiro tempo do padrão que esperamos de uma equipe como essa.”
Dorival não assumiu que ajudou ao São Paulo, sem querer, com sua escalação.
Ele repassou a culpa aos jogadores, o que é sempre ruim, para um comandante
“Energia, faltou energia (dos jogadores) e você vai abrindo espaço. E ai é efeito dominó. Garro não tinha obrigação da marcação dos zagueiros, ele ficava atrás, com homens do meio. Eles tinham espaço no meio, batia lá fora e não tinha como neutralizar.
“Na falta de energia para o combate, eles tiveram liberdade de movimento, coisa que aconteceu com o Corinthians em muitos jogos. Hoje o São Paulo mereceu e fez 2 a 0 no primeiro tempo.”
Foram 29 desarmes do time de Crespo e apenas nove corintianos.
Uma dos grandes erros de Dorival foi escalar Félix Torres, que já vem jogando mal na sua posição, zagueiro, atuou na lateral. E comprometeu o time. Trouxe insegurança aos companheiros. Sua falha no segundo gol foi decisiva.
Por coerência, ele tinha que voltar nesse momento, faltou o Matheus. Pelo que produziu, ele teve merecimento para retornar. O segundo gol saiu pelo lado, numa jogada em que houve vários momentos antes da batida do Wendell.
“O primeiro gol foi por dentro, perdemos jogada por dentro e ocasionou o gol do São Paulo, por isso não houve um erro pontual de um ou outro atleta, mas sim uma jogada centralizada que nos tirou a possibilidade de recuperação de bola.
“Saíamos para o ataque e fomos surpreendidos pelo retorno da bola em condição de conclusão do Luciano.”

Dorival Júnior chegou a 14 jogos no Corinthians.
Tem seis vitórias, quatro derrotas e quatro empates.
E ele teve de responder até sobre a possibilidade de ser mandado embora.
“Primeiro que no Brasil você não tem essa condição de estar tranquilo em sentido nenhum em equipe nenhuma. Quem avalia meu trabalho está aqui, diretor de futebol e presidente.
“Essa pergunta devia ser dirigida a eles. Estou desenvolvendo meu melhor no Corinthians buscando correções. Temos que encontrar caminho que nos dê sustentação e segurança maior. Na grande maioria de times que passei não tive esse problema, estou tendo de enfrentar agora. Temos de conviver e trabalhar para que a recuperação aconteça.”
Dorival Júnior confessou após a vitória na quarta-feira da semana passado. Tinha a promessa de quatros reforços. Eles não chegaram.
Mas quem estarão em frente ao clube, na próxima quinta-feira, para cobrar os jogadores, serão as organizadas.
A diretoria interina aumentará o número de seguranças.
Dirigentes não têm ideia se haverá problema com Memphis.
As primeiras informações de setoristas foi que o holandês saiu do Morumbi irritadíssimo.
No Brasileiro, o Corinthians é apenas o décimo colocado.
E na próxima quarta, terá o Cruzeiro, em Itaquera.
Jogo problemático para Dorival Júnior...