Palmeiras e Flamengo se enfrentam neste sábado (28), às 16h30, no Mané Garrincha
Cosme RímoliBrasília, Brasil
"Vai um ingresso, aí?
"Olha, vale a pena, é Flamengo e Palmeiras.
"Tenho tudo: arquibancada, no meio de campo, atrás do gol. E camarote... Muita gente aqui em Brasília ganha e vende para nós. E aí a gente revende."
Recusei a sugestão, em frente ao estádio Mané Garrincha, hoje, às 11h. Fiquei por 20 minutos só acompanhando o livre trabalho dos cambistas.
O irônico é que tudo acontecia em frente a soldados, envolvidos no maior esquema de segurança para uma partida de futebol entre dois clubes brasileiros, já organizado, em Brasília.
Eles tinham outro foco, que ia muito além do cambismo.
Tudo por causa da invasão e depredação do Congresso Nacional.
O próprio ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, autorizou a Força Nacional a ajudar no esquema de proteção que envolve a final da Supercopa do Brasil.
O medo era outra vez Brasília se envolver em um episódio de violência, de vandalismo.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou até uma portaria oficial.
“Autorizar, atendendo à solicitação do GDF, o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em apoio às forças de segurança pública do Distrito Federal, em caráter episódico e planejado, durante a partida de futebol entre Palmeiras e Flamengo, no dia 28 de janeiro de 2023, no perímetro externo da Arena BRB Mané Garrincha, em atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio."
Não foi divulgado o número oficial dos envolvidos no policiamento de mais de 60 mil torcedores que acompanharão o jogo.
Era algo que fugia ao normal. Uma série de barreiras foi criada por soldados.
Mesmo dentro do estádio Mané Garrincha, as saídas e as entradas foram reforçadas por barreiras de ferro.
Tudo para restringir a livre movimentação dos torcedores.
E evitar nova briga entre as torcidas rivais, como aconteceu, no mesmo estádio de Brasília, em junho de 2016.
Há dois bolsões de 20 metros de comprimento cada um. São gradis fixos de 3 metros de altura.
De acordo com o texto da Secretaria de Segurança, esses bolsões serão utilizados para logística e mobilidade das forças de segurança, incluindo Tropa de Choque.
"O Distrito Federal viveu um momento muito difícil no dia 8 de janeiro, como todos acompanharam. Tenho plena confiança nas forças de segurança do Distrito Federal para que o jogo possa ser realizado aqui com tranquilidade e máxima segurança", disse, ontem, o interventor federal em segurança pública, Ricardo Capelli.
Ninguém pode questioná-lo.
Diante do medo de novos atos de violência, a opção foi deixar os cambistas à vontade.
Eles viraram o menor problema em Brasília...
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