Medo de Ceni e Muricy irem embora. A explicação para o endividado São Paulo buscar grandes reforços
O presidente Casares não queria ficar sem seus dois escudos. Muricy e Ceni iriam sair sem reforços. E, mesmo com o São Paulo devendo mais de R$ 600 milhões, buscou importantes contratações
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
"É o seguinte: o São Paulo não pode estar nessa m... que está. É uma m.... E não vai ter perspectiva, sabe? A gente percebe o discurso do presidente: 'Ah, não tem dinheiro, não tem nada'. O Corinthians também não tinha dinheiro no começo do ano, aí contratou quatro jogadores experientes e está na Libertadores."
"Eu e o Rogério vamos fazer a mesma pergunta para ele. Vai ter uma negativa de investimento, e eu não vou ficar mais. Porque é muito sofrimento, cara. Eu tenho uma história lá, você sabe. O Rogério Ceni também tem uma história. A gente ia ficar marcado que o time caiu pela primeira vez, cara. É muito risco, entendeu?"
"E trabalhamos para ca.... As pessoas não têm ideia do que a gente trabalha lá. Não tem dinheiro nenhum, cara. Então não dá, né? Vou continuar sofrendo? Continuar vendo meu time nessa merda? Torcida puta e com razão, apesar que torceu para ca... Não dá. A torcida uniformizada foi cobrar, e eu fui um dos caras que colocou a cara lá."
"Então, isso eu posso te falar. A gente vai ter uma conversa amanhã ou depois e, como não vai ter o investimento, eu e o Rogério vamos sair. Para mim já deu, entendeu? Imagina a gente cair? Não vai dar nem para andar nos lugares, tenho vergonha. É meu time. Se ele não sinalizar que vai ter algum investimento, não dá. O Rogério também não vai ficar."
O vazamento do desabafo de Muricy Ramalho, tornado público no dia 11 de dezembro, provocou um grande susto no presidente Julio Casares. Ele percebeu que ficaria desprotegido, sem os dois ídolos que serviram de escudo em 2021, quando o clube outra vez ficou ameaçado pelo rebaixamento.
E tratou de imitar o Corinthians que, com seu bilhão de reais em dívidas, contratou jogadores importantes. Casares desprezou os mais de R$ 600 milhões em dívidas do São Paulo e partiu para a busca de jogadores vividos, com personalidade para suportar pressão. E deixou de lado os garotos de Cotia.

Foi assim que buscou Rafinha, 36 anos, e Alisson, 28 anos, do rebaixado Grêmio. Jandrei, 28 anos, goleiro reserva do Santos. Patrick, 29 anos, Internacional. E Nikão, 29 anos, cujo contrato terminou com o Athletico.
Ainda tenta baixar o preço de Soteldo, 24 anos, que atua no Toronto. E busca convencer a diretoria do Fortaleza a ceder Ronald, 24 anos.
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Douglas Costa só não foi contratado porque não se interessou em jogar no clube. Se mostrou muito mais preocupado com seu casamento, no dia 19 de janeiro. Em plena pré-temporada. E também exigia o mesmo salário que recebe no Grêmio, R$ 1,5 milhão. O São Paulo desistiu.
Ou Casares buscava reforços importantes, que chegassem "prontos para jogar", como exigiram Ceni e Muricy, ou os dois iriam embora. De cabeça erguida, por terem evitado o rebaixamento do São Paulo no Brasileiro.

Rogério Ceni disse a pessoas ligadas à direção que jamais vai se expor novamente como fez no ano passado, assumindo uma equipe em decadência na temporada. O ex-treinador Hernán Crespo já não sabia como fazer para motivar seus jogadores, a equipe estava cada vez mais apática.
Mas Ceni percebeu que os atletas não mostravam personalidade para suportar a pressão da ameaça da segunda divisão. E foi exigência sua aumenter a média de idade da equipe para 2022.
Porém queria atletas em ótima forma física. Com velocidade, explosão muscular.
Ceni quer montar uma equipe vibrante, guerreira, de atitude.
A obrigação é não sofrer no Brasileiro, nada de ter medo da segunda divisão. Ir o mais longe possível no torneio nacional, com a obrigação de uma vaga para a Libertadores de 2023. Lutar pelo título inédito da Copa do Brasil. E usar o Paulista como ajuste do time, sem abrir mão da possibilidade de ser bicampeão.
Jogadores que não se encaixaram na filosofia de Ceni já começaram a sair. Bruno Alves, Orejuela, Benítez, Lizieiro, Galeano, Lucas Perri, Shaylon. Pablo se negou, a princípio, a ir para o Ceará. Mas não seguirá no clube.

Muricy e Ceni estão aliviados.
Sentem que terão um elenco muito mais forte que 2021.
E que não serão apenas escudos do presidente.
Poderão comandar um time que combina com suas histórias no Morumbi.
E Casares garante que ainda novos reforços chegarão...
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