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Cosme Rímoli - Blogs

Medo da reação da vândalos, por balada, pode fazer com que Jô assine a rescisão. E deixe o Corinthians

Ele já teve o carro apedrejado por 'vândalos', por 'desrespeitar' o clube. A reação nunca esteve tão desgastada. Ter faltado ontem ao tratamento médico irritou de vez a direção. As redes sociais não o perdoam

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Com medo da reação de fanáticos infiltrados nas organizadas, Jô, 35 anos, poderá até deixar o Corinthians
Com medo da reação de fanáticos infiltrados nas organizadas, Jô, 35 anos, poderá até deixar o Corinthians

São Paulo, Brasil

Medo.

Esse pode ser o ingrediente que tem tudo para ajudar o Corinthians.

Até na possibilidade de rescisão do contrato de Jô.


O atacante de 35 anos está seriamente preocupado, temeroso com a reação de torcedores do clube, diante da situação na qual se colocou.

Ao ser flagrado batucando em um pagode, na noite de terça-feira, enquanto o Corinthians jogava, e perdia em Cuiabá. Jô estava em tratamento médico. Mas mesmo assim foi para a noitada.


Ele foi filmado. O vídeo viralizou. As milhares de críticas, ofensas nas redes sociais, seguem cada vez mais pesadas.

Jô teria ficado preocupado em ser atacado por vândalos chegando ou saindo do CT do clube. Daí ter faltado ontem. Não seguiu seu tratamento médico, por medo de represálias.


No dia 21 de julho do ano passado, o jogador teve seu luxuoso carro apedrejado. Ele estava em uma convenção de vendas em um shopping da Zona Leste. Como passava das 23 horas e o evento foi encerrado com um show, vândalos trocaram mensagens. E esperaram pela saída de Jô para apedrejarem seu carro. O atacante estava com sua esposa no veículo.

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"Ontem à noite (21 de julho), passei por uma situação inadmissível. Estava em meu carro com a minha esposa, quando tive meu carro apedrejado, por volta das 23h. Felizmente, ninguém se feriu, mas minha esposa está abalada com o ocorrido e com medo de nossa família ser atacada novamente. Cobrança de torcida não deve ser feita dessa maneira. Respeitem à mim e à minha família." Sua justificativa veio pela assessoria de imprensa.

Jô nasceu para o futebol no Corinthians. Descoberto no futebol de salão do clube, fez sua estreia profissional com 16 anos. Ou seja, sabe muito bem o quanto os torcedores cobram os jogadores. E, nos últimos anos, vândalos decidiram fazer 'justiça com as próprias mãos'. Grupos de whatsapp trocam mensagens quando um jogador é flagrado em balada. Mesmo de folga.

Jô, em tratamento médico, vai a pagode. Enquanto o Corinthians perdia, ele tocava e cantava
Jô, em tratamento médico, vai a pagode. Enquanto o Corinthians perdia, ele tocava e cantava

Jô recebe mais de R$ 700 mil mensais. Tem contrato até o final de 2023. Já desrespeitou o protocolo de prevenção à Covid-19, indo para um resort. Sumiu três dias, sem atender sequer celular no final do ano passado. Se reapresentou das férias acima do peso.

A terceira passagem de Jô no Corinthians foi uma decisão exclusiva do ex-presidente Andrés Sanches. Ele sonhava que o jogador teria a mesma dedicação e sucesso de 2017.

Tanto que comprou uma briga com o Nagoya Grampus. De acordo com o clube japonês, o brasileiro simplesmente abandonou seu contrato. Para o Corinthians, Jô deixou claro que se desentendeu com a do clube japonês e foi liberado. Tanto que os documentos chegaram ao clube paulista.

Só que o Nagoya entrou com uma representação na Fifa contra Jô por abandono. Citando o Corinthians por assédio. A Fifa considerou a equipe paulista culpada. Tendo de pagar 3,4 milhões de dólares, cerca de R$ 16,5 milhões. 

Duilio Monteiro Alves fez seu departamento jurídico recorrer à Corte Arbitral da Fifa. A última instância. A decisão deverá sair este ano. Com enorme chance de o Corinthians ter de pagar mais essa quantia aos japoneses.

Houve enorme revolta na direção com o fato de Jô não ter aparecido ontem no clube para se tratar. Ainda hoje o presidente Duilio deverá se reunir com Roberto de Andrade. Eles querem conversar com o empresário Giuliano Bertolucci sobre a punição ou até a rescisão de contrato de Jô. 

O jogador tem seu contrato como escudo.

Se ele quiser seguir treinando, há o compromisso de o Corinthians pagar R$ 700 mil por mês até dezembro de 2023.

Ou pode fazer um acordo, com o clube e ele chegando a um valor menor. 

Acertando a rescisão.

Cássio e Willian fizeram queixas à Polícia Civil por ameaças que receberam dos torcedores, pela Internet.

Jô sabe muito bem o quanto podem ser violentos os vândalos infiltrados nas organizadas. As pedradas que seu carro recebeu servem como provas.

A relação está muito desgastada.

De acordo com conselheiros do clube a família do jogador está temerosa. Há receio que, mesmo se Jô receber uma multa pesada, torcedores fanáticos podem querer cobrá-lo.

A complicada situação deverá ser resolvida hoje.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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