Marta fora da semifinal contra a Espanha. CBF fracassa. Não consegue virar a mesa e liberar a brasileira de suspensão na Olimpíada
Como o blog antecipou, a CBF não conseguiu efeito suspensivo junto à Corte de Justiça. E Marta terá de ficar de fora da semifinal de hoje. Seria um precedente perigoso para a Olimpíada. O Comitê Olímpico Internacional, a Fifa e a Espanha se juntaram contra a CBF
Cosme Rímoli|Do R7
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, havia prometido à Marta.
“Vou fazer tudo para que você possa jogar a semifinal”, disse o dirigente, ao final da vitória do Brasil diante da França.
E Ednaldo tentou, de verdade.
Entrou com um pedido de revisão da pena de duas partidas pela violenta expulsão de Marta, contra a Espanha.
Ela acertou um pontapé de raspão na cabeça de Olga Carmona.
A Fifa que cuida da organização dos torneios de futebol da Olimpíada.
Mas o Comitê Olímpico Internacional acompanha as decisões polêmicas.
Na Europa, as decisões disciplinares não são questionadas como no Brasil.
O Comitê Disciplinar da Fifa havia dado dois jogos de suspensão para Marta, pela violência do lance.
E o recurso da CBF foi desprezado.
Estava claro para a cúpula da Fifa que, se o recurso fosse aceito, abriria um precedente perigoso.
Com direito a países questionarem as decisões disciplinares.
A possibilidade de brigas jurídicas intermináveis.
E polêmicas desnecessárias.
A Fifa queria que acontecesse em Paris como em todas as outras Olimpíadas.
Suas decisões disciplinares não fossem questionadas.
Mas a questão ganhou um cunho emocional por envolver Marta.
A melhor jogadora de todos os tempos.
Dona de seis prêmios de melhor do mundo.
E também ser a última Olimpíada da atleta.
Ela já tem 38 anos.
Ednaldo ordenou que o departamento jurídico da CBF entrasse com um pedido de efeito suspensivo, urgente, ao Comitê do Esporte, na Suíça.
A decisão foi rápida, fulminante.
Como o blog antecipou, o pedido foi negado.
Marta ficará fora do jogo das 16 horas.
E que vale vaga para a final, à decisão pela medalha de ouro.
O adversário será a mesma Espanha que venceu o Brasil por 2 a 0.
Marta provocou essa situação.
Por conta da violência da sua entrada na adversária.
Ela foi imprudente.
E agora vai pagar o preço.
Acompanhar a partida como torcedora.
Neste confronto de bastidores, venceu a lei.
A jogadora que toma cartão vermelho direto é julgada pelo Comitê Disciplinar da Fifa.
E pode até pegar três jogos de suspensão.
Marta pegou duas partidas.
E vai cumprir.
Se fosse uma jogadora, por exemplo, espanhola, o Brasil ficaria contra a liberação.
Como a Espanha e a Fifa ficaram.
Regras são feitas para ser cumpridas.
Seja com quem for...
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