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Cosme Rímoli - Blogs

Marta aceita ser reserva na disputa da medalha de ouro. Para o bem da Seleção Brasileira

A melhor jogadora de todos os tempos compreende a situação. Seus 38 anos impedem que ela possa manter o mesmo ritmo físico que o Brasil vai precisar contra os Estados Unidos. E já avisou a Arthur Elias. Não vai criar caso, se ficar no banco, na decisão de sábado

Cosme Rímoli|Do R7


Para o bem da Seleção, Marta aceita ser reserva Lucas Figueiredo/CBF

Marta teve uma atitude muito digna.

Em plena comemoração da histórica vitória do Brasil, contra a Espanha, na semifinal da Olimpíada, ela fez questão de se posicionar.

Avisou ao técnico Arthur Elias que ela não criará problemas se ele quiser mantiver a equipe, diante dos Estados Unidos, no sábado, na partida que valerá o inédito ouro olímpico para o Brasil.

Suspensa, desde o pontapé na cabeça da espanhola Olga Carmona, na última partida da fase de grupos, Marta assistiu aos jogos contra a França e Espanha. Ao lado do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que fez de tudo para tentar diminuir a sua pena de duas partidas.


Vivida, entendeu que o sacrifício físico das suas companheiras, muito mais jovens, foi imprescindível para as duas vitórias surpreendentes. Tanto para derrubar a França, país que sedia a Olimpíada, como para tirar a Espanha, campeã mundial, da disputa do título.

Principalmente no jogo de ontem, quando Elias colocou o Brasil para marcar sob pressão a saída de bola espanhola, Marta acompanhou a intensidade do meio-campo e do ataque.


O sacrifício físico, a abnegação, a entrega de Angelina, Yaya, Priscilla, Gabi Portilho e Jheniffer.

Ou seja, tanto no meio-campo como no ataque, não há espaço no time titular, para uma jogadora de 38 anos, desgastada pelo final de temporada nos Estados Unidos.


A seleção norte-americana também exigirá muito esforço tático e intensidade. Não oferece um ritmo lento nos jogos, muito pelo contrário.

E vale lembrar que a França vive seu verão.

Quem conhece o trabalho vitorioso de Arthur Elias no Corinthians, sabe o quanto ele exige a aplicação física das suas jogadoras.

Ele tentou mudar as características do Brasil para ter Marta, uma atleta que seria privilegiada, sem ter a obrigação de marcar.

Quando ele pediu que a melhor jogadora de todos os tempos fosse se aplicar, atrás da intermediária, como uma mais uma volante, ela não suportou o ritmo e, cansada, errou a bola, ao tentar dar um chutão e acertou a cabeça de Olga Carmona.

A postura de Marta é exemplar.

Ninguém mais do que ela quer a medalha de ouro.

Ela sonha com a conquista há 20 anos, desde sua primeira convocação.

Já esteve em duas finais olímpicas, em 2004 e 2008 e perdeu, ficou com a prata.

A jogadora sabe que Pia Sundhage não queria convocá-la para Paris.

Só está disputando sua última competição oficial graças a Arthur Elias.

E por isso, teve a sabedoria de deixar o treinador à vontade, no jogo mais importante do Brasil em 16 anos.

A tendência é que Elias realmente monte uma equipe mais competitiva, com maior força física, sem Marta.

E coloque a jogadora durante o confronto.

Até porque na Olimpíada, a determinação para as árbitras é descontar todos os minutos de paralisação dos jogos.

Daí os acréscimos de 15, 18 minutos.

Com a postura de Marta, o clima ficou leve.

O companheirismo venceu.

O que é um grande trunfo para a difícil final de sábado.

E que pode terminar com a realização do maior sonho de Marta como jogadora.

Com uma medalha de ouro olímpica no peito.

Para isso, o ego ficou em segundo lugar...




Veja também: Antes da final, relembre campanha da Seleção feminina nas Olimpíadas de Paris

O Brasil vai enfrentar os Estados Unidos no sábado (10), com a chance de conquistar um ouro inédito.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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