Máquina de fazer dinheiro, Galvão Bueno consegue reviravolta. Aos 71 anos, mais dois anos de contrato com a Globo
A emissora carioca percebeu a pressão dos patrocinadores. E que perderia dinheiro se confirmasse a aposentadoria forçada de Galvão Bueno. Voltou atrás. Ele fica até a Olimpíada de Paris, em 2024
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Dinheiro, muito dinheiro dos patrocinadores.
Esse foi o fator de incrível reviravolta.
A nova cúpula de comando da Globo teve de se render.
E conter a sede de renovação, de mandar seus contratados mais antigos, de maiores salários, e os substituir por novos.
Pelo menos com Galvão Bueno.
João Roberto Marinho e Paulo Marinho tiveram de voltar atrás, na decisão de acabar o vínculo com o maior narrador da história da emissora.
Os descendentes de Roberto Marinho, que defendia a saída sumária de funcionários aos 60 anos, cederam ao potencial arrecadador do profissional de 71 anos.
Perceberam a máquina de fazer dinheiro que Galvão Bueno é. Ao ter liberdade para participar de publicidade, o narrador tem feito propaganda de tudo. Casa de apostas, Tik Tok, posto de gasolina, banco, empresa de bebidas. E há outras ações articuladas para a Copa do Mundo.
A Globo não tem ninguém com essa característica na área esportiva. E nem entre suas vozes mais consagradas.
Willian Bonner, equivalente a Galvão, não aceita fazer publicidade.
Pedro Bial e Tadeu Schmidt não despertaram tanta a atenção das empresas, como se esperava.
A solução encontrada pelos Marinho, diante das dificuldades normais de um narrador de 71 anos, que não tem mais a potência da voz para transmitir jogos de futebol, está em oficializar o que Galvão Bueno já é.
Um apresentador e comentarista de eventos.
O contrato oferecido, como revelou o site noticiasdatv, é de dois anos. Com o foco na Olimpíada de Paris. Que, talvez, seja o último evento esportivo com o envolvimento de Galvão Bueno.
Mas para a renovação, a Globo, que passa por sérias dificuldades financeiras, decidiu liberar Galvão. Ele irá tocar normalmente os projetos que tinha para a Internet com a Play 9. Por isso seu salário não será astronômico, como era no passado.
Galvão também não queria perder a visibilidade da Globo. E aceitou os dois 'últimos' anos de contrato que foram oferecidos no início deste mês.
A emissora carioca pretende resgatar Tiago Leifert para o esporte. Ele é visto com potencial para se tornar o sucessor de Galvão Bueno. Principalmente no lado comercial. Sua imagem é muito bem aceita pelos patrocinadores.
Quanto ao futebol, Luis Roberto deverá seguir, por enquanto, como o principal narrador da emissora, assumindo a Seleção Brasileira, no lugar de Galvão.
Mas Tiago Leifert será testado para valer no futebol.
Ele já trabalhará no streaming da emissora no Mundial.
Essa é a sexta vez que a despedida de Galvão Bueno é anunciada e cancelada.
A enorme dificuldade em substituir a principal voz de esporte da emissora carioca é uma realidade.
E agora, que ele provou ser um captador de dinheiro, maior do que a cúpula da Globo avaliava, seria um desperdício forçar sua saída. Porque ele sempre quis continuar trabalhando.
Com Galvão há a certeza de que os patrocinadores da Olimpíada de 2024 estarão presentes.
O documentário de despedida do narrador seguirá sendo gravado. Mas sem a intensidade, sem o ritmo alucinado, apressado. Porque não há a certeza de que será lançado logo após a Copa do Mundo do Catar.
Não há mais essa pressa.
A Globo teve de se render ao seu maior captador de dinheiro.
E o narrador ganhou nova sobrevida.
Deverá seguir trabalhando até os 73 anos.
Ou até mais.
Como o cantor Silvio Caldas, nem ele mesmo sabe quando vai parar.
Seu poder de captar dinheiro mudou o destino de Galvão Bueno...
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