Mano criou a crise que o Palmeiras queria. Para se livrar de Borja
Técnico não teve o menor censo. Desvalorizou o jogador mais caro da história do Palmeiras. Tomou o troco. E clube fará de tudo para vender o atacante
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Mano Menezes não teve a menor consideração por um jogador do elenco que comanda.
Ele ironizou Borja em rede nacional, na ESPN Brasil.
"Não tinha uma trajetória tão grande antes de chegar ao Palmeiras, em um clube de ponta da América Latina.
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"Foi contratado pelo Atlético Nacional, que fazia uma temporada espetacular com o Rueda, chega para a semifinal da Libertadores e é decisivo na semifinal e na final, fez quase todos os gols do Atlético Nacional."
"Então você passa a enxergar este jogador daqui a pouco como uma estrela da América Latina e talvez não seja tão estrela, em primeiro lugar."
O treinador tem razão no que falou. Mas suas declarações não são dignas de um comandante falando sobre seu comandado. Desvalorizar Borja foi a estratégia para defender a sua não escalação.
O agente do jogador fez sua obrigação. Defendeu o atacante ironizando o currículo de Mano Menezes, que em 22 anos de carreira jamais venceu um título internacional ou o Campeonato Brasileiro.
Juan Pablo Pachon relembrou que Borja conseguiu vários títulos. Venceu a Libertadores de 2016. Artilheiro da Sul-Americana. Campeão Sul-Americano Sub-20, entre outras conquistas. Foi o único jogador do Palmeiras a disputar a Copa do Mundo da Rússia, em 2018.
"Espero que isto ajude o professor Mano Menezes a conhecer mais a fundo o seu jogador e a ser mais preciso quando fizer declarações públicas."
Eu lhe desejo muito êxito, pois entendo que o professor, apesar de seus 22 anos de carreira como técnico profissional, ainda não tem nenhum título internacional, tampouco um Campeonato Brasileiro. Tomara que nesta passagem pelo Palmeiras tenha algum êxito nestes dois e leve o Palmeiras a seu tão sonhado título internacional", disse Juan.
Após essa declaração, o clima entre Mano Menezes e Borja ficou péssimo. Mesmo o jogador antecipando ao treinador que o seu empresário o defenderia.
Borja foi além e deu sua versão ao inesperado ataque que sofreu do treinador.
"Quando vi, me surpreendi muito, me doeu na alma, porque (ele) disse que eu não tinha trajetória para chegar ao Palmeiras. O futebol dá muitas voltas, e hoje estamos em um lugar onde não estamos tão bem, mas passa o tempo e estaremos bem", disse à Blue Rádio, da Colômbia.
O que aconteceu, por vias tortas, só deixou claro o que todos sabem no Palmeiras. Alexandre Mattos está procurando clube para negociar Borja há meses. O executivo sabe que não conseguirá nem de perto os R$ 44 milhões que o clube brasileiro investiu no atacante.
Ele é a contratação mais cara da história do Palmeiras.
Sua decadência no clube é assustadora. Em 2017 fez 43 partidas e dez gols. Em 2018, 44 partidas e 20 gols. Este ano, entrou em campo 22 vezes e só marcou cinco gols.
De uma maneira tosca, Mano revelou a decepção, a falta de atenção que Borja tem merecido.
O Palmeiras não teve preocupação com seu lado psicológico. Ele é um jogador introvertido e que se apoiava no meia Guerra, com quem atuou no Athletico Nacional.
Quando o meia foi afastado do time e negociado com o Bahia, Borja ficou ainda mais introspectivo. Felipão deixava claro que preferia Deyverson e Mano já assumiu o Palmeiras sabendo que o clube quer negociar o colombiano. E também não se animou com o jogador.
A situação constrangedora tem tudo para acelerar a saída do atacante. Ele tem contrato até 2022. Ele recebe 85 mil dólares, cerca de R$ 346 mil mensais.
Borja sonhava em usar o Palmeiras como trampolim para a Europa, onde fracassou na Itália, jogando no Livorno.
Mas o sonho virou pesadelo.
Tanto para o atacante quanto para o clube.
Na reformulação que o Palmeiras fará para 2020, Borja é o primeiro da lista.
Mesmo se for para perder dinheiro, o atacante colombiano será negociado.
A única exigência de Mauricio Galiotte é que seja em definitivo.
Ele não quer emprestar para um clube brasileiro e seguir com o atacante sob contrato.
Santos, Botafogo e Fluminense já sondaram o clube tentando o empréstimo. E ouviram 'não'.
O jogador não quis ir para a China e nem para o Catar.
Seu desejo é atuar na Colômbia, para se recuperar emocionalmente. Se sentir valorizado, respeitado.
Só que a situação financeira dos clubes no país vizinho não é auspiciosa.
Tudo é complicado.
Mano Menezes só tornou tudo pior...
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