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Cosme Rímoli - Blogs

Luxa já não estreia contra Sampaoli. Prioriza lançamento de cachaça

O Vasco, tenso com a lanterna no Brasileiro, contratou sua quarta opção: Luxemburgo. Acabou com o longo desemprego. A relação começa complicada

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Nada de estreia contra o Santos de Sampaoli. Talvez um pitaco
Nada de estreia contra o Santos de Sampaoli. Talvez um pitaco

São Paulo, Brasil

O desespero do presidente do Vasco, Alexandre Campello, era enorme.

Com a última colocação no Brasileiro, ameaçado de impeachment pela oposição, xingado nas ruas e nas redes sociais por membros de organizadas.

Ele precisava desviar o foco de sua péssima administração. Do fraquíssimo elenco que conseguiu montar. Das dívidas que ultrapassam R$ 530 milhões.


Da estagnação do velho estádio São Januário.

Da absurda e tão mal conduzida briga com o governo do estado do Rio de Janeiro pelo Maracanã.


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A ameaça de rebaixamento é real.

Depois da incoerente busca por três treinadores de perfis completamente diferentes: Diego Aguirre, Dorival Júnior e Dunga, levar três negativas, o dirigente resolveu apelar.


Apostar naquele que a oposição já sabia que iria buscar, o nome mais fácil, desempregado há um ano e oito meses. 

Não foi por acaso que o ex-jogador Edmundo foi quem anunciou que a contratação seria feita.

Luxemburgo vem de 15 demissões seguidas. Trabalhos pífios
Luxemburgo vem de 15 demissões seguidas. Trabalhos pífios

Vanderlei tinha a porta dos grandes clubes fechada pelos péssimos trabalhos seguidos.

Desde 2015, foram 15 demissões.

Uma inclusive, do Tianjin Quanjian, da Segunda Divisão da China.

Com o último título significativo foi há 15 anos.

Cujo amor ao maior rival o faz sonhar em plena Terceira Idade: presidir o Clube de Regatas do Flamengo.

"Eu gostaria de contribuir com o Flamengo, usando a experiência administrativa que tenho. Mas a primeira coisa a fazer seria mudar estatuto do clube.

Os presidentes dos clubes têm que ser remunerados. Não podem ser abnegados ou voluntários. Só quem recebe pode se dedicar o tempo todo. Mesmo com o patrimônio que construí, não posso passar três anos sem remuneração", pregou em entrevista ao UOL.

Enquanto estava sem trabalho, criou um canal no youtube e, depois de abrir e fechar o Instituto Wanderley Luxemburgo (sim, com w e com y, que não constam de sua carteira de identidade), um site de vinhos, optou por um produto nacional.

Jogou muito pôquer, sua paixão.

Comprou uma emissora de tevê em Alagoas.

E entrou de sócio em uma cachaçaria de Arapiraca, fabricante da pinga Brejo dos Bois. Na cidade alagoana também está envolvido em um condomínio de alto padrão, batizado de Luxemburgo.

Ao ser procurado por Campelo, a quarta opção do Vasco não pestanejou. Aceitou imediatamente. O dirigente vascaíno ofereceu contrato de sete meses, apenas. Ou seja, terá o Brasileiro para mostrar que se reciclou, depois dos depressivo período desempregado, largado.

Luxemburgo jogou muito pôquer enquanto estava desempregado
Luxemburgo jogou muito pôquer enquanto estava desempregado

Vanderlei fará 67 anos amanhã.

A única exigência que fez a Campelo foi a de que não assumiria o time contra o Santos, domingo, no Pacaembu.

O motivo: ele já tinha articulado o lançamento de uma cachaça especial, envelhecida em tonéis de carvalho, como os mais nobres uísques.

Seguindo a tendência a enaltecer tudo que acontece na sua vida, a bebida será batizada de '1952', ano que realmente nasceu, não o ano que apresentou durante toda sua carreira como jogador de futebol, 1955. 

'Gato de três anos', chegou até a atuar na Seleção Brasileira em um torneio importante para jovens atletas, em Toulon, na França.

Só assumiu o ano verdadeiro de nascimento depois de flagrado pela Polícia Federal, em 2000.

Pois bem, o lançamento da '1952' acontecerá em São Paulo, amanhã, no dia de seu 67º aniversário. 

Por isso, ele não trabalhará no Pacaembu, mesmo com o Vasco precisando desesperadamente de pontos para sair da lanterna no Brasileiro.

Luxemburgo disse na apresentação de ontem, que talvez dê uns pitacos sobre a maneira que o time tem de jogar.

"Vou encontrar os jogadores no sábado, participar da preleção, quem sabe dar um pitaco", assumiu.

A atitude do treinador revoltaria muitos dirigentes.

Menos Campello.

O grande Vasco da Gama não pode ser menos importante do que o lançamento de uma pinga. Aliás, a cachaça será lançada amanhã apenas, haveria tempo para trabalhar desde ontem no jogo.

Luxemburgo é muito esperto.

Ele foge do confronto com Jorge Sampaoli e seu ofensivo Santos.

Se assume e o Vasco é goleado, as suspeitas que esteja ultrapassado começariam muito cedo. Assim como os questionamentos sobre sua escolha.

Se Vanderlei ainda sabe fazer algo é analisar tabelas.

Esse jogo contra o Santos é importante para o Vasco.

Não para ele.

Se assumir na próxima segunda-feira, terá seis dias para preparar o time para enfrentar o Avaí, em São Januário. Depois mais cinco para ter pela frente o Fortaleza, no Ceará. Mais oito dias, antes do clássico contra o também enfraquecido Botafogo.

Mais sete dias para pegar o Internacional em São Januário. Mais quatro dias e depois o Ceará, também no Rio de Janeiro.

Depois, 31 dias para apenas treinar o time, antes de enfrentar o Grêmio. Aproveitar a parada da Copa América.

Ou seja, a cachaça virou ótimo escudo para Luxemburgo não se expor diante de Jorge Sampaoli.

Sim, Vanderlei Luxemburo segue pensando antes nele do que nos clubes que trabalha. Mas a culpa é dos dirigentes que aceitam, pelo menos no primeiro momento, antes da demissão.

É o caso de Campello.

A única lógica da apresentação, com direito à óbvia e repetitiva entrevista recheada de promessas, ter sido feita ontem foi desviar o foco do presidente vascaíno.

Esse efeito, Luxemburgo ainda provoca.

Mas basta uma análise fria para comprovar que seu projeto de sucesso, a superstição de não falar zona do rebaixamento e sim 'zona da confusão' e piadas de mau gosto seguem os mesmos. 

Assim como brincar com os repórteres conhecidos e de grandes emissoras, como da Globo e ESPN/Brasil. Situação que intimida os mais jovens jornalistas.

Velho truque.

A aposta de Campello é desesperada.

Os jogadores precisam ser trabalhados com muita intensidade. Buscar na estratégia uma saída para a falta de talento em São Januário.

Luxemburgo foi sumariamente demitido do Sport, em outubro de 2017
Luxemburgo foi sumariamente demitido do Sport, em outubro de 2017

Vanderlei precisa ter a dedicação e envolvimento com o time que perdeu há mais de uma década, quando quis ser mais celebridade do que técnico de futebol. 

E se perdeu, cercado de péssimos assessores, mais sanguessugas do que profissionais.

O Vasco o resgatou do limbo, sonhando com o excelente técnico que foi há 20 anos. Como aconteceu com os últimos 15 clubes que acreditaram no seu 'pojeto'.

O primeiro passo já foi péssimo.

Trocar sua estreia contra o difícil Santos pelo lançamento de uma cachaça, dois dias antes do jogo.

O problema é todo de Campello.

Porque a situação é fácil de resumir.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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