São Paulo, Brasil
Só a ganância da Conmebol explica a manutenção da Copa América.
O paraguaio Alejandro Domínguez segue com sua absurda pressão para que a competição aconteça, de qualquer maneira.
Domínguez lutou o quanto pôde em 2020, mas a pandemia e a ausência de vacinas provocaram o adiamento da Copa América, que aconteceria na Colômbia e na Argentina.
O dirigente adiou o torneio para 2021. E deu sua palavra aos presidentes das federações de futebol do continente, que a competição aconteceria 'de qualquer maneira'. Ele tratou pessoalmente de negociar com o laboratório chinês Sinovac. E conseguiu 50 mil vacinas. Para clubes disparem a Libertadores e a Sul-Americana. Mas, principalmente, as seleções estarem na Copa América.
Mas o destino tem sido cruel para o obcecado Domínguez.
No final de abril, a grave crise provocada pela pandemia travou a Colômbia. Os protestos contra uma profunda reforma econômica, foram reprimidos violentamente pelo presidente Iván Duque. E, desde então, o país tem atividades fundamentais paralisadas.
Os manifestantes escolheram paralisar o futebol para chamar a atenção mundial para a crise que o país mergulho. Principalmente pelo desemprego.
A contragosto, a Conmebol anunciou oficialmente ontem. A Colômbia não vai mais realizar a Copa América.
A 'honra' ficou toda com a Argentina.
Mas amanheceu o dia hoje em Buenos Aires.
E o governo do presidente Alberto Fernández tomou uma decisão mais do que lógica.
Pressionou e a AFA, Associação de Futebol Argentino, divulgou que estão suspensas as partidas que organizaria até o dia 30 de maio.
O motivo: o pandemia.
O Campeonato Argentino está paralisado.
E os clubes concordaram.
Os números são terríveis.
O país é hoje o país com mais mortes por milhão de habitantes no mundo. A média é de 16,46. O Brasil tem 11,82.
Ao todo 72.699 morreram na Argentina por conta da Covid-19, com 3.450.000 de casos registrados.
Os nove dias de lockdown impostos pelo governo tem como preocupação a descoberta que a nova cepa indiana do vírus. Ela é apontada como a responsável por esta devastadora segunda onda da Covid.
Faltam 23 dias apenas para o início da Copa América.
O governo argentino não quer a competição.
A Conmebol insiste.
Alexandro Domínguez alega que os estádios estarão vazios.
E que os atletas e arbitragem estarão vacinados.
A motivação de Domínguez é uma só.
O lucro da competição.
A transmissão Copa América de 2019, no Brasil, foi vendida por 160 milhões de dólares, cerca de R$ 847 milhões. E o dinheiro foi todo para a entidade sul-americana.
A previsão é que a Copa América de 2021 chegaria 200 milhões de dólares, mais de R$ 1 bilhão para a Conmebol.
Daí a obsessão de Domínguez.
Contratos já foram assinados.
No Brasil, o SBT pagou 6 milhões de dólares, cerca de R$ 31 milhões, pela competição.
O governo argentino também se comprometeu a organizar a competição.
A Conmebol segue insensível.
Vai manter os jogos da Libertadores e da Copa Sul-Americana na Argentina.
E avisa que a Copa América está mantida.
Desafiando o lockdown de Alberto Fernández.
A prioridade do futebol sul-americano não é com as vidas.
Mas com os lucros...