Lucas Moura. Mergulhado em crise, com medo do rebaixamento, São Paulo tenta desviar o foco. Com jogador que não virá em 2022
Quatro derrotas seguidas, recorde negativo depois de nove anos. Derrotas nas semifinais da Copa do Brasil e Sul-Americana. Ceni acusando o time. Igor Gomes e Jandrei perseguidos pela torcida. Saída é falar em Lucas Moura
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Santos, Flamengo, Fortaleza e Atlético Goianiense.
Quarta derrota seguida.
Sequência que não acontecia desde 2013.
Dois fracassos do time de Rogério Ceni aconteceram nas semifinais da Copa do Brasil, para os jogadores de Dorival Júnior e, nas da Copa Sul-Americana, para a equipe de Eduardo Baptista.
As organizadas já pensam em protestos contra a diretoria.
O foco é o presidente Julio Casares.
No time, Igor Gomes, expulso infantilmente, e Jandrei, com nova falha, são os alvos.
Além da mesma desvantagem nas semifinais, derrotas por 3 a 1, tanto para o Flamengo como para o Atlético Goianiense, há o grande medo no Brasileiro.
O clube é apenas o 13º, com 29 pontos. Está somente a quatro da zona do rebaixamento. A sequência de partidas é muito preocupante.
Cuiabá, no domingo, em Mato Grosso; Corinthians, no Morumbi; Ceará, em Fortaleza.
Só que, entre essas três partidas, há os confrontos decisivos da Copa Sul-Americana, no dia 8, no Morumbi; e a Copa do Brasil, no dia 14, no Maracanã. Com o time tendo de vencer por três gols de vantagem ou dois, para levar as decisões aos pênaltis.
As dívidas do clube não param de crescer por conta dos juros. Já passaram dos R$ 700 milhões desde o início do ano. Casares tenta, desesperadamente, encontrar uma saída. E a aposta na Sociedade Anônima do Futebol cresce. Entregar o controle do futebol a uma empresa ou grupo de empresários.
Rogério Ceni está cada vez mais descontente com o elenco que possui.
O treinador não poupou os erros dos seus jogadores. Está claro que ele resumiu a derrota de ontem aos atletas. Não ao plano tático. Não à sua decisão de manter o time atacando, mesmo com um jogador a menos.
"Jogamos muito mal, jogo de semifinal não pode cometer tantos erros. Você paga por isso. (...) Qualquer expulsão é preponderante. A gente já tinha vivido isso com a (Universidad) Católica. Foi um dos piores jogos individualmente falando."
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"No 11 contra 11, a gente estava bem. Sofremos o gol, Luciano empata e tem a expulsão do Igor.(...) — Quando você joga sob vaias, é complicado. O lance independe disso, foi um erro dele (Igor Gomes), já tinha o amarelo e não podia ter dado o carrinho. De resto, pode ser o psicológico, mas o lance crucial não tem a ver. Infelizmente, ele cometeu um erro, igual todos nós já cometemos na carreira. O jogo ficou mais complicado depois disso."
Na coletiva de ontem, estava claro o desgaste de Rogério Ceni com tudo o que está vivendo.
Em julho, ele renovou seu contrato até o fim de 2023, quando acaba a administração de Julio Casares. Com multa rescisória, como foi na primeira fez que comandou o São Paulo e foi mandado embora pelo ex-presidente Leco, de quem foi cabo eleitoral.
Neste momento de profunda crise no Morumbi, qual a solução?
Criar uma "notícia" estimulante.
Conselheiros trataram nesta manhã de espalhar para jornalistas que o clube já tem acertada a volta de Lucas Moura, reserva no Tottenham.
Seria o retorno de um ídolo, como Hernanes, Miranda e Kaká.
Mas esses conselheiros avisam.
"Não é para agora. É para agosto de 2023", quando seu contrato com o Tottenham termina.
O salário do atacante é de R$ 600 mil.
Mas por semana!
São R$ 2,4 milhões por mês!
O São Paulo não conseguiu pagar R$ 1,5 milhão por Daniel Alves.
Parece piada, mas não é.
Trata-se de esforço para desviar o foco do péssimo momento do clube.
Outras pessoas ligadas à diretoria também não param nos grupos de WhatsApp.
E, semana sim, na outra também, lembram de Marcelo Grohe, ex-goleiro do Grêmio que atua no Al-Ittihad, da Arábia Saudita.
O jogador de 35 anos estaria sem receber e poderia romper com o time árabe.
São meses de boatos.
A cada falha dos goleiros do São Paulo, eles voltam.
Como Jandrei, outra vez, cometeu erro infantil, Marcelo Grohe "volta à pauta".
A verdade é que o clube vive seu momento mais tenso do ano.
Quatro derrotas seguidas, pressão, cobrança, ameaça de protesto.
Jogadores abalados psicologicamente.
Rogério Ceni irritado, repassando a culpa das derrotas aos atletas.
Presidente xingado em Goiânia, tendo de ir para os estádios com seguranças.
E boatos "plantados" de Lucas Moura e Marcelo Grohe.
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