A patrocinadora do Palmeiras chegou em 2015. Pagou, em oito anos, R$ 1,2 bilhão
Cesar Greco/PalmeirasSão Paulo, Brasil
"No dia que eu sair do Palmeiras, se entrar outro presidente que não siga o mesmo caminho, eu não tenho dúvida nenhuma.
"O Palmeiras vai voltar a ser o que era em 2014."
Enquanto os ataques de Leila Pereira às torcidas organizadas ganharam as manchetes de portais, jornais e viraram tema de discussão entre programas de tevê e rádio, as frases nas quais ela elogia a sua postura como presidente foram as que mais repercutiram entre conselheiros.
Leila quis demonstrar que ela é responsável pelo excelente momento financeiro que o Palmeiras atravessa. É verdade que suas empresas investiram mais de R$ 1,2 bilhão neste período.
O Palmeiras vivia uma crise financeira. Devia mais de R$ 400 milhões.
Só que Leila deixou de fora o estádio palmeirense.
A arena foi inaugurada oficialmente em novembro de 2014. E desde então se mostrou a mais bem localizada da América do Sul.
E é responsável por mais de meio bilhão de reais aos cofres do Palmeiras.
Ou seja, R$ 545 milhões.
Dinheiro mais do que representativo.
Se Leila não patrocinasse o clube, atualmente pagando R$ 81 milhões por ano para que suas empresas estejam estampadas em todo o uniforme do time e também no estádio, o Palmeiras, como um dos gigantes brasileiros, teria outro patrocinador.
Ou patrocinadores, que poderiam, juntos, pagar perto do que a presidente paga.
Ou seja, Leila está enganada.
O Palmeiras não voltará à situação de 2014.
Mas a empresária resolveu correr o risco.
E já adiantou ontem mesmo que o patrocínio de suas empresas irá até o final de seu mandato, em 2024.
Se reeleita, abrirá concorrência aberta. Se outros patrocinadores pagarem mais do que sua empresa de crédito pessoal e sua faculdade, Leila promete não impor nenhum obstáculo.
"Desde que seja uma empresa idônea", ironizou a presidente.
Ela se refere à oferta de R$ 1,4 bilhão feita pela oposição, como patrocínio ao clube, em 2018. Os opositores não puderam provar que a proposta seria factível. O que só facilitou a eleição de Leila.
Com patrimônio acima dos R$ 8 bilhões e gênio muito forte, Leila Pereira deixa claro: não haverá oferta maior do que a das suas empresas para patrocinar o Palmeiras de 2024 a 2027. Ela aceita desde já competir em um leilão aberto à imprensa.
Ela deseja seguir como presidente e patrocinadora do Palmeiras.
A única esperança da oposição segue sendo o também bilionário Paulo Nobre.
Ele tem metade do patrimônio de Leila.
A principal empresa de Leila está no peito dos jogadores do Palmeiras desde 2015. O retorno é excelente
PalmeirasMas sabe que a presidente domina mais de 80% do Conselho Deliberativo.
Não quer se articular para ser derrotado por sua "inimiga mortal".
Nobre vai esperar o primeiro semestre de 2024.
Se a situação piorar para o Palmeiras e para Leila, ele pode concorrer, sim.
Neste meio-tempo, seus aliados buscarão patrocinadores dispostos a investir.
E concorrerem financeiramente com Leila.
Cobrando, em média, os ingressos mais caros do país, arena rendeu R$ 545 milhões desde 2015
PalmeirasEles querem provar que o Palmeiras pode sobreviver, e muito bem, sem seu dinheiro.
A começar pela imensa força financeira da arena da Água Branca...
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